Como resumir uma semana tão rica em competições? Daniel
Martin causou uma meia surpresa e venceu a Volta à Catalunha à frente de gente
como Joaquim Rodríguez ou Bradley Wiggins, a Sky conseguiu a dobradinha no
Critérium Internacional com Froome e Porte, Fabian Cancellara e Peter Sagan
deram duas demonstrações de classe na Bélgica e Fábio Silvestre venceu uma
etapa em França. Tudo isto em análise na 8ª edição da Revista da Semana.
Critérium Internacional
Depois de anunciada a não participação de Alberto Contador,
Chris Froome tornou-se o claríssimo candidato à vitória no Critérium
Internacional, onde também alinharia o vencedor do Paris-Nice Richie Porte,
Tejay Van Garderen, Andrew Talansky, Jean-Cristophe Peraud e Bauke Mollema.
Na etapa de sábado de manhã, Theo Bos conquistou mais um
triunfo para a sua conta pessoal e da Blanco, que já vai em 11 e apenas é
superada pela Omega Pharma. No começo da temporada Bos colocou como objetivo obter
o máximo de vitórias e pontos de mérito, mesmo que para isso tivesse que
abdicar das três grandes voltas, e para já está no bom caminho.
Richie Porte venceu o contra-relógio da parte da tarde e,
apesar das diferenças serem curtas, instaurava a dúvida sobre quem seria o
líder da Sky para a última e decisiva etapa, com chegada ao Col de l'Ospedale:
o camisola amarela Porte ou o líder inicial e líder para o Tour Froome.
Pelo alinhamento da Sky na frente do pelotão rapidamente se
percebeu que a aposta seria Porte, o que acabava por ser mais lógico. O
australiano está em grande forma e dar-lhe liberdade nestas provas contribui
para a sua satisfação e realização pessoal, importante quando em Julho lhe tocar retribuir
os "favores" à equipa e a Froome. Ainda assim, Porte teve um enorme
espírito de equipa e colocou os objetivos do coletivo acima dos seus.
A 5,5 km, enquanto liderava o grupo dos favoritos em prol do
camisola amarela, Froome entusiasmou-se e colocou um ritmo superior ao que
todos esperavam e desejavam. Consciente de que o ritmo do colega causaria
estragos, Porte abrandou, criando um espaço entre si e Froome que ninguém
conseguiria fechar, primeiro por desatenção e surpresa, depois porque Froome viu que tinha carta branca do companheiro e iniciou a sua cavalgada para a vitória.
Não estavam em causa ordens da equipa, até porque os rádios
apenas são permitidos nas corridas World Tour e não é o caso do Criterium
Internacional. Foi Porte quem tomou a iniciativa de deixar o seu colega ir por
ali fora à espera de ver o que fariam os seus adversários, um pouco à imagem do
que Tom Boonen fez para Stijn Devolver na Volta a Flandres 2008.
Chris Froome foi para a vitória na etapa e na classificação geral
e Richie Porte deixou que os seus adversários tentassem a perseguição para
depois atacar ele para o segundo lugar. Tejay Van Garderen, cada vez melhor
trepador, fechou o pódio da prova.
É a Sky invencível? Não e mais uma prova disso tivemos na
Volta à Catalunha.
Volta à Catalunha
Com duas chegadas ao alto e uma equipa que incluía Uran,
Cataldo e David López, Bradley Wiggins parecia o mais forte candidato à vitória
na Volta à Catalunha, um favoritismo que aumentou no primeiro dia quando, a
descer, fez uso da sua potência para formar um grupo de apenas treze ciclistas.
Entre o grupo da frente, Valverde, Joaquim Rodriguez, Daniel Martin, Gesink e
Scarponi pareciam ser os principais adversários.
Gianni Meersman venceu as duas primeiras etapas e foi como
líder para a primeira chegada ao alto, onde a Sky controlou o pelotão mas sem
um ritmo demasiado alto, permitindo vários ataques. Wiggins atacou à entrada do
último quilómetro e deixou o grupo dos favoritos ainda mais alongado do que já
estava. Nairo Quintana, com um olho em Wiggins e outro a procurar Valverde
atrás de si, foi quem respondeu mais facilmente e a 300m da meta contra-atacou
para a vitória. Valverde era segundo e assumia a liderança da prova.
Na quarta etapa, nova chegada ao alto onde muito
provavelmente se decidiria a prova. Valverde caiu e abandonou a meio da tirada,
ficando o pelotão sem líder e com uma fuga de 25 unidades por anular. Nesse
grupo, o vencedor do último Giro Ryder Hesjedal sacrificou-se por Daniel
Martin, que entrou na ascensão final com vantagem sobre os favoritos e
conseguiu finalizar 36 segundos à frente de Joaquim Rodríguez e Nairo Quintana,
segundo e terceiro respetivamente. Dan Martin assumia assim a
liderança da prova para não mais a perder, melhorando o segundo posto das
edições de 2009 e 2011.
François Parisien, Simon Gerrans e Thomas De
Gendt venceram as últimas três etapas, Rodríguez foi segundo na
geral e Scarponi terceiro. Quintana deve ter ficado a bater com a cabeça nas
paredes pelos 28s perdidos no primeiro dia, exatamente a distância que o
separou do segundo lugar. Ainda assim, deu mais duas demonstrações da sua
enorme qualidade e muita atenção para este fantástico trepador colombiano.
Dwars door Vlaanderen, Prijs E3 Vlaanderen, Gent-Wevelgem
Fábian Cancellara deu uma fantástica demonstração de poder
na sexta-feira e impôs-se no Prijs E3 Vlaanderen (Prémio E3 de Flandres), com
Peter Sagan em segundo e Daniel Oss terceiro. O eslovaco, que já tinha sido
segundo em Sanremo, vingou-se ontem e cumpriu um dos objetivos da temporada na
Gent-Wevelgem, desta vez sendo ele a dar uma grande demonstração de classe.
Borut Bozic e Greg Van Avermaet completaram o pódio de uma prova em que Tom
Boonen caiu e viu a sua preparação para a Volta a Flandres e o Paris-Roubaix
ainda mais atrasada.
Antes do E3, na quarta-feira Oscar Gatto venceu a Dwars door
Vlaanderen, alcançando Thomas Voeckler a poucas pedaladas da linha de meta,
depois do francês andar durante vários quilómetros isolado na frente. As
clássicas belgas voltarão a ser faladas dentro de dias, na antevisão da Volta a
Flandres.
Volta à Normandia (vitória de etapa de Fábio Silvestre)
Fábio Silvestre voltou a estar em evidência esta semana, ao
vencer a primeira etapa em linha da Volta à Normandia, liderar por dois dias a
prova e terminar no quarto posto final. Fica um sabor amargo por falhar o
pódio, mas esta foi uma grande prestação do português, numa prova recheada de jovens
valores.
O Fábio é o tipo de ciclista que agrada às equipas World
Tour, não só pela qualidade neste ou naquele tipo de terreno mas também pela
versatilidade. Muito bom sprinter, muito bom contra-relogista e resistente às
dificuldades das colinas, pode ser uma boa opção para provas de um dia ou
provas por etapas. Continue a temporada a correr bem e, quem sabe, teremos mais
um português no World Tour em 2014.
Semana Coppi e Bartali
Semana Coppi e Bartali, prova de homenagem a esses dois
grandes símbolos da história do ciclismo italiano, foi dominada pelos jovens
valores transalpinos. Fabio Felline (1990), Diego Ulissi (1989),
Adriano Malori (1988) e Damiano Caruso (1987) venceram uma etapa cada
um, com outra para Damiano Cunego (Lampre) e o contra-relógio por equipas para
a Katusha. A classificação geral foi para Diego Ulissi, de quem se espera muito
desde que foi bicampeão mundial de juniores (2006 e 07).
O contra-relógio coletivo foi feito por equipas de quatro
ciclistas (cada equipa era dividida em duas), o que é muito raro mas não é uma
estreia. Aconteceu por exemplo na Vuelta 1991, com um prólogo disputado por
trios.
Volta a Flandres à vista
No domingo disputa-se a Volta a Flandres, segundo monumento
da temporada e um sonho para muitos ciclistas. A sua antevisão será feita na
sexta-feira, depois de terminados os 3 Dias de De Panne (dias 26-28), onde alguns
ciclistas aproveitam para ultimar a sua preparação, como será o caso de Tom
Boonen.
No fim de semana haverá também o GP Miguel Indurain e a
Volta à Rioja em Espanha e Route Adélie de Vitré em França, provas que vão
contar com a presença de ciclistas portugueses.
Em Portugal, tempo para a Volta ao Município de Loulé, uma
prova de referência no ciclismo de formação nacional.
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Já está criado o jogo da Volta a Flandres do Zweeler. São 1000€ garantidos de prémios e podem entrar aqui.
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