sábado, 2 de novembro de 2013

10 momentos marcantes de 2013

Uma listagem de dez momentos que marcam a temporada 2013, desde o ataque de Cancellara para a vitória na Volta a Flandres até ao ataque de Rui Costa para o título mundial.

Ataque de Cancellara no Paterberg (Flandres)
Depois da queda que o tinha colocado fora da discussão na Volta a Flandres e Paris-Roubaix do ano anterior, era ano de vingança para o suíço. Atacou na última passagem por Oude Kwaremont e apenas Peter Sagan foi capaz de aguentar na sua roda, juntando-se a Jurgen Roelandts que já seguia na frente. A subida para o Paterberg representava a última oportunidade para o suíço se livrar da concorrência, sobretudo de Sagan, ou iria novamente com o eslovaco para os últimos metros, como acontecera duas semanas antes na Milano-Sanremo.
Roelandts foi o primeiro a ceder, Cancellara impôs o ritmo mais intenso que conseguiu, pedalando forte, rápido. Passa a primeira moto entre ele e Sagan, logo a seguir coloca-se entre eles uma moto de apoio mecânico e significava que a diferença entre eles era suficientemente significativa. Estava ganha a segunda Volta a Flandres de Cancellara.


Cancellara vs Vanmarcke no Velódromo
Uma corrida espetacular de Sep Vanmarcke. Stijn Vandenbergh e Zdenek Stybar seguiam na frente mas incidentes com adeptos fizeram que, primeiro Vandenbergh, depois Stybar, ficassem irremediavelmente para trás. Sep Vanmarcke foi o único capaz de aguentar com Cancellara, o grande favorito à partida. E o belga nunca mostrou temer Spartacus..
Vanmarcke foi quem mais puxou nos últimos quilómetros, assumiu a dianteira do duo e apenas na última reta da pista de Roubaix Cancellara o conseguiu ultrapassar. Nova vitória de Cancellara no Inferno do Norte, mas a mais difícil das suas três.


Queda de Wiggins em Pescara (Giro)
Bradley Wiggins iniciou 2013 como vencedor em título do Tour e candidato principal à vitória do Giro, seu grande objetivo da temporada. Uma queda na sétima etapa da prova levou a que perdesse minuto e meio para o grupo principal, mas o mais dramático foi ver o medo com que encarava as descidas. Desistiria no final da décima segunda etapa.

A neve do Giro
A neve já tinha marcado a Milano-Sanremo, fazendo com que a mais longa prova fosse encurtada cinquenta quilómetros, mas o mau tempo não faria estragos apenas em março. No Giro levou a que várias etapas fossem modificadas e uma das mais duras até cancelada. Fica também na memória as imagens da última chegada ao alto, em que Nibali se impôs a Urán, Betancur e Fábio Duarte em Tre Cime di Lavaredo.


Contrarrelógio do Critérium du Dauphiné
Talvez o menos visível destes dez, mas um momento que deixou uma mensagem muito forte. Chris Froome foi apenas terceiro, mas ganhou 2'38'' a Valverde, 2'57'' a Joaquim Rodríguez e, principalmente, 2'46'' a Alberto Contador. Ficava claro que existia uma grande distância entre Contador e Froome, que se viria a manter no Tour.

Froome arrasa em Ax-3-Domaines

Na primeira chegada em alto do Tour, Froome arrasou! Deixou toda a concorrência a mais de um minuto. É preciso recuar até 2001 para encontrar uma demonstração tão grande de superioridade de um homem face a todos os outros na primeira chegada em alto do Tour. Foi Lance Armstrong, no Alpe d'Huez.
Logo no dia seguinte a Sky mostraria enormes fragilidades, inclusive com Vasil Kiryienka a chegar fora de controlo. Mas Froome venceria o Tour com mais de quatro de minutos de vantagem sobre Nairo Quintana.

Rui Costa na Croix Fry
Rui Costa tinha ficado arredado da luta pelo top-10 quando Valverde furou e toda a equipa, exceto Nairo Quintana, esperou para tentar recolar o chefe-de-fila. Depois disso venceu uma etapa e três dias estava novamente em fuga, nos Alpes, com montanhas como o Col du Glandon, Madeleine e Croix Fry pela frente. Na última dificuldade do dia, o português controlou os primeiros ataques, esperou o seu momento e então atacou para a vitória, numa etapa duríssima da Volta a França.
Terminava assim um ciclo dourado de seis semanas, com duas etapas da Volta à Suíça, a classificação geral da prova helvética e duas etapas no Tour.


A confirmação de Quintana
Nairo Quintana atacou na subida para Pailhères, na primeira etapa de montanha do Tour, para endurecer a corrida a favor de Valverde. Mas Quintana seria muito mais do que um cartucho da Movistar. Seria uma das maiores figuras do Tour.
O colombiano tem um percurso ao alcance de poucos. No começo do ano foi um dos mais forte nas Volta à Catalunha e venceu a Volta ao País Basco, mas desde a Liège-Bastogne-Liège que não competia e não se sabia em que condição chegaria ao Tour. Foi segundo, venceu uma etapa, a classificação da juventude e a da montanha. Depois a Volta a Burgos, o que acaba por ser quase irrelevante comparativamente ao enorme Tour que fez.



Chris Horner vence no Alto de Hazallanas
Hazallanas não significa nada. Já hazaña significa façanha e foi isso que Chris Horner fez no Alto de Hazallanas. O norte-americano já tinha vencido na terceira etapa e assumido aí a liderança da prova, para perde-la no dia seguinte. Mas foi à décima etapa, a última na Serra Nevada, que Chris Horner enviou uma mensagem muito clara a toda a gente: quase aos 42 anos de idade, era candidato a vencer a Vuelta.
Atacou a 4,5 quilómetros da meta e ninguém o conseguiu seguir, ganhando 48 segundos a Nibali e mais de um minuto aos restantes concorrentes. Voltava a liderar a prova, voltaria a perder a liderança no dia seguinte (contrarrelógio), mas no final a camisola vermelha seria mesmo sua.

Ataque de Rui Costa em Florença
Mais do que o sprint final, há dois momentos do Campeonato do Mundo 2013 que me ficarão na memória. O primeiro foi quando Rui Costa ultrapassa a Via Salviati, última dificuldade do percurso, logo na cola de Valverde e Nibali. O segundo é o momento em que Rui Costa ataca e se livra de Nibali e Valverde e vai atrás de Rodríguez par a vitória. Aí, a pouco mais de mil e quinhentos metros do final, o português passou a ser o principal candidato ao ouro e ao arco-íris, que viria a conquistar.

6 comentários:

  1. Sinda me arrepio a ver o Rui Costa em Florença :)) mas grande escolha de momentos...parabéns Rui Quinta

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  2. Mais que no Ax3 Domaine foi a exibição do Froome no Mount Ventoux.

    E falta uma menção à etapa do Tony Martin na Vuelta.

    De resto concordo com o top.

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  3. Para os portugueses é dificil acreditar que no futuro haverá uma corrida mais espectacular e emotiva do que a que assistimos nos mundiais de florença...

    Simplesmente fantástica...

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  4. para mim o mount ventoux foi bem mais marcante, que o ax3 domaine.

    o contra relogio fantastico do rui na suiça também, para mim, foi mais marcante que, por exemplo, a queda do wiggins e as descidas dele a 5 à hora.

    e como alguém também já se lembrou da etapa do tony martin na vuelta, o cancellara foi f***** para ele, lixou-lhe a etapa.

    quanto às exibições do horner, por culpa do amstrong e companhia não consigo dar-lhe credito, (se calhar merece) substitui-a pelas exibições dos jovens franceses na vuelta.

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  5. Boas escolhas e comentários como sempre. Faltou a meu ver a vitória plena de oportunidade de Roman Kreuziger no novo percurso final da Amstel Gold Race.

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  6. Já estou ansioso por uma crónica com os aspectos positivos e aspectos negativos do possível regresso de Vitor Gamito ao pelotão português!

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