quinta-feira, 11 de julho de 2013

Com que equipas chegará o World Tour a 2014?

A crise no ciclismo nacional não é recente mas também no World Tour está a chegar a um nível muito preocupante. Os responsáveis da Vacansoleil-DMC e da Euskaltel-Euskadi estão a fazer um enorme esforço para manter as respetivas equipas na estrada e também duas das Continentais Profissionais habituais da Volta a França, Europcar e a Sojasun, não têm assegurada a continuidade em 2014.

Já aqui se falou do fracasso do World Tour e a UCI até anunciou algumas novidades para implementar a partir de 2015, mas as mudanças nas bases do WT poderão ser forçadas já em 2014. É que das atuais 19 equipas de categoria máxima, duas estão com o futuro muito incerto e não se vislumbram substitutas.

Relembre-se que o World Tour apenas deveria ter 18 equipas e apenas teve 19 candidatas para 2013, ficando inicialmente de fora a Katusha. No entanto, os russos recorreram da decisão ao Tribunal Arbitral do Desporto, que lhes deu razão e obrigou a UCI a alargar o lote para 19 conjuntos.

A Euskaltel-Euskadi teve sérias dificuldades em garantir a continuação no World Tour em 2013 por motivos financeiros e por falta de pontos. A questão financeira foi solucionada pela empresa Euskaltel, que assumiu a fatia das instituições bascas no orçamento, passando o seu contributo de 3,5 para 7 milhões de euros. E a falta de pontos dos seus ciclistas foi solucionada através da contratação de vários homens de fora do País Basco, como Ricardo Mestre. Entretanto a situação piorou.

Para 2014 a empresa de telecomunicações não irá tão longe e, ou os responsáveis da equipa encontram novo patrocinador, ou é impossível manter uma equipa que este ano está orçamentada em 9 milhões de euros.

A Vuelta já virá tarde, pelo que o Tour é fundamental. Não há espaço de manobra para que Mikel Nieve (15º) ou Igor Antón (20º) tentem entrar no top-10. É preciso empenho máximo na busca por uma vitória de etapa.

A equipa Vacansoleil-DMC também não está melhor. Se a Euskaltel-Euskadi "apenas" precisa de um patrocinador que garanta cerca de 40% do orçamento, na equipa holandesa a carência estará entre os 70 e 85%, pois tanto a Vacansoleil como a DMC já anunciaram que não manterão o patrocínio e ainda não há substitutos conhecidos. Ao que parece, os ciclistas tiveram autorização para procurarem novo destino,enquanto a indefinição se mantém.

Dentro da formação holandesa há vários ciclistas que podem lutar por etapas no Tour, mas no global têm estado muito longe do que se esperava. Esta segunda metade de prova será muito importante e certamente também muito atacada.

Se Euskaltel-Euskadi e Vacansoleil-DMC não conseguirem a salvação (e desejo profundamente que o consigam), restarão apenas 17 equipas World Tour, sobrando uma vaga. Quem poderia ocupar essa vaga? Europcar parece a resposta mais óbvia, mas a equipa de Voeckler também não tem a sua continuidade assegurada.

O diretor geral Jean-René Bernaudeau pretende um orçamento de 10,5 milhões de euros para subir ao World Tour, mas para já não tem garantir nem de ser Continental Profissional. A empresa Europcar apenas tomará uma decisão em setembro e a equipa não pode esperar. Apresentar a solução antes do arranque do Tour não foi possível e a prestação da equipa gaulesa está a ser aquém dos últimos anos, completamente arredada do top-10 da classificação geral e sem vitórias até ao momento, apostam tudo na classificação da montanha (Pierre Rolland lidera) e numa possível vitória na última semana.

Outra equipa francesa que tem tido presença assegurada no Tour e não deverá deixar de ser das preferidas dos organizadores é a Sojasun, mas para continuarem a participar na Volta a França terão que encontrar um novo patrocinador. A saída da Saur fez com que a Sojasun tivesse que reforçar o seu investimento para este ano, mas dificilmente continuará nesta situação na próxima temporada. Também para eles, os próximos dias são muito importantes e vencer uma etapa poderia ser decisivo.

Continuando a falar de equipas Continentais Profissionais mas de situações mais tranquilas, a IAM Cycling fez saber que não tem interesse em subir de escalão antes de 2015. Primeiro quer encontrar um segundo patrocinador.

E entre as World Tour duas mudanças estão asseguradas. Além da já aqui falada compra da licença da Leopard por parte da Trek, o Tinkoff Bank deverá assumir o papel de principal patrocinador da equipa de Alberto Contador e Bjarne Riis. Oleg Tinkoff, que tem tanto de excêntrico como de milionário, não quer ser apenas segundo patrocinador e vai aumentar o investimento para que a equipa seja Tinkoff-Saxo... ou apenas Tinkoff Bank.

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