segunda-feira, 18 de julho de 2011

Alpes, os senhores que se seguem

A partir de agora, não há dias de descanso na Volta a França e todas as etapas poderão ser atacadas pelos homens da classificação geral, apesar das maiores dificuldades estarem colocadas nas jornadas de quinta e sexta-feira. Thomas Voeckler parte com a camisola amarela, Cadel Evans e os irmãos Schleck têm vantagem teórica mas terão que a transformar em minutos.

Olhemos aos próximos dois dias:

Dois dias para fugas

16ª etapa, terça-feira 19 de Julho
As duas etapas que aí vêm são das mais indicadas para fugas vingarem. Por um lado, os percursos são suficientemente duros para eliminar os sprinters e fazem com que as suas equipas não trabalhem no pelotão; por outro lado, muita gente está atrasada, não ameaça as contas da geral e por isso terá maior liberdade; e por fim, uma vez que não são chegadas em alto, as equipas dos trepadores não deverão apostar em levar os seus líderes à vitória na etapa. Juntando-se tudo isto, é muito provável que a vitória vá para um fugitivo, como no ano passado foi para Sérgio Paulinho, na chegada a Gap, onde os corredores terminarão amanhã.

Há três tipos de ciclistas com interesse em estar em fuga nestes dois dias:
1) Os que querem salvar o seu Tour ou o da sua equipa. As equipas francesas que ainda não conquistaram qualquer etapa (excepto a Europcar, que já tem o seu Tour feito), a Radioshack, Astana, Quick Step, entre outras, muito provavelmente apenas terão estas duas etapas para conseguir terminar o Tour com balanço positivo. Além disso, ciclistas que vinham para o Tour a pensar numa boa classificação geral e, por um ou outro motivo, perderam essa possibilidade, poderão tentar a sua sorte nestes dois dias.
2) Ciclistas de equipas a lutar pela classificação colectiva. A Europcar deverá deixar todos os seus ciclistas junto a Thomas Voeckler, enquanto a Leopard poderá tentar colocar um homem em fuga e, caso esta vingue, ganhar tempo para a classificação colectiva. Igualmente o deverão fazer a Ag2r (2’32’’ de atraso) e a Garmin (3’43’’), tendo ambas liberdade para colocar mais do que um corredor em fuga, pois têm pouco a defender na geral.
3) Ciclistas que acham que todos os dias são bons para estar em fuga.

Quanto aos portugueses, qualquer um deles se poderia escapar ao pelotão, mas ambos se têm queixado de problemas físicos.

Para atacar a subir ou a descer?

Se fugas vingarem, não haverá o aliciante de vencer a etapa e não sei até que ponto os pretendentes à vitória final estarão dispostos a atacar durante a última subida e ter que continuar o esforço durante a descida até à meta. Não é que as descidas finais sejam demasiado técnicas, mas as subidas também não são muito duras e neste Tour tudo tem servido de desculpa para os favoritos não atacarem.

17ª etapa, quarta-feira 20 de Julho
No caso da 16ª etapa, a única dificuldade do percurso é mesmo a subida que termina a 11 quilómetros do final, sendo de esperar que o pelotão esteja muito grande quando lá se chegar. A 17ª etapa tem um percurso mais selectivo e, apesar da descida de Sestrières ser longa, certamente o grupo principal estará mais reduzido quando entrar na subida final, criando um cenário mais favorável aos ataques dos homens da geral. Apesar disso, para dos irmãos Schleck, Contador e Basso não espero ataques ates de quinta-feira. Quem poderá atacar nestes dois dias será Samuel Sánchez. As descidas não são tão técnicas quanto ele gostaria mas são duas oportunidades de se aproximar do topo da classificação e manter vivas as esperanças de terminar no pódio.

A luta pela montanha

Nas chegadas ao Galibier e Alpe d’Huez, o primeiro receberá 40 pontos para a classificação da montanha. São muitos mas não bastará vencer essas duas etapas para conquistar esta classificação, onde Jelle Vanendert (74 pontos) lidera e sobram poucos ciclistas com reais possibilidades de o bater. A apenas 2 pontos, Samuel Sánchez é o maior adversário.

Andy Schleck (28 pts), Cadel Evans (26 pts) e Frank Schleck (24 pts) poderão vencer esta classificação se estiverem entre os três primeiros das duas chegadas ao alto que restam, mas ficarão dependentes dos pontos que Vanendert e Sánchez alcancem. Para vencer, Jérémy Roy (45 pts) terá que integrar as principais fugas pelo menos por duas ocasiões nas etapas 17, 18 e 19. Mesmo assim, teria que esperar que nenhum dos cinco nomes anteriormente citados estivesse na discussão das chegadas a Galibier e Alpe d’Huez e era necessário que Vanendert e Sánchez quase não pontuassem nas subidas que faltam.

Johnny Hoogerland (22 pts), Sylvain Chvanel (20 pts) e Sany Casar (19 pts), apenas poderão vencer se protagonizarem extraordinárias exibições na quinta-feira e na sexta, podendo nem isso chegar para o triunfo.

De qualquer forma, Jelle Vanendert é o grande candidato a chegar a Paris com a camisola das bolas vermelhas, o que seria um grande sucesso para juntar à vitória em Plateau de Beille. A menos que tenha uma grande quebra de forma nestes dias, não me parece que lhe tirem esse triunfo.

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Foi lançada mais uma sondagem mas desta vez, para ser diferente, no Facebook. Podem encontra-la ao carregar aqui ou na página do Carro Vassoura.

3 comentários:

  1. Certamente estas 2 etapas vão ser boas para trepadores não muito conhecidos que querem dar dinheiro e a primeira vitória á sua equipa.
    Mas a minha aposta vai mesmo para a Ag2r com o john gadret ou o hubert dupont

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  2. Obrigado pelo comentário, Bruno.
    O John Gadred, já não está em prova ;)

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  3. Gostei do tópico,acertaste em cheio nestas 2 etapas a fuga vingou.
    Quanto as próximas etapas haverá certamente tentativas de fuga, que penso que não irão vingar... :)

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