Chegou a altura do habitual balanço do Tour. Mais de 90 horas depois e 20 etapas, apenas 39 segundos distanciaram Schleck e Contador, o número mágico desta edição do Tour.
Pontos positivos (não necessariamente os mais positivos):
- Schleck & Contador - Uma luta saudável entre dois grandes campeões. De longe os melhores do pelotão na montanha e com um nível de qualidade muito, muito similar. Tendo em conta a idade, ainda os espera pelo menos uns 4 ou 5 Tours de altíssimo nível. Promete imenso a sua luta nos próximos tempos e simplesmente não há neste pelotão alguém sequer perto do nível deles. A subida do Tourmalet, sem ser particularmente entusiasmante, foi arrepiante: os dois melhores do mundo, lado a lado, pelo nevoeiro e com centenas de milhares de fãs na estrada... excelente.
- Petacchi, Hushovd & Cavendish - Hushovd podia não estar em grande forma, mas deu uma grande réplica a Petacchi e Cavendish. Duas gerações diferentes e uma merecida vitória do italiano. Já perto do fim da carreira, uma inesperada cereja no topo do bolo.
- Ruben Plaza - Foi 12º, logo atrás de Luis Sanchéz, mas o mais regular da equipa, dado que Sanchéz beneficiou de uma longa fuga para se reposicionar na classificação geral. Ficou a apenas oito segundos do 11º lugar e a menos de três minutos do 8º lugar. Um 3º lugar na Volta a Portugal (a apenas 40º segundos de Blanco é certo) significa 12º no Tour? Dá que pensar se tivéssemos tido regularmente David Blanco ou Hector Guerra nas grandes voltas o que poderiam ter feito.
- Nicolas Roche, Jurgen Van den Broeck, Robert Gesink, Roman Kreuziger - O futuro.
- Sérgio Paulinho - O início de, espera-se, uma longa série de vitórias para o ciclismo português ao mais alto nível.
Pontos negativos:
- Mark Renshaw - Uma vergonha a etapa onde foi desclassificado. Podia ter feito um inteiro pelotão cair pela gula da vitória.
- Camisola da montanha - Tão fraquinho... Charteau, Moreau, Pineau, eles bem andavam pela frente de vez em quando, mas a nível tão longe das grandes façanhas de Virenque ou Rasmussen. E porquê não haver umas subidas de 3ª ou 4ª categoria logo no início? A mais insossa luta das camisolas. Até a classificação por equipas foi mais animada.
- Bradley Wiggins - Eu não sei o que se passou quando ele fez 4º e às vezes prefiro pensar que é melhor nem saber o que aconteceu. Mas adorei especialmente uma entrevista onde ele diz que "I won't do the Giro again, It's just too demanding now. I'm already thinking for next year that the classics-Tour approach might be the way to do it, maybe experimenting with some altitude training as well, because I've never done it.".
- Pavés - Foi uma etapa movimentada e interessante, mas a que custo? Pelo prazer uma etapa, perde-se o prazer de um Tour. Só eliminou o Schleck, mas também fez diferenças que podiam ter mudado o Tour. Se se quer um Tour discutido nas montanhas (senão não haveria 5, 6, 7 etapas de alta montanha), o melhor mesmo é deixar o pavé a ser percorrido nas corridas do costume.
- Radioshack e afins - Sim, a corrida da Radioshack foi mesmo, mesmo fraquinha e o disparate da última etapa das camisolas muito, muito desnecessário. Mas ainda o que me irrita mais é figuras como Floyd Landis ou Greg Lemond ainda terem tempo de antena, ainda fazerem correr tinta... Eu não sei o que move o Lemond contra o Lance e contra o resto do mundo e como ele está do lado do maior mentiroso do ciclismo mundial, mas sim, vamos todos continuar a dar tempo de antena a Landis e a perder tempo...
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