sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pós-Tour: Volta e transferências.


Terminado o Tour, as atenções viram-se obrigatoriamente para a Volta a Portugal, cá dentro, e para as grandes transferências, lá fora. Quanto à Volta, parece-me que terá um dos percursos mais acessíveis dos últimos anos, quer pela ausência de dois dias duros consecutivos, quer porque as dificuldades vêm logo nos primeiros dias ou porque as etapas da Srª da Graça e da Torre têm pouca dificuldade prévia. Acessível em termos de dificuldades, porque para um algarvio ou alentejano, a Volta tem pouco de acessível.
Quanto aos participantes, destaque para o super-favoritismo do David Blanco. À partida, é o melhor contra-relogista, um dos melhores trepadores, tem uma excelente equipa e um director desportivo que não facilita a vida aos adversários e assume o favoritismo. Se as equipas portuguesas já são conhecidas de todos, a dúvida está sempre nas estrangeiras, em quem trazem e no que vêm cá fazer. Nessas, há a destacar Kashechkin, Pietropolli, Sinkewitz, Pardilla, Sella, Fran Pacheco, Ángel Vicioso, Bonnet, Casper, Engoulvent. Isto, se vierem cá para mais do que conhecer o país. Aliás, mesmo se quisessem conhecer o país, só poderiam conhecer o Norte. A velha temática.
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À semelhança de 2009, a Barbot anunciou que mantinha o patrocínio para o próximo ano, mesmo antes da Volta, o principal objectivo de cada temporada. Mais do que uma prova de confiança, acho que é a prova de que a grande maioria dos patrocinadores estão no ciclismo porque os seus responsáveis gostam, independentemente dos proveitos que daí tirem. Ainda bem que assim é. Obrigado.
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A Geox decidiu entrar no ciclismo, juntando-se à Footon-Servetto com um patrocínio de 50 milhões para 5 anos. Não sei se os restantes patrocinadores continuarão e quanto dinheiro lá meterão, mas é uma grande ajuda para a equipa do Manuel Cardoso, que assim deverá continuar a ter lugar nas principais corridas.
Sendo a Geox uma marca italiana, a equipa passa a ser sediada em Itália, a olhar mais para as corridas italianas e para os ciclistas italianos. A direcção da equipa deverá continuar a pertencer ao suíço Mauro Gianetti e ao espanhol Matxin, embora se juntem alguns italianos. Segunda a Gazzetta dello Sport, Cunego, Menchov e Rogers podem interessar. Segundo a lógica, os italianos da equipa serão para manter, assim como os principais ciclistas, entre eles Manuel Cardoso. Esperemos que sim.
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Nas primeiras etapas do Tour, o Contador disse que tinha dois presentes para os cazaques: ganhar uma grande volta e assinar um novo contrato pela Astana. Acrescentou ainda que, o segundo presente, deveria chegar primeiro, ou seja, antes do final do Tour, que esperava ganhar. A Astana deu-lhe o contrato que ele querias mas, depois da equipa ter trabalhado para ele, roeu a corda e afinal vai procurar equipa. A do Bjarne Riis é apenas uma possibilidade.
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Os irmãos Schleck já tornaram claro que não continuarão na equipa do Riis. Se sempre avançar uma grande equipa luxemburguesa, irão para lá… digo eu, pela lógica. Eles não se comprometem com ninguém. É melhor assim do que dizer que se vai para um sítio e roer a corda.
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Por fim, até à sua véspera, a Volta a Portugal de Juniores esteve em risco e a de cadetes (a acontecer na próxima semana) ainda está. O motivo é o valor pedido pela GNR para policiamento. Todos sabemos que a GNR tem que pagar inscrições em torneios de futebol de verão e tem que ter o bar abastecido, mas, apesar de o valor ser exagerado, uma organização não pode cancelar a prova na semana em que esta se deveria iniciar. Há toda uma preparação para a prova por parte dos corredores e há hotéis e férias marcadas a contar com isto.

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