sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A famosa “chegada à Cândido”


Há muito tempo que muita gente usa o termo “chegada à Cândido” para classificar um final em que se espera uma chegada ao sprint mas com inclinação suficiente para eliminar os sprinters puros. São casos disso as chegadas a Gouveia e Guarda. Quanto a mim, prefiro usar o termo “chegada à Cândido” para chegadas como a de hoje, a de Fafe em 2008 ou a de Lisboa em 2006. Não interessa como é a estrada. Para mim, “chegada à Cândido” é como hoje, quando se começa dum lado da estrada, fecha-se os adversários no outro lado e se volta ao lado inicial.
Em 2006, em Lisboa, era um sprint massivo e por isso foram muitos os ciclistas prejudicados, principalmente Martín Garrido (que teve que abrandar muito). Depois da desclassificação do Cândido, a vitória foi para um jovem chamado Manuel Cardoso, que começava assim a sua senda de vitórias.
Em 2008, em Fafe, a vítima foi apenas o Francisco Pacheco, mas na altura o Cândido tinha a camisola do Benfica e a mudança de trajectória foi “só” de meia estrada. Dessa vez não houve desclassificação.
Hoje voltou a ser evidente. Começou o sprint no lado direito da estrada, foi para o lado esquerdo fechar o Sérgio Ribeiro (e o Engoulvent) e voltou para a direita. Com a desclassificação da etapa, a classificação por pontos fica praticamente entregue ao Sérgio Ribeiro, que já venceu duas etapas e foi segundo duas vezes, quando vingaram as fugas de Chuzhda, primeiro, e Herrada, depois. Se confirmar a vitória nos pontos, é mais do que justo.
Na geral, tudo igual e para decidir no contra-relógio de amanhã. É sabido que muitos ciclistas abandonam a escola cedo para chegar ao profissionalismo, mas, curiosamente, os dois primeiros da geral têm licenciatura. Além de grandes ciclistas, são inteligentes e grandes pessoas. Merecem o sucesso.
Como já disse, acho que a luta vai ser entre o Brôco, o Bernabeu, o Pardilla e o Sinkewitz, os quatro a lutar pelos 2 lugares que sobram no pódio. Entre eles, acho que o Hernâni e o Bernabeu são os melhores no contra-relógio e que o Pardilla é o mais desfavorecido. Mas vamos esperar para ver.
A montanha já está entregue ao Blanco e a classificação por equipas deverá decidir-se amanhã a favor da LA. Com Brôco, Sabido, Mendes e até mesmo Filipe Cardoso, a LA tem claramente melhor equipa para o contra-relógio do que a Barbot.
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A Abarca Sport já tem patrocinador para os próximos anos. Deixará de ser Caisse d’Epargne e passará a ser Movistar, fazendo o Rui Costa parte da equipa. Deixando o patrocinador de ser francês, a equipa deixará de ser “obrigada” a ter 5 ou 6 franceses por conveniência. Poderá uma dessas vagas ser ocupada por um português que dê nas vistas. Falta agora confirmar se o Manuel Cardoso continua na Footon que será Geox.
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O Carlos Sastre estará na Vuelta, depois de ter estado no Giro e no Tour. Vai à prova pelos mesmos motivos: a equipa, sem ele, é muito fraca. No caso da Vuelta, sem ele, a equipa não iria. Muito mais útil seria a Radioshack de Machado, Brajkovic, Kloden, Leipheimer, Horner, Zubeldia…

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