domingo, 12 de fevereiro de 2012

79 corredores, vitória de Caldeira e falta de Blanco

Samuel Caldeira foi o vencedor da Prova de Abertura nacional, agora com o nome de Troféu Cidade de Loulé. À partida estiveram 79 corredores, divididos por quatro equipas continentais, quatro equipas de clube e uma amadora britânica. Em 2009 eram 64 corredores na Prova de Abertura sub-23 e 71 na Prova de Abertura de Equipas Continentais e no ano anterior tinham sido 171 no total das duas provas. Nem parece que foi há tão pouco tempo.

A vitória de Caldeira

A história da corrida é simples e rápida de contar. Num percurso de baixa dificuldade (como se quer nesta fase da temporada), Carmin-Prio com Samuel Caldeira e Efapel-Glassdrive com Filipe Cardoso partiam como as principais favoritas, não esquecendo Bruno Sancho na LA/Antarte. Com Bruno Lima com excesso de peso, as opções da Onda eram reduzidas, podendo algumas equipas de clube surpreender, nomeadamente a equipa da casa Louletano/Dunas Douradas com Bruno Saraiva e a Liberty Seguros com Pedro Paulinho e Leonel Coutinho. Mortágua, Cartaxo e a britânica amadora Zappi’s Cycling Club, completavam o pelotão.

José Gonçalves (Onda) passou isolado na primeira contagem de montanha e com um forcing na segunda para ser terceiro conseguiu a vitória nessa classificação, quando Nelson Vitorino (Carmin-Prio) e André Mourato (Liberty Seguros) seguiam em fuga, naturalmente com o algarvio a fazer valer os seus dotes de trepador. Com dois segundos lugares nas duas metas volantes do percurso, Daniel Silva (Onda) foi o vencedor dessa classificação, não conseguindo disfarçar a desistência de Bruno Lima com apenas vinte e poucos quilómetros de prova.

Com o Nelson Vitorino em fuga, os homens de Vidal Fitas passaram o trabalho da perseguição para a Efapel, que o assumiu mas no final não o viu compensado, impondo-se Samuel Caldeira, por curta margem, a Pedro Paulinho. Os tavirenses já tinham corrido no Tour de San Luis, naturalmente já têm a forma mais adiantada que a maioria dos seus rivais, e a capacidade física do Samuel e companheiros e a táctica de Vidal Fitas fizeram o resto.

Pedro Paulinho foi o segundo e, naturalmente, vencedor da classificação sub-23, Bruno Sancho o terceiro e Jorge Montenegro (Louletano) o quarto, completando o pódio de elites, enquanto Rafael Silva (Liberty Seguros) em quinto e Renato Avelar (Mortágua) o décimo primeiro, ladearam Paulinho no pódio sub-23.

A derrotada da prova foi a Efapel-Glassdrive, que teve como melhor homem Filipe Cardoso (9º) e depois do trabalho realizado merecia melhor sorte. De qualquer forma, não invalida o facto de serem uma grande equipa e terem tudo para mais uma grande temporada.

A falta de David Blanco

David Blanco deixou o pelotão nacional no ano passado à procura da oportunidade de voltar a estar na Vuelta e de se estrear no Tour (o que não veio a acontecer). Com o fim da equipa espanhola, era natural o regresso de Blanco a Portugal para tentar a sua quinta vitória na Volta a Portugal, o que chegou a ser dado como certo na Carmin-Prio mas, até agora, não há nada assinado.

Não estou aqui a dizer que em Agosto o David vencerá a Volta, nem que é melhor ou pior que o Ricardo Mestre, até porque acho que qualquer um deles gostaria de ver o outro a vencer… se forem colegas de equipas, claro. De qualquer forma, o David faz falta a este pelotão e em Agosto espero que esteja na Volta a animar a prova com a sua corrida por fazer história.

Em entrevista, o David já mostrou o seu interesse em estar na Volta a Portugal e que, se tiver que ser por outra equipa, que será. Como algarvio, espero que seja no Tavira e como amante da modalidade espero que vença a quinta Volta. Só o facto de lutar por isso, já seria motivo extra de interesse para a prova.

Tenho grande simpatia pelo Marco Chagas, pelo Ricardo Mestre e por muitos outros corredores, mas o David merecia isto e, se a seguir tiver que vir alguém com a mesma simplicidade e simpatia vencer seis, que venha. Olha, o Mestre, por exemplo.

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O artigo sobre a Operación Puerto existirá, mas sem promessas de datas. É algo para ir fazendo com tempo, até porque agora temos aí a Volta ao Algarve e a temporada está a começar, havendo sempre algo a dizer sobre isso.

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Aos leitores do blog que ainda não o fizeram, peço que entrem na página www.facebook.com/CarroVassoura e cliquem “Gosto”. Peço também que divulguem a página e o blog pelos vossos amigos. Afinal de contas, se estão aqui é porque gostam e, se gostam, os vossos amigos também podem gostar ;)

5 comentários:

  1. Quando não se tem uma transmissão na tv temos te a ti :D obrigado pela descrição da prova.

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  2. Obrigado pelo comentário e pelo elogio, João ;) De qualquer forma, lembrem-se todos que o objectivo deste espaço não é dar notícias nem cobrir provas, até porque só vou acompanhar as algarvias. Infelizmente, faltam espaços para dar cobertura conveniente às provas existentes.

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  3. De facto assistimos a algumas dificuldades cada vez mais evidentes no ciclismo português e esta prova de abertura também é um reflexo disso mesmo..efetivamente tivemos na presença de um pelotão bastante curto com apenas 4 equipas de clube (a acrescentar às 4 equipas continentais)o que faz com que muitos jovens (e alguns com valor) tenham que abandonar esta modalidade. É de realçar também que há uns anos atrás (não muitos entenda-se) tinhamos a presença da Rabobank continental que não sendo uma equipa de topo não deixa de ser uma boa equipa, na prova de abertura..agora com o momento que o ciclismo nacional atravessa convida-se uma equipa estrangeira pertencente ao escalão amador e que eu nunca tinha ouvido falar..enfim..as organizações das provas vão fazendo o que podem para não retirar interesse e competitividade às corridas.


    Em relação aos resultados finais desta prova de abertura, o Tavira entrou muito bem na época mas quem eu quero destacar é o jovem Pedro Paulinho que pertencendo ainda a uma equipa de clube intrometeu-se muito bem na discussão da etapa. O Pedro Paulinho é um corredor com bastante potencial e que acredito que terá um percurso risonho em termos futuros no ciclismo profissional, considero mesmo que ele esta época irá ser juntamente com o Leonel Coutinho o corredor mais forte do escalão de sub 23. A Liberty é de facto uma boa escola de ciclismo e apesar de eu considerar que a equipa de clube com melhor plantel é o Louletano (pudera tem vários corredores com mais de 23 anos!!) sou da opinião que os melhores corredores com menos de 23 anos estão na Liberty.

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  4. Só um apontamento. A Zippy, tal como outrora a Rabobank Continental, participou na prova porque já se encontrava cá a estagiar ;)

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  5. Ah ok..assim de repente cálculo que convidam quem já cá está só para encher o saco.

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