segunda-feira, 1 de outubro de 2012

2013: Primeiras transferências importantes

3º no Tour atrás de 2 britânicos, Nibali assina agora pela Astana
Desde 1 de Agosto que ciclistas e equipas World Tour podem anunciar os seus novos contratos e já foram dadas a conhecer várias transferências importantes, destacando-se a ida de Nibali para a Astana e a de Kreuziger para a Saxo Bank. A Saxo Bank é aliás a equipa que mais se reforça (e começa a ficar sem espaço para Bruno Pires), seguida da Sky e da Ag2r, que está a fazer uma equipa bastante interessante. Entretanto já se sabe que dois portugueses vão emigrar e Nelson Vitorino termina carreira.


Há vários meses que as relações entre Vicenzo Nibali e os responsáveis da Liquigas estavam tensas e logo nos primeiros dias de Agosto se confirmou a sua ida para a Astana, onde será o líder para as grandes voltas. A transferência de Nibali, terceiro no último Tour  e vencedor da Vuelta 2010, é a mais sonantes deste defeso.

Quem também chega à Astana é Jakob Fuglsang, cansado de estar tapado na Radioshack. A relação com os irmãos Schleck sempre foi boa mas com Bruyneel colapsou em Julho e o dinamarquês decidiu mudar-se para assim ter mais liberdade. Não nas provas em que Nibali estiver presente, mas nas restantes provas por etapas. Andrea Guardini (ex-Farnese Vini) chega para ser o sprinter de serviço (desde que as etapas sejam planas) e o campeão mundial sub-23 Alexey Lutsenko (ex-Astana Continental) chega para ser uma grande figura do ciclismo cazaque, principalmente agora que Alexander Vinokourov se retira.

Além de Vino, a Astana perde Kiserlovski e Roman Kreuziger, que vai para a Saxo Bank, a rainha do mercado 2012-2013. Uma vez que os pontos de quem já esteve suspenso por doping não contam para o apuramento das equipas World Tour nos dois anos seguintes à suspensão, Bjarnee Riis não pôde contar com Contador para lhe garantir um lugar entre as 20 melhores equipas e podia ficar mesmo de fora do WT. Felizmente para ele, agora que tem o patrocínio do Tinkoff Bank (além do Saxo Bank), pôde garantir bons reforços, como Danielle Bennati (ex-Radioshack), Matti Breschel (ex-Rabobank), Alexander Kolobnev (ex-Katusha), Roman Kreuziger, Nicolas Roche (ex-Ag2r), Rory Sutherland (ex-UnitedHealthcare) e Oliver Zaugg (ex-Radioshack). Além de serem todos eles bons ciclistas, Bennati, Kreuziger, Sutherland e Zaugg (vencedor d'Il Lombardia 2011) oferecem pontos importantes, que permitem à equipa qualificar-se entre as 20 melhores e, a partir daí, é certo que a comissão de licenças não os deixará de fora. De referir que Kolobnev, apesar de ter dado positivo, não chegou a ser suspenso, sendo assim contabilizado para o apuramento das equipas WT.

De fora da Saxo Bank está praticamente Bruno Pires. Com Sutherland hoje confirmado, já são 27 homens confirmados na equipa do próximo ano, havendo apenas mais uma vaga para preencher e sete outros ciclistas que, tal como Bruno Pires, terminam contrato este ano. É verdade que as equipas World Tour podem ter até 30 ciclistas, mas para isso é necessário que pelo menos 2 sejam neo-profissionais, ou seja, o máximo de ciclistas sem estatuto neo-pro é de 28 e nenhum dos 27 ciclistas já garantidos para 2013 tem o referido estatuto.

Continuará Bruno Pires na Saxo Bank? Começa a ficar apertado
Com a saída de Nicolas Roche, a Ag2r ficou com espaço na folha salarial e reforçou-se bem, com os sprinters Davide Appollonio (ex-Sky), Samuel Dumoullin (ex-Cofidis) e Yauheni Hutarovich (ex-FDJ) e os trepadores Domenico Pozzovico (ex-Colnago) que esteve em destaque no Giro e Carlos Betancur (ex-Acqua Sapone). Com 23 anos ainda por cumprir, Betancur é um trepador muito promissor e já com muitos e bons resultados no calendário continental.

A todo-poderosa Sky não podia ficar indiferente ao mercado. A equipa perde uma das grandes referências para as clássicas, Juan António Flecha, mas reforça-se para as provas por etapas, com Dario Cataldo (ex-Omega Pharma), Vasil Kiryienka e David López (x-Movistar). Garante também as jovens promessas norte-americanas Joseph Dambrowski (ex-Livestrong), vencedor do GiroBio (espécie de Volta a Itália do Futuro), e Ian Boswll (ex-Livestrong), 5º na Volta a França do Futuro. Nas saídas, além de Flehca, destacam-se Appollonio e Nordhaug. Sai também Thomas Lofkvist, que nunca chegou ao rendimento que se esperava quando era mais jovem. Mark Cavendish também tem carta branca para sair, isto porque a Sky é uma equipa altamente patriota e assente na Federação Britânica, e esta já viu que os objectivos de Wiggins e Cavendish são difíceis de conciliar, preferindo manter Wiggins e dar liberdade a Cavendish para procurar uma nova equipa, em que seja líder e conquiste muitas vitórias. Principalmente no Tour, para quebrar o recorde de Eddy Merckx (o belga tem 34, Cav tem 23 mas ainda muitos anos para lá chegar).

O destino mais provável para Mark Cavendish é a Omega Pharma-Quick Step, que para já só garantiu Gianluca Brambilla e o jovem Pieter Serry, de modo a ter espaço na folha salarial para o campeão mundial de 2011. De saída, além de Cataldo, estão os sprinters Francesco Chicchi e Gerald Ciolek e o lançador Marco Bandiera.

Lars-Petter Nordhaug, vencedor do recente GP de Montréal, deixa a Sky para rumar à Rabobank, onde chega também o sprinter alemão Robert Wagner e onde saem o ex-campeão mundial sub-23 Michael Matthews e Matti Breschel. Para colmatar a perda de Breschel, os holandeses pretendem garantir Sep Vanmarcke, da Garmin. O destino de Matthews é a Orica-GreenEdge, que cumpre assim um dos seus desejos mas continua sem conseguir Michael Rogers.

Transferência importante com vista as clássicas é a ida de Flecha para a Vacansoleil. Flecha, que este ano foi 4º no Paris-Roubaix (onde tem 3 pódios), chega para substituir Stijn Devolder, que depois de duas temporadas apagadas deixa a equipa holandesa e ruma à Radioshack, ele que esteve na US Postal e Discovery Channel de Bruyneel entre 2004 e 2007.

Também chegam à Radioshack Robert Kiserlovski, o jovem luxemburguês Bob Jungels e o veteraníssimo Danilo Hondo, que já tem pouco a dar às suas equipas mas serve para cumprir o fetish que Bruyneel tem com ciclistas perto dos 40 anos.

Quem fica mais fraca para 2013 é a Liquigas, que se passará a chamar Cannondale. A marca de bicicletas norte-americana não deve dar dinheiro suficiente para colmatar a saída de Nibali e saem também Daniel Oss, Sylvester Szmyd e Eros Capecchi. Não há nenhum reforço de peso, centrando-se a equipa em Peter Sagan, esperando que Ivan Basso esteja melhor no próximo Giro do que no deste ano, que Moreno Moser continue a sua evolução e Elia Viviani dê muitas vitórias ao sprint.

Sylvester Szmyd e Eros Capecchi vão para a Movistar Daniel Oss para a BMC, reforçar a equipa das clássicas, de onde sai George Hincapie (que se retira) e podem sair Alessandro Ballan, Manuel Quinziato e Marcus Burghardt, todos eles em dúvida.

A Cofidis, que perde Dumoulin e vê David Moncoutie retirar-se, garante Daniel Navarro (ex-Saxo Bank) e Jérôme Coppel (ex-Saur-Sojasun) para se juntarem a Rein Taaramae e garantirem que a equipa continua competitiva nas provas World Tour em que participa. Também chega Christophe Le Mével, 10º no Tour 2009.

Mercado português


José Gonçalves despede-se do pelotão nacional
Distantes vão os anos em que logo na Volta a Portugal se começavam a falar em contratações para a temporada seguinte. Agora as equipas portuguesas estão até mais tarde à procura de patrocinadores para saberem com que orçamento contar. Com o tempo a passar e sem certezas para o futuro, os ciclistas acabam por baixar as suas exigências.

Quem já tem equipa garantida para 2013 é José Gonçalves e José Mendes. Gonçalves vai para a La Pomme Marseille, uma equipa continental francesa que não lhe permitirá correr provas World Tour mas sim correr mais dias do que faria no pelotão português e quase todos eles no calendário internacional. Será importante para a sua evolução. De referir que a La Pomme Marseille se juntará à Team Bonitas, equipa sul-africana que correu este ano a Volta a Portugal.

Já José Mendes vai para a NetApp-Endura, equipa continental profissional que resulta da junção na Team NetApp e da Endura-Racing. De mencionar que a NetApp correu o Giro de 2012 e teve dois segundos lugares, mas faltou a vitória. Se receberem convite para o Giro do próximo ano, será uma excelente oportunidade para José Mendes.

Em Tavira já há substituto para Vidal Fitas e é um dos homens que tinha apontado: Nentcho Dimitrov. Nentcho (56 anos) é búlgaro mas uma figura de Tavira, onde correu e desde 1997 exerce funções de director desportivo, tanto como adjunto na equipa principal como principal na equipa sub-23. Conhece o clube e os ciclistas, o que pode ser um grande ponto a favor da equipa. Equipa essa que não contará com Nelson Vitorino. O Pantani de Tavira (que é de Olhão) termina carreira e será treinador nos escalões de formação do CC Tavira.

9 comentários:

  1. Tem-se falado do Ricardo Mestre para a Esukaltel. Será verdade?

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    1. Baro, é um rumor sobre o qual já se falou no blog, mas por agora não passa de rumor. Veremos... ;)

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    2. Já se confirmou. ele coreeu o Tour na Euskatel

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  2. Grande artigo, grande trabalho deste blog. Um, senão mesmo "o", espaço de referência nacional do ciclismo.

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  3. olha afinal renovou...

    El Saxo Bank-Tinkoff Bank confirma la renovación de dos ciclistas más, en este caso el veterano italiano Matteo Tossatto y el portugués Bruno Pires.

    Nuno Sofio

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  4. Obrigado pelos comentários ;)

    Tiago, é muito bom ler esses elogios. No entanto, infelizmente, o ciclismo português tem falta de um espaço de informação. Uma pena.

    Nuno, é verdade. Já publiquei isso mesmo no Facebook do Carro Vassoura. A contratação de Bruseghin ainda não foi oficializada e deverá ser esse o erro na lista pela qual me guio e da qual o italiano faz parte (www.cqranking.com/men/asp/gen/transfers.asp). Sem ele, havia um espaço que é assim preenchido pelo Bruno.

    Cumprimentos!

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    1. Rui tem também este site que é bom no que ás transferências diz respeito:

      http://www.cyclingfever.com/transfers.html

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  5. parece que o ricardo Mestre já assinou

    Nuno sofio

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  6. so queria que o rain taraamae fosse para a bmc

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