sábado, 14 de agosto de 2010

Surpresas e estranhezas


Ontem disse eu que a LA deveria ganhar por equipas pois tinha o Brôco, o Sabido, o Filipe Cardoso e o Zé Mendes que, ainda que sendo piores que Bernabeu no contra-relógio, eram todos eles melhores que os restantes homens da Barbot. Enganei-me. Não só porque o Bernabeu fez um contra-relógio surpreendente mas principalmente porque o Rui Sousa se tornou contra-relogista. Convenhamos que não é muito normal o Rui Sousa que todos conhecemos, num contra-relógio tão plano, ser 9º a apenas 1m09. Em 2008, a lutar pelos primeiros lugares e num percurso da mesma distância mas mais acidentado e para as suas características, foi 38º a mais de 4m. Prefiro ficar-me por aqui.
O Blanco manteve a sua liderança sem grandes problemas e amanhã estará de amarelo em Lisboa como se esperava deste o momento em que se viu a lista de inscritos. O Bernabeu será 2º, o Pardilla 3º, o Sinkewitz 4º e o Brôco 5º. Estiveram os 4 em grande nível apesar do Bernabeu falhar o objectivo de vencer, coisa em que eu nunca acreditei.
O Mestre, mesmo a trabalhar para os colegas e por isso abdicando da sua classificação nas etapas mais duras, termina em 8º, dando alguma razão ao que eu dizia à partida de ser ciclista para lutar pelo pódio quando for líder. No contra-relógio de hoje foi 12º.
Com o Ricardo Vilela a perder a camisola da juventude, a Madeinox-Boavista perde o seu abono desta Volta. A não ser que surpreenda toda a gente amanhã, é uma Volta muito fraquinha. Exceptuando o João Benta na Senhora da Graça e o Sérgio Sousa em Santo Tirso, o destaque foi nulo. Houve ciclistas a mostrar que nunca deviam ter passado a profissionais e outros que já estão muito longe do seu melhor. Mas, entre as portuguesas, a equipa mais fraca foi Loulé. O facto da equipa ter o nome do clube e não do patrocinador mostra bem o nível de conhecimento que há para aqueles lados sobre esta coisa do ciclismo profissional. Os espanhóis estiveram muito mal e os portugueses acompanharam, com excepção de Daniel Silva. Basta olhar para os 9 escolhidos para a Volta e ver que a qualidade não é requisito, apesar de 3 ou 4 ciclistas a terem. Pode ser que alguma destas equipas salve amanhã a sua prestação, mas duvido.
Ah, e claro que não concordo com a existência de prémio da combatividade num contra-relógio. Mais vale que mudem o nome.
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Os irmãos Schleck tornaram oficial que para o ano vão correr na nova equipa luxemburguesa, o que funciona como confirmação de que vai mesmo haver equipa. Apesar de não deverem nada aos irmãos luxemburgueses, Fuglsang, Voigt, O’Grady, Nicki Sorense, Chris Anker Sorensen e Klemme já mostraram interesse em deixar a Saxo Bank para ir para a nova equipa. Entre Contador e Schlecks, já fizeram a sua opção.
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Zubeldia ganhou hoje o Tour de l’Ain, uma prova francesa para a qual apontou baterias depois de saber que não pode ir à Vuelta porque a seu equipa, na visão dos organizadores, não tem qualidade suficiente.

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