terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Os wild cards para Giro, Tour e Vuelta

A RCS Sport, organizadora do Giro d'Itália, anunciou hoje a lista de equipas convidadas para a grande volta italiana e de fora deixou a Katusha, que se encontra num mar de incertezas. Depois de em 2012 ter deixado de fora a Acqua & Sapone e ter levado ao final da histórica equipa italiana, para 2013 optou por convidar todas as equipas transalpinas. Falta agora saber quais os convites atribuídos para Tour e Vuelta.

Volta a Itália

Androni, Vini Fantini, Bardiani-CSF e Colombia são as quatro equipas que se juntarão às 18 World Tour no próximo Giro d'Itália. Apesar do final da Acqua & Sapone, após 9 anos de profissionalismo, o diretor do Giro afirmou que se interessava pelos adeptos de todo o mundo e não apenas com os italianos, motivo pelo qual tinha convidado a alemã NetApp para a última edição. Para este ano, com a certeza de que a Androni seria convidada (por ser a melhor Continental Profissional italiana de 2012), faltavam entregar três convites, para as quais se colocavam como favoritas a Vini Fantini (Chicchi, Gatto, o ex-vencedor Garzelli e Rabottini, vencedor da montanha em 2012), a Colombia (Fabio Duarte, Atapuma, Esteban Chaves e Leonardo Duque) e a Katusha (que dispensa apresentações).

As restantes candidatas eram a Bardini-CSF, Caja Rural (de André Cardoso e Manuel Cardoso), Europcar, IAM Cycling, NetApp-Endura (de José Mendes), Sojasun e Team Novo Nordisk.

A Katusha acabou por ficar de fora e a vaga que se julgava sua foi para a Bardini-CSF, uma equipa modesta, que perdeu Pozzovivo e Brambilla, e onde nenhum ciclista ultrapassa os 25 anos de idade. A Katusha foi excluída do World Tour por razões de ética (vários casos de doping e vários ciclistas a ser investigados) e essa também pode ser a razão para ficarem de fora das escolhas da RCS. Joaquim Rodríguez ter anunciado muito cedo a sua ambição de ir ao Tour e ignorar o Giro também poderá ter pesado desfavoravelmente, mas não é de excluir uma terceira hipótese: uma vez que a equipa russa ainda tem em andamento no TAS um pedido para se juntar ao World Tour, a RCS Sport pode ter optado por esperar uma decisão do TAS favorável aos russos e então ser obrigada a aceita-los, ficando assim com uma equipa a mais do que o permitido (mas com todas as grandes e todas as italianas).

De qualquer forma, para já a Katusha está de fora e relança o debate: não seria preferível reduzir o número de ciclistas por equipa de 9 para 8 e aumentar o número de equipas de 22 para 25? Afinal de contas, é assim que acontece em todas as provas, exceto Giro, Tour, Vuelta... e Volta a Portugal. As equipas grandes, que gostam de ter muitos ciclistas para controlar as provas, certamente protestariam, mas as pequenas, que dependem dos convites para as grandes voltas, agradeceriam.

Nas suas outras três provas World Tour, Tirreno-Adriático, Milano-Sanremo e Il Lombardia, a RCS Sport alargou horizontes. Para o T-A convidou apenas quatro entre sete possíveis: a Vini Fantini, a russa Katusha, a alemã NetApp e a sul-africana MTN-Qhubeka. Na Milano-Sanremo e na Il Lombardia, além das italianas Androni e Vini Fantini, diversificou a sua aposta pelo globo. A suíça IAM Cycling, a francesa Europcar e a Katusha estarão em ambas as provas, a MTN e a Bardini na MSR e a Colombia e a NetApp na Lombardia,

Volta a França

Para o Tour e a para a Vuelta não se sabe quais as equipas candidatas a wild cards, mas para a prova francesa não é difícil de antever que a Europcar e a Cofidis tenham vaga assegurada. A Sojasun teve participação modesta em 2012, tal como já tinha tido em 2011, mas tudo indica que voltará a ser convidada, pois a Volta a França é a grande volta que mais protege as equipas do seu país.

Quem também deve ter vaga assegurada é a Katusha, principalmente depois de Joaquim Rodríguez manifestar o seu interesse em estar presente, mas para já a equipa russa tem outros assuntos a resolver. À espera de uma surpresa está a francesa Bretagne (a nacionalidade é o único ponto forte) e a suíça IAM Cycling, de Heinrich Haussler, Tschopp, Lofkvist, Gustav Erik Larsson, Elmiger e Sébastien Hinault. Nada de extraordinário mas desportivamente a IAM parece-me superior à Sojasun, e tendo em conta as incertezas em torno da Katusha, podem os suíços acreditar na surpresa.

Volta a Espanha

Agora sem a Andalucia, há uma vaga por preencher na Vuelta. A Caja Rural tem que ser convidada depois da vitória de Antonio Piedra nos Lagos de Covadonga em 2012 e a Cofidis tem que ser convidada por ser uma histórica da prova e porque a empresa Cofidis patrocina a Vuelta. Argos-Shimano foi convidada nos últimos dois anos (a Shimano também patrocina a Vuelta) mas já não necessita de wild card, uma vez que entrou para o World Tour, podendo esse convite passar para a Katusha de Rodríguez, Daniel Moreno, Vicioso, Florencio e Losada. Para a vaga sobrante, a Colombia pode ser uma grande candidata, mas a Europcar também pode entrar na corrida (especialmente depois de falhada a candidatura ao Giro) ou a IAM.

Para já, resta esperar.

3 comentários:

  1. Ora aí está! Desde uns anos que penso nisso de se retirar um ciclista e assim poderia se ter mais 3 equipas! Para mim é uma medido muito boa, pois se querem internacionalizar o ciclismo então um maoir número de equipas nas grandes voltas poderia ser interessante.

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  2. A IAM no Tour, apesar de não terem nenhum grande líder, têm corredores que podem lutar pela KOM (Tschoop principalmente) e outros para fugas (Lovkvist, Haussler e Larsson). Muito melhor que qualquer equipa francesa na verdade.
    Relativamente à Colombia, tendo em conta que vão participar no Giro, duvido que tenham profundidade para serem competitivos em duas grandes voltas. É uma equipa de jovens onde até agora apenas Fabio Duarte, Darwin Atapuma e Esteban Chaves demonstraram poder atingir resultados.

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  3. Vuelta pro ano em 2014 vem a portugal faz noticia sobre isso

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