sexta-feira, 24 de abril de 2015

Antevisão Liège-Bastogne-Liège 2015

Para muitos trepadores que querem vencer uma grande prova de um dia a sua oportunidade está na Valónia e chama-se Liège-Bastogne-Liège. Nela, à parte dos classicomanos como Bartoli (1997 e 98), Bettini (2000, 02) ou no ano passado Gerrans, têm uma palavra a dizer trepadores como Valverde (2006, 08) e Vinokourov (2005, 10) ou outros sem ponta de velocidade que lhes seja reconhecida como Andy Schleck (09) e Daniel Martin (2013). Tudo se resume a atacar na altura certa.

São as colinas a marca desta prova, de um modo geral mais longas que na Amstel Gold Race, e são dez este ano assinaladas pela organização para a edição de domingo, apesar do percurso ser um constante sobe-e-desce. Depois de uma edição pouco apimentada em 2014, marcada por um numeroso pelotão até aos últimos quilómetros, este ano La DoyenneA Mais Velha, regressa ao seu final habitual, com a Côte de La Redoute a 34,5 quilómetros da meta.

O Col du Rosier, a 60 quilómetros da meta, é a mais longa das dez subidas, sendo algo despropositado chamar colina a algo que em qualquer prova seria terceira categoria ou até segunda (conforme decisão do organizador). São 4,4 quilómetros de extensão a 6% de inclinação média. Pouco depois o Col de Maquisard, a 46 km da meta, com 2,5 de extensão a 5% de média.

A Côte de la Redoute, uma excelente oportunidade para os trepadores atacarem, aproveitando a sua inclinação (8,9% em 2 km), que no ano passado estava a 45 km da meta, está agora a 34. É uma mudança significativa, estando muito mais próximo da meta e da Cotê de la Roche-aux-Faucons, também muito inclinada: 9,4% em 1,5 km de extensão (à falta de 19km).

As últimas dificuldades são a Côte de Saint-Nicolas (1,2 km a 8,6%), a cinco quilómetros da meta, e o último quilómetro e meio da prova a mais de 5%, oferecendo aos melhores trepadores uma última derradeira chance face aos homens mais velozes.


Favoritos

O principal favorito à vitória é Alejandro Valverde, melhor ciclistas das Ardenas nos últimos largos anos, já com doze pódios, cinco dos quais vitórias, e à espera que Kreuziger seja desclassificado da Amstel Gold Race de 2013. É provavelmente também o melhor ciclista da atualidade, aos 35 anos de idade e com dois de suspensão pelo meio, o que diz muito de como vão as coisas.
Depois de uma Volta à Catalunha fantástica, foi segundo na Amstel Gold Race de domingo passado e na quarta-feira venceu a Flèche Wallonne.

Michal Kwiatkowski é outro grande favorito e no fim de semana passado obteve a sua primeira vitória com o arco-íris. Não foi a primeira na temporada porque já tinha vencido o prólogo do Paris-Nice, mas foi a primeira de arco-íris ao peito, o que dá sempre um momento especial.
A sua Etixx também tem Julian Alaphilippe, de 22 anos, que na Flèche Wallonne fez aquilo que Terpstra e Stybar fizeram ao longo de toda a época de pavés: foi segundo.

Outro grande favorito é Joaquim Rodríguez. Não esteve na Amstel Gold Race nem na Flèche Wallonne tão bem como se poderia esperar, mas repetindo a condição demonstrada na Volta ao País Basco poderá melhorar os segundos lugares de 2009 e 2013. A Katusha tem como alternativa Daniel Moreno.

Philippe Gilbert e Daniel Martin já venceram esta prova, em 2011 e 2013, mas ambos caíram na Amstel Gold Race e as suas condições físicas são incertas. Simon Gerrans, vencedor do ano passado, tem tido a temporada marcada por lesões, primeiro com uma fratura de clavícula ainda em dezembro de 2014, depois um ombro na Strade Bianche. É também o seu estado, por isso, uma incógnita.

Legítimas aspirações também tem Rui Costa, aqui com um final que lhe assenta melhor que o da Flèche Wallonne. E em boa forma têm estado, Tom-Jelte Slagter, Jakob Fuglsang e Sergio Henao, aos quais junto Roman Kreuziger e Vincenzo Nibali que, ainda que com alguma distância em relação ao máximos candidatos, têm condições para estar na discussão dos primeiros postos.

***** Valverde
**** Kwiatkowski, Rodríguez
*** Gilbert, Daniel Martin, Rui Costa, Gerrans
** Moreno, Slagter, Kreuziger, Alaphilippe, Nibali, Fuglsang e Henao
Alejandro Valverde está na disputa da LBL desde 2006

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