Quase tudo está pronto para o arranque de mais uma
temporada, mais uma vez entre San Luís, na Argentina, e Adelaide, nas terras do Sul, Down Under. Depois virão para a Europa, onde se espera uma
excelente Volta ao Algarve, talvez a melhor desde… sempre.
Tudo pronto são novos equipamentos, novas cores, algumas
mudanças de equipa. Foi um defeso morno a nível internacional e nenhum dos ciclistas dominantes de
2015 mudou de equipa, pese alguns corredores de referência o terem feito.
Etixx, Cannondale e Sky são três das equipas que tiveram
mudanças mais significativas para 2016. A histórica belga deixou sair dois
ex-campeões mundiais, Kwiatkowski e Cavendish. O polaco pretende
apostar nas provas de três semanas mas o diretor geral Patrick Lefevere não lhe
augura grande futuro nessa rota. Amigos como antes, mas Kwiatkowski e a
Etixx-Quick Step seguem por caminhos diferentes. Michal Kwiatkowski vai para a Sky. E
Mark Cavendish vai para a Dimension Data, ex-MTN-Qhubeka, mostrando que a
formação belga também já não está disposta a apostar em Cav tudo o que este
precisava e pedia. Para o seu lugar entra Marcel Kittel, um dos grandes
dominadores de 2014 mas que em 2015 não pôde correr grandes provas. Também sai Rigoberto Urán
para a Cannondale e da Cannondale chega Daniel Martin. Urán precisava de uma
equipa disposta a encarar as grandes voltas com um bloco em seu redor, algo que
nunca teve na Quick Step, e esta precisava de alguém mais disposto a correr
sozinho as grandes voltas e de um líder para as Ardenas. Esse é Daniel Martin.
À parte da qualidade, interessam as características, e o que
não serve para os ineresses de um serve para outro. A Cannondale procurava uma nova aposta para as
grandes voltas e encontrou-a com Rigoberto Urán e Pierre Rolland, deixou sair
Daniel Martin e Ryder Hesjedal, o 5º no último Giro mas já com 35 anos. Também
sai o campeão mundial sub-23 de 2013, Matej Mohoric.
A Sky perde Richie Porte. E em troca entram Michal
Kwiatkowski, Mikel Landa, Beñat Intxausti e alguns jovens de quem a Sky espera
muito… mesmo que a Sky tenha alguns maus exemplos com jovens talentos (Joe
Dombrowski à cabeça, Joshua Edmondson, Andrew Fenn…).
Richie Porte, cansado de ser o braço-direito de Froome (ou o
esquerdo de Wiggins), sai em busca do seu espaço próprio. Será na BMC de Tejay
Van Garderen. A BMC já fez saber que Porte não se mudou para ser líder no Giro,
mas no Tour, onde dividirá essa liderança com o norte-americano que estava a ser um
dos melhores no Tour até ao segundo dia de descanso (malditos dias de
descanso).
Muito desfalcada ficou a Lampre. Entrou Louis Meintjes mas a equipa viu sair muitas das principais figuras: Nelson
Oliveira, Rafa Valls (Lotto), Ruben Plaza (Orica), Niccolo Bonifazio (Trek) e
Filippo Pozzato (Southest).
Nelson Oliveira ruma à Movistar, onde entram também Daniel
Moreno e Carlos Betancur, o colombiano à procura de voltar à sua versão mais
leve. Já Daniel Moreno chega depois de romper com a Katusha.
Na equipa russa também sai Yuri Trofimov (para a Tinkoff),
10º no Giro e figura de destaque nas ruas de Copacabana. Entra Rein Taaramae
depois de uma época de bom nível na Astana e Jurgen Van Den Broeck, outro que
procura reencontrar-se.
A Giant perdeu Kittel mas confia em John Degenkolb para ser
a maior figura. E em Tom Dumoulin. Para ajudar o holandês foi buscar o seu
amigo Laurens Ten Dam. A Trek apostou nas contratações do jovem Bonifazio e em
Hesjedal.
Não há novas equipas porque os atuais regulamentos da UCI
tornam muito difícil que alguém esteja disposto a tudo o que é necessário para
criar uma formação de raiz e coloca-la no topo. Mas ao World Tour chega a
sul-africana Dimension Data, quase obrigada pela UCI. Além de Mark Cavendish e do seu comboio, à antiga MTN chegam Igor Antón,
Konstantin Siutsou, Cameron Meyer, Omar Fraile e Nathan Haas.
No escalão secundária, a Europcar passa a ser Direct
Energie. Perdeu Rolland e Cyril Gauthier mas reforçou-se com Sylvain Chavanel
para juntar a Bryan Coquard e Thomas Voeckler. E no Brasil a Funvic sobe a
Continental Profissional. Ainda que o plantel não permita grandes aspirações.
Portugueses, Domingos Gonçalves junta-se ao irmão José na
Caja Rural. O campeão nacional sub-23 Nuno Bico vai para a Klein Constantia,
equipa continental satélite da Etixx.
Termina carreira um dos ciclistas mais dominantes da última
década e meia, Ivan Basso, agora com 38 anos. Também Campbell Flakemore, de 23
anos. Foi campeão mundial sub-23 de contrarrelógio em 2014 e tinha contrato com
a BMC, mas, vai-se lá saber porquê,
não terá gostado do ciclismo profissional. Como Dan Olivier (23 anos, Giant),
que abandonou em junho.
Outros veteranos que deixam é Pablo Lastras (19 anos na
mesma estrutura) e Alexander Kolobnev – dois vice títulos mundiais, bronze nos
Jogos de Pequim e sócio de Vinokourov. E acaba a Team Colombia.
Tom Boonen arranca para o Algarve |
Sem comentários:
Enviar um comentário