3 protagonistas de 2012: Rui Sousa continua na Efapel, Sérgio Ribeiro vai para Loulé e David Blanco por decidir |
Carmim-Prio, Efapel-Glassdrive, LA Alumínios/Antarte, Louletano/Dunas Douradas e OFM-Valongo foram as equipas que se candidataram a continentais dentro do prazo, enquanto a Onda-Boavista procura patrocinadores para se manter no escalão profissional. Isto para usar os nomes que as equipas tiveram em 2012, pois no próximo ano os nomes de algumas poderão mudar.
A Onda, empresa relativamente pequena quando comparada com as restantes que costumam dar nome às equipas continentais, deixará de ser patrocinador principal do Boavista, que assim procura substituto. Caso não o encontre (e o tempo começa a ser escasso), será equipa de clube.
Da Carmim-Prio e da OFM-Valongo, pouco se sabe. Segundo me disseram (e pode estar errado), em Tavira ainda se tenta fechar orçamento para a próxima temporada e por isso não se sabe nenhum reforço. Pelo contrário, além da saída de Ricardo Mestre para a Euskaltel e do final de carreira de Nelson Vitorino, sabe-se agora que Amaro Antunes vai correr por uma equipa italiana (já lá iremos). A equipa deve continuar continental, mas falta saber em que condições. Da parte da OFM-Valongo apenas se sabe do antigo desejo de José Barros em subir a sua equipa (antiga Casactiva) a profissional e que este ano candidatou-se mesmo a essa subida. Deverá ter um outro patrocinador e a Câmara Municipal de Valongo passar para terceiro*.
Da LA Antarte/Alumínios sabe-se que mantém o chefe-de-fila Hugo Sabido, que lutou até ao final pela vitória na última Volta a Portugal e deverá ser um dos favoritos para 2013 (é das provas em que se pode prever os favoritos antes de se saber o percurso, porque é sempre mais do mesmo). Márcio Barbosa e Hugo Sancho continuam na equipa, José Mendes parte para a alemã NetApp-Endura, o vencedor da Volta a Portugal do Futuro Rafael Silva chega da Liberty Seguros/Santa Maria da Feira e António Amorim chega da Efapel-Glassdrive.
Segundo Carlos Pereira disse ao jornal A Bola, na Efapel-Glassdrive continuarão Rui Sousa, Nuno Ribeiro, Filipe Cardoso, César Fonte, Ricardo Vilela e Sérgio Sousa, havendo negociações com Hernâni Brôco e Jóni Brandão. Rui Sousa terá uma das últimas oportunidades de ganhar a Volta a Portugal (terá 37 anos na próxima edição), principalmente depois da saída do recordista David Blanco. A continuidade da carreira do David está dependente da existência de uma proposta que o agrade minimamente, o que não é fácil para os orçamentos das equipas portuguesas. Não é que ele seja muito exigente (tendo em conta a relação preço/qualidade), os orçamentos nacionais é que são baixos. E em Espanha também não será fácil, tendo as World Tour Movistar e Euskaltel-Euskadi os planteis fechados, igualmente a Caja Rural e estando a Andalucia com muitas incertezas. Caso se retire agora, pelo menos sai como recordista da Volta a Portugal, a sua corrida.
Além de David Blanco e António Amorim, saem Raúl Alarcon, Daniel Freitas... e Sérgio Ribeiro, que é a grande surpresa até ao momento. O que me surpreende mais não é a saída da Efapel, porque nenhum ciclista tem que ficar na mesma equipa eternamente, mas sim a ida para o Louletano-Dunas Douradas. Tendo em conta os rumores que oiço sobre a sua equipa de futebol (sou algarvio e vivo no Algarve, atenção), esperava que fizesse uma equipa de ciclismo modesta, mas parece que estão ambiciosos. Além de terem garantido o Sérgio Ribeiro e o Jorge Montenegro (boa temporada em 2012), parece que não querem ficar-se por aqui no que toca a figuras importantes. Não sei... ouvi dizer...
Certos estarão Micael Isidoro, Rui Vinhas e Eujeniu Cozonac.
Certos estarão Micael Isidoro, Rui Vinhas e Eujeniu Cozonac.
Enquanto profissional de Marketing, tenho muitas dúvidas a perceber por que motivos o patrocinador que mete o dinheiro aparece em segundo lugar no nome da equipa. Isto é, uma vez que os clubes depende de patrocínios e nenhum atravessa boa situação financeira, não acredito que o Louletano Desportos Clube ou qualquer outro clube tenha capacidade para montar uma equipa por si só, sem apoio de empresas que metam o dinheiro na conta. Neste caso, o Dunas Douradas terá que ser o principal financiador e faz-me mesmo muita confusão perceber esta forma de trabalhar. A mesma já foi implementada pelo CC Loulé em 2008, ano em que eram a mais fraca das equipas portuguesas, e em 2009 e 2010, anos em que o chefe da equipa era um ciclista que contratou todos os amigos e acabou ele e outro suspensos por processos que já vinham de antes. Aliás, nesses anos, com outra direcção (é importante de frisar que não era o mesmo clube) havia quem corresse quase de borla (se não mesmo de borla). Desses anos deveria ter-se retirado a lição de que, sem dar o primeiro lugar do nome aos patrocinadores, não se tem força para negociar e não se fazem boas equipas. Espero é que o dinheiro chegue no final de cada mês, até ao final do ano... e para todos os ciclistas de todas as equipas.
Algo que que não pode ser descuidado pelas equipas é a contratação de sprinters. Apesar de na Volta não existirem muitas hipóteses para eles, durante o resto da temporada são eles que disputam as vitórias.
O Louletano garantiu dois homens que podem conseguir um bom número de vitórias, Sérgio Ribeiro e Montenegro, a Carmim deverá continuar com Samuel Caldeira e a Efapel apostar em Filipe Cardoso. Penso que a LA deverá apostar em Bruno Sancho e a OFM-Valongo em Marco Cunha, apesar de ainda nenhum dos casos ser oficial. Um sprinter por equipa acaba por tornar-se pouco, porque apesar das provas serem poucos, são espaçadas e ninguém consegue estar em forma todo o ano. António Carvalho, vice-campeão de elites, continua livre, ao contrário de Pedro Paulinho, que vai para a Ceramica Flaminia, equipa filial da Saxo Bank.
A empresa Ceramica Flaminia foi patrocinadora principal de uma equipa Continental Profissional italiana de 2005 a 2010 (apesar de nos últimos anos estar registada na República da Irlanda para ter benefícios fiscais), e segunda patrocinadora da De Rosa-Ceramica Flaminia em 2011, tendo estado fora do pelotão em 2012. Agora regressa como patrocinadora principal de uma equipa virada para a formação.
Só para verem como o mundo do ciclismo é pequeno: em 2008 correu na Flaminia Ricardo Martins, então campeão nacional de contra-relógio que no final desse ano se viu forçado a terminar carreira por problemas de saúde. Tornou-se director técnico da PAD; ocupando o posto de Ricardo Scheidecker, um dos portugueses mais influentes no mundo do ciclismo. Scheidecker foi para a UCI, entretanto já trabalhou nas World Tour Leopard (2011), Radioshack (até meio de 2012) e Saxo Bank (a partir de meados de 2012). Enquanto estava na Radioshack, Fábio Silvestre foi para a sua filial Leopard Continental. Agora que está na Saxo Bank, Pedro Paulinho, Rafael Reis, António Barbio, Amaro Antunes e Rafael Reis vão para a filial da SB, a Ceramica Flaminia... onde correu o seu substituto na PAD Ricardo Martins.
É de louvar o que o Ricardo Scheidecker (que não conheço) tem feito pelos seus jovens compatriotas, que tanto precisam de uma mão para continuar atrás do seu sonho.
Além de António Carvalho, Bruno Sancho e talvez Fábio Silvestre (não sei se tem equipa), há dois outros portugueses que considero extremamente interessantes para as equipas nacionais e até mesmo os mais interessantes: Hernâni Brôco e Daniel Silva.
Apesar da passagem pela Caja Rural não ter corrido como esperado, 5º nas Voltas a Portugal de 2010 e 2011, vencedor na Senhora da Graça 2011 e 2º na Torre 2010, Hernâni Brôco poderá perfilar-se como uma dos favoritos à vitória na próxima Volta a Portugal. Igualmente Daniel Silva, 4º na Volta deste ano e mostrando uma grande evolução no contra-relógio, sendo agora um ciclista mais completo.
Se as negociações com a Efapel (confirmadas pelo próprio director desportivo) correrem bem, Brôco poderia fazer uma dupla muito forte com Rui Sousa, após as saídas de Blanco e Sérgio Ribeiro. Com excepção da Efapel e da LA (que tem Sabido), todas as equipas procuram um verdadeiro líder para a Volta.
Algo que que não pode ser descuidado pelas equipas é a contratação de sprinters. Apesar de na Volta não existirem muitas hipóteses para eles, durante o resto da temporada são eles que disputam as vitórias.
Jorge Montenegro mostrou qualidade em 2012 e é uma aposta do Louletano para 2013 |
O Louletano garantiu dois homens que podem conseguir um bom número de vitórias, Sérgio Ribeiro e Montenegro, a Carmim deverá continuar com Samuel Caldeira e a Efapel apostar em Filipe Cardoso. Penso que a LA deverá apostar em Bruno Sancho e a OFM-Valongo em Marco Cunha, apesar de ainda nenhum dos casos ser oficial. Um sprinter por equipa acaba por tornar-se pouco, porque apesar das provas serem poucos, são espaçadas e ninguém consegue estar em forma todo o ano. António Carvalho, vice-campeão de elites, continua livre, ao contrário de Pedro Paulinho, que vai para a Ceramica Flaminia, equipa filial da Saxo Bank.
A empresa Ceramica Flaminia foi patrocinadora principal de uma equipa Continental Profissional italiana de 2005 a 2010 (apesar de nos últimos anos estar registada na República da Irlanda para ter benefícios fiscais), e segunda patrocinadora da De Rosa-Ceramica Flaminia em 2011, tendo estado fora do pelotão em 2012. Agora regressa como patrocinadora principal de uma equipa virada para a formação.
Só para verem como o mundo do ciclismo é pequeno: em 2008 correu na Flaminia Ricardo Martins, então campeão nacional de contra-relógio que no final desse ano se viu forçado a terminar carreira por problemas de saúde. Tornou-se director técnico da PAD; ocupando o posto de Ricardo Scheidecker, um dos portugueses mais influentes no mundo do ciclismo. Scheidecker foi para a UCI, entretanto já trabalhou nas World Tour Leopard (2011), Radioshack (até meio de 2012) e Saxo Bank (a partir de meados de 2012). Enquanto estava na Radioshack, Fábio Silvestre foi para a sua filial Leopard Continental. Agora que está na Saxo Bank, Pedro Paulinho, Rafael Reis, António Barbio, Amaro Antunes e Rafael Reis vão para a filial da SB, a Ceramica Flaminia... onde correu o seu substituto na PAD Ricardo Martins.
É de louvar o que o Ricardo Scheidecker (que não conheço) tem feito pelos seus jovens compatriotas, que tanto precisam de uma mão para continuar atrás do seu sonho.
Além de António Carvalho, Bruno Sancho e talvez Fábio Silvestre (não sei se tem equipa), há dois outros portugueses que considero extremamente interessantes para as equipas nacionais e até mesmo os mais interessantes: Hernâni Brôco e Daniel Silva.
Apesar da passagem pela Caja Rural não ter corrido como esperado, 5º nas Voltas a Portugal de 2010 e 2011, vencedor na Senhora da Graça 2011 e 2º na Torre 2010, Hernâni Brôco poderá perfilar-se como uma dos favoritos à vitória na próxima Volta a Portugal. Igualmente Daniel Silva, 4º na Volta deste ano e mostrando uma grande evolução no contra-relógio, sendo agora um ciclista mais completo.
Se as negociações com a Efapel (confirmadas pelo próprio director desportivo) correrem bem, Brôco poderia fazer uma dupla muito forte com Rui Sousa, após as saídas de Blanco e Sérgio Ribeiro. Com excepção da Efapel e da LA (que tem Sabido), todas as equipas procuram um verdadeiro líder para a Volta.
À parte de tudo isto, a sub-23 Liberty Seguros/Santa Maria da Feira também já divulgou parte do plantel, com Frederico Figueiredo, Leonel Coutinho, Flávio Cipriano, Diogo Santos, Rúben Castro e os reforços David Rodrigues e Samuel Magalhães (ex-ASC-Vila do Conde), Zulmiro Magalhães, Fábio Oliveira e Ricardo Teixeira (ex-Liberty Seguros junior) e Rúben Guerreiro (ex-Crédito Agrícola júnior). Em tempos de crise, é de enaltecer o trabalho feito em Santa Maria da Feira, que há dez anos consecutivos é a melhor equipa sub-23 nacional, aproveitando os frutos da casa e trabalhando-os de modo a serem grandes profissionais. Obviamente que equipas profissionais e amadoras têm necessidades diferentes, mas são um excelente exemplo a seguir.
* Relembro que apenas 2 patrocinadores podem estar no nome oficial da equipa, como acontece com a Carmim-Prio (sem Tavira no nome oficial), a Radioshack-Nissan (sem Trek) ou a Garmin, que começou a temporada como Garmin-Barracuda e, quando a Sharp se chegou à frente a meio da temporada, mudou o nome oficial para Garmin-Sharp, sem "Barracuda"... porque só podia ter 2. Fica a informação.
Estava convencido que o Brôco já tinha assinado pela LA..desta forma é uma surpresa para mim a possibilidade de ele integrar a Efapel e não acredito que a LA apostando única e exclusivamente no Hugo Sabido consiga repetir o que fez na última Volta a Portugal, Sabido parece-me pouco para uma Volta a Portugal, no entanto não lhe quero tirar o mérito em relação ao que ele fez em 2012.
ResponderEliminarAinda acredito que o professor José Santos consiga dar a volta à situação e o Boavista vá para a estrada como equipa continental, se assim não for Daniel Silva será de facto o corredor mais apetecível neste mercado de contratações e dentro das possibilidades das equipas nacionais..aliás tanto o Daniel Silva como o David Blanco (e estou só a pegar em ciclistas que correram em Portugal esta época) serão aqueles com quem as nossas equipas gostariam mais de contar..e se a equipa do Tavira ainda não se mexeu tinha aqui uma boa oportunidade de assegurar não só duas mais valias como potenciais vencedores da próxima Volta a Portugal.