domingo, 5 de maio de 2013

Revista da Semana: Giro fala english, Azerbaijão com toque português

Arrancou este fim de semana o Giro d'Itália com domínio dos súbitos da coroa britânica: Mark Cavendish venceu a primeira etapa e a Sky o contrarrelógio coletivo da segunda. Mas durante a semana houve mais ciclismo, com presença portuguesa no Azerbaijão e em Espanha.

Volta a Itália

Mark Cavendish (Omega Pharma) entrou da melhor forma na Volta a Itália. Se muitos diziam que Cavendish dependia do seu comboio para vencer na HTC, vitórias como a de ontem mostram que Cav, quando está em forma, pode vencer de qualquer modo. A Orica fez um grande lançamento para Matthew Goss mas o australiano não foi capaz de finalizar o trabalho. Cav deixou Elia Viviani (Cannondale) em 2º e Nacer Bouhanni (FDJ) em terceiro.

No contrarrelógio coletivo a Sky foi a mais forte e deu a liderança a Salvatore Puccio. Deixar a camisola rosa em Puccio e não num trepador é duplamente benéfico para a Sky. Por um lado, dá o prémio a um italiano, por outro passa a responsabilidade das conferências de imprensa para um ciclista sem grandes responsabilidades na montanha. Enquanto todos os chefes-de-fila e seus gregários vão para o hotel descansar para o dia seguinte, o camisola rosa tem que "perder tempo" com a cerimónia protocolar e as entrevistas pós-etapa. Desta forma, será Puccio o "sacrificado" e certamente que ele não se importa nada de liderar a volta ao seu país.

Como esperado, as diferenças foram pequenas para quase todos os favoritos. Exceção feita para Samuel Sánchez, que perdeu um minuto.

As próximas duas etapas preveem-se interessantes mas a grande atração da semana será o contrarrelógio de sábado, o qual todos devemos temer. Para bem da corrida, é de esperar que Wiggins não abra grandes diferenças para concorrência.

Volta ao Azerbaijão

A Volta ao Azerbaijão veio a confirmar-se uma prova sem grande interesse mediático, dominada por ciclistas desconhecidos de equipas desconhecidas. Desportivamente também só terá interessado aos vencedores, pois as diferenças de tempo foram enormes, fruto da falta de patrões em prova que assumissem as suas responsabilidades. Não havia patrões, não havia responsabilidades e as diferenças de tempo foram enormes.

Os spots publicitários fizeram melhor promoção do país do que a prova em si, mas não significa que esta tenha sido um fracasso. Se um Governo pretende fazer uma grande prova de promoção a partir do nada (ou do quase nada), tem duas hipóteses. Ou recorre ao conhecimento (know how) de quem tem experiência, como fizeram no Qatar e em Omã com os organizadores do Tour, ou aprende, como fez a Turquia e como está a fazer o Azerbaijão. Naturalmente que o processo de aprendizagem é demorado e é preciso ir passo-a-passo. Se a nível organizativo tudo correu bem este ano, então a Volta ao Azerbaijão está no bom caminho.

A Efapel-Glassdrive esteve em destaque todos os dias. César Fonte foi o primeiro líder da montanha, Ricardo Vilela o segundo, e apesar de terem deixado escapar esta classificação, levaram a classificação coletiva, com direito a bandeira portuguesa no pódio.

O vencedor foi um tal de Sergiy Gretchyn, da Torku Seker Spor, a mesma equipa que havia vencido a Volta à Turquia. Joni Brandão foi sexto e Ricardo Vilela décimo.


Outras Provas

Simon Spilak venceu o Rund um den Finanzplatz Eschborn, em Frankfurt, uma prova de categoria .HC da qual só mesmo os alemães devem conseguir decorar o nome. É a terceira vitória da temporada para Spilak, depois do GP Miguel Indurain e uma etapa na Volta à Romandia, onde também foi segundo na classificação geral. Juntando a isso o 4º na Andaluzia, 6º no Paris-Nice e 4º no País Basco, tem sido um dos melhores da temporada.

Nos 4 Dias de Dunkerque, prova em que Rui Costa conquistou a primeira vitória profissional (2009), Arnaud Demare (FDJ) foi o grande dominador, vencedo três etapas e a classificação geral.

Na Volta à Comunidade de Madrid, Javier Moreno (Movistar) foi o mais forte batendo nos últimos metros Mikel Landa (Euskaltel) e Delio Fernández (OFM-Quinta da Lixa), que está a fazer uma primeira metade de temporada muito boa. Jorge Montenegro (Louletano) venceu a classificação da montanha, depois de marcar presença numa fuga de sete ciclistas em que também esteve Alejandro Marque (OFM).

No México, Carlos Oyarzun (Louletano) sagrou-se campeão pan-americano de contrarrelógio.

Wildcards Vuelta

Depois dos wildcards para o Tour, esta semana foram anunciados os convidados para a Vuelta: Caja Rural, Cofidis e NetApp. Se a Caja Rural e a Cofidis já estavam praticamente certas e são presenças habituais, a NetApp será uma estreia na prova, depois de no ano passado estar no Giro. José Mendes deverá ser um dos escolhidos para o principal objetivo da equipa, onde corre também David de la Cruz, quinto na última Volta a Portugal.


Próxima semana

De quinta-feira até sábado disputar-se-á a Volta a Berlim, prova para o escalão sub-23 que terá a presença da seleção nacional em busca de pontos para o apuramento para o Mundial. Em quatro dias serão quatro etapas planas e um contrarrelógio, onde se deverá decidir a classificação geral. Os portugueses selecionados são António Barbio, Leonel Coutinho, Hélder Ferreira, Ricardo Ferreira, Daniel Freitas e Rafael Reis, uma equipa forte e que poderá fazer uma boa prova.

Portugal também representando na Volta às Astúrias, agora com apenas duas etapas. Será no fim de semana e contará com Louletano, OFM e Rádio Popular.

E haverá, claro, o Giro d'Itália.

4 comentários:

  1. Foi uma pena o Ricardo Mestre ter caído a 1500m da meta pois a Euskatel ia a fazer um excelente crono.

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  2. imaginei um problema mecânico ou uma queda para o Mestre ter ficado para trás numa das suas especialidades...

    Impressionante a vitória do Cav. 3 recuperações e todo o azar, fica só com 1 colega, que lhe salta a corrente, fecha o espaço, vai a saltar para a frente aparece-lhe o hondo e tem novamente de ir busca-los... fantastico!

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  3. Obrigado pelos comentários!

    Rapior e Luís Caldas, segundo o diretor desportivo, foi um furo. Uma pena para o Ricardo e para a Euskaltel.

    Cumprimentos

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  4. Fui traído pelo meu espanhol pois li pinchazo e associei a queda mas realmente é furo.

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