domingo, 28 de abril de 2013

Revista da Semana: Rui Costa 3º na Romandia, Portugal 17º na Europa

Rui Costa no pódio ao lado de Froome
Rui Costa termina a semana em grande ao repetir o terceiro lugar na Volta à Romandia, vencida por Chris Froome. Dois alemães (Kittel e Greipel) venceram cinco das oito etapas da Volta à Turquia mas a classificação geral foi para um homem da casa, com um eritreu em segundo. Foram também anunciados os três wildards para a Volta a França e atualizados os Rankings Continentais, com Portugal no 17º lugar da Europa.

Volta à Romandia: Rui Costa 3º

Expetativas elevadas sobre Rui Costa para a Volta à Romandia, uma prova na qual foi terceiro no ano passado, e o português arrancou muito bem ao ser quinto no prólogo (mini-crono-escalada). Seguiram-se três etapas que não eram fáceis mas também não chegavam a ser difíceis, com duas vitórias para Gianni Meersman (Omega Pharma-Quick Step) e pelo meio uma para Ramunas Navardauskas (Garmin). Três etapas que não causaram efeitos relevantes na classificação geral, apesar de Meersman ter aproveitado as bonificações para subir ao terceiro lugar, um lugar à condição pois não era ciclista para se defender nas duas etapas que faltavam.

No sábado, o mau tempo afetou a corrida e levou a mudança de percurso. Se normalmente as mudanças de percurso causadas pela meteorologia anulam as dificuldades, desta fez foi um pouco diferente. Estava previsto que os ciclistas subissem uma montanha de primeira categoria e depois descessem durante dez quilómetros, mas parte da subida final foi anulada, bem como a descida. O percurso ficou assim com a última subida mais fácil mas também mais próxima da meta e sem descida.

A Sky assumiu o comando do pelotão para Chris Froome (que liderava desde o prólogo), Simon Spilak (Katusha) não teve medo e atacou a nove quilómetros do final, Froome já só tinha Richie Porte (com pouco mais para dar) e teve que reagir, fracionando o que restava do grupo. Foi sempre Froome a impor o ritmo com Spilak na roda e no final o esloveno foi mais forte, o que nem fazia muita mossa ao homem da Sky, mais preocupado com a geral que ficava praticamente sentenciada a seu favor. A um minuto chegaria o grupo perseguidor, com Rui Costa em terceiro, tomando o mesmo posto na geral e partindo para o contrarrelógio do último dia com as portas abertas para repetir o feito do ano passado.

Tony Martin (Omega Pharma) foi o mais forte e venceu o seu quarto contrarrelógio da temporada (só não venceu o prólogo da Romandia), Froome foi terceiro e confirmou a vitória na geral, Simon Spilak quinto e manteve o segundo posto e Rui Costa, 13º no crono, garantiu a presença no pódio final. Pela segunda fez consecutiva, Rui Costa foi terceiro na Romandia, o seu terceiro pódio no país, com a vitória na Volta à Suíça pelo meio.


Chris Froome também dominará o Tour de amarelo?
Em 2011 Cadel Evans venceu a Romandia e o Tour, em 2012 Bradley Wiggins venceu a Romandia e o Tour, e em 2013 Chris Froome venceu a Romandia e... vamos ver o que faz no Tour.

Tiago Machado foi 17º, o que pode ser um bom indicador para o primeiro grande objetivo da temporada, o Giro. Nelson Oliveira foi 59º na geral e 18º no contrarrelógio.

Volta à Turquia

Volta à Turquia com equipas World Tour e equipas continentais profissionais mas vencida por um turco, Mustafa Sayar, e com um eritreu no segundo lugar. Dois ciclistas exóticos que deram assim algo para contar numa prova que tende a ser chata.

Primeira etapa ao sprint para Marcel Kittel (Argos), segunda para o lituano Aidis Kruopis (Orica) e terceira para o eritreu Natnael Berhane (Europcar), que bateu toda a concorrência na etapa rainha. E não se pense que foi através de uma fuga consentida. Berhane, de 22 anos, bateu mesmo os favoritos na subida final, porque este tipo de provas têm um fator X que ninguém compreende e que permite estas surpresas. Kevin Seeldrayers (melhor jovem do Giro 2009, agora na Astana) foi 2º, Sutherland (Saxo-Tinkoff) 6º, Atapuma (Colombia) 9º, José Mendes (NetApp) 12º, Kasheckhin (Astana) 16º e Brice Feillu (Sojasun) 17º, apenas para referir alguns nomes mais conhecidos.

Berhane foi em 2011 para o Centro Mundial de Ciclismo da UCI e sagrou-se campeão africano, em 2012 correu algumas provas pela seleção mista UCI, outras pela francesa Vendée U (satélite da Europcar), foi 18º na Volta a França do Futuro e agora está na equipa de Voeckler e companhia. Apesar dos recursos serem limitadíssimos na Eriteia, do seu país de origem Berhane terá trazido a garra. Porque na Eritreia ninguém chora pela falta de provas e de dias de competição. A prioridade é ter comida e água potável, num dos países mais pobres e menos desenvolvidos do mundo, e onde o desporto rei é... o ciclismo.

Andre Greipel venceu ao sprint as duas etapas seguintes e na sexta, com um final muito duro, mudança de líder. O turco Mustafa Sayar, da equipa turca Torku Seker Spor, tinha sido segundo na etapa rainha e desta vez não deu hipóteses a ninguém, vencendo a tirada e arrebatando a camisola amarela a Berhane. E atenção porque Sayar foi o único ciclista de  equipa continental entre os quinze primeiros.

Sayar, que agora tem 24 anos, foi um dos turcos que veio à Volta a Portugal 2011 em pleno ramadão (culpa de quem os convidou). Está na mesma equipa pela qual Ivailo Gabrovski venceu a Volta à Turquia do ano passado e depois perdeu devido a um controlo positivo por EPO, o que rapidamente motivou suspeitas sobre Sayar.


Berhane e Sayar marcaram a Volta à Turquia
Um dos locais de ataque foi o Jornal Ciclismo, site especializado em tiros no pé. É que quando um estrangeiro vem à Volta a Portugal e faz acusações ao pelotão português (Daniel Martin em 2008 ou Laurent Lefevere em 2010), todos nós dizemos (e com razão), que as equipas portuguesas estão mais fortes que as estrangeiras porque é o grande objetivo da temporada. Mas quando um turco, de uma equipa turca, aparece na Volta à Turquia em grande forma, surgem este tipo de acusações. Não conheço Sayar, nunca tinha ouvido falar nele, mas o melhor é ter calma, porque temos obrigação moral de perceber que nestes países periféricos as voltas nacionais têm uma grande importância para os corredores e suas equipas... como acontece na Volta a Portugal.

Sétima e oitava etapas para Kittel, geral para Sayar com Berhane em segundo, José Mendes em 12º, Bruno Pires 22º e Manuel Cardoso a desistir devido a uma queda. Começa-se a gerar pressão em torno do campeão nacional, que está a realizar o pior começo de temporada desde que emigrou. E quem mete pressão é o Francesco Lasca, que venceu uma etapa na Volta a Portugal do ano passado, tem estado num nível muito alto e poderá ser a aposta da Caja Rural para a Vuelta.


Ranking Continental Europeu e apuramento para Mundiais

Os rankings continentais são atualizados no dia 25 de cada mês e a 25 de abril Portugal estava no 17º lugar do ranking europeu. Dos 163 pontos portugueses, 100 são de Fábio Silvestre (Leopard-Trek), que é 15º na classificação individual, liderada por Bryan Coquard (Europcar). Já aqui foi elogiado este talento francês de 21 anos recentemente cumpridos, vice-campeão mundial sub-23 e vice-campeão olímpico de Omnium (pista). Muita atenção para ele.

É pouco provável que Portugal se qualifique para o Campeonato do Mundo através do Ranking World Tour. Para isso era necessário que Rui Costa fizesse uma temporada semelhante a 2012 (o que até é provável) mas que Tiago Machado, Nelson Oliveira, Ricardo Mestre, Sérgio Paulinho e Bruno Pires aumentassem os seus rendimentos no World Tour. Assim, deve ser através do Ranking Continental que Portugal se qualificará para os Mundiais.

Para levar seis ciclistas aos Mundiais, Portugal precisa de ser uma das seis melhores nações  da Europa, excetuando as que se qualificam através do World Tour. Das 16 seleções europeias à frente de Portugal, apenas 8 estão no top-10 do World Tour, pelo que, se as contas terminassem agora, Portugal levaria três ciclistas ao Mundial. E apesar das contas só terminarem a 15 de agosto, é isso mesmo que deverá acontecer, porque a Volta a Portugal  terminará a 18 de agosto e desta forma os pontos da classificação final não será contabilizados (apenas os pontos das primeiras oito etapas). Fica muito difícil Portugal subir na classificação o suficiente para levar seis homens, até porque as provas internacionais portuguesas são poucas, em Espanha cada vez menos e Fábio Silvestre não tem par ao nível de pontos acumulados.


Fábio Silvestre já leva 3 vitórias este ano
Além dos 100 pontos de Fábio Silvestre, Daniel Silva tem 12, Filipe Cardoso 11, Bruno Sancho e António Carvalho 8, Manuel Cardoso e André Cardoso 5, José Mendes 3 e Diogo Nunes 2. Samuel Caldeira tem 9 pontos conquistados na China em novembro, que entram nas contas nacionais para este ano (mesmo que pareça estranho).

Não confundir estes pontos com os pontos de valor desportivo das equipas para atribuição das licenças World Tour (até ao ano passado chamados pontos de mérito).

Wildcards para o Tour

Sem grande surpresa, a organização da Volta a França convidou para a prova rainha do ciclismo Europcar, Cofidis e Sojasun, que se juntarão às 19 World Tour. A IAM tem uma equipa engraçada mas não o suficiente para tomar o lugar da Sojasun, menos talentosa mas francesa. Os lugares da Europcar (Voeckler e Rolland) e da Cofidis (Taaramae, Coppel, Daniel Navarro) são indiscutíveis.


Próxima Semana

Sábado arranca o Giro d'Itália, primeira grande volta da temporada e tema a desenvolver ao longo da semana. Antes disso, de quarta a domingo haverá os 4 Dias de Dunkerque, com José Gonçalves, e nas mesmas datas a Volta ao Azerbeijão, com a Efapel-Glassdrive e Fábio Silvestre. Apenas tem equipas continentais, tem uma chegada ao alto e a Efapel tem um dos conjuntos mais fortes, mas nestas provas tudo é possível. Terá resumos todas as noites no Eurosport 2.

No domingo haverá Volta à Comunidade de Madrid, que de cinco etapas em 2007 se transformou em prova de um dia e terá a OFM-Quinta da Lixa e Rádio Popular-Onda.


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Amanhã termina o inquérito do Carro Vassoura e serão publicados e comentados os resultados, principalmente as (muitas) sugestões que têm sido dadas. Quem ainda não respondeu, ainda o pode fazer. Lamento estar a repetir este assunto, mas a vossa opinião é muito importante, porque este é um espaço de um adepto para muitos adeptos.


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Terça-feira, no NoticiasCiclismo.net, segunda crónica do espaço Décima Quarta Curva. Para quem ainda não sabe o que é, pode passar por aqui e ler a primeira, que teve um feedback muito positivo e altamente motivador.

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E atentos também ao Facebook, onde se irá falando do Giro.

13 comentários:

  1. Excelente resumo!

    Gostei da parte do Jornal Ciclismo ser especialista em Tiros no pé, aquilo é cada uma que eles lá escrevem, é de bradar!

    Pena nao termos mais um ou dois "Fabios Silvestres", espero que para o ano ele ajude o rui costa, e passe a somar pontos no WT.

    Cumprimentos

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  2. Boa crónica!!

    Tenho pena de o dizer, mas parece-me que o nível do Tiago Machado está cada vez mais baixo de ano para ano. Nem parece o mesmo ciclista que fez aquela época de 2010 e aquele inicio de época extremamente interessante em 2011. Gostava muito que ele me surpreendesse no Giro mas tenho muitas muitas duvidas que ele possa sequer repetir a prestação de 2011 que por sinal já foi discreta, tendo a má sorte tido muita influência nisso.

    Quando ao Nelson já à algum tempo que espero que ele dê um salto mas até agora, nada. Eu sei que ele ainda é jovem(24) mas como sub 23 ele era bastante acima da média, particularmente em contra relógios e provas com algumas colinas e desde que passou para o WT ainda não mostrou o que vale, coisa que a maior parte dos talentos do seu ano já fizeram de uma maneira ou de outra.

    E digo isto porque? Porque teriam que ser eles a ganhar os pontos necessários para dar o apoio que o Rui merece nos próximos mundiais visto que o Sérgio, o Bruno e o Ricardo não tem liberdade para essas aventuras dentro das equipas em que estão e neste momento, tal como o Rui disse nesta crónica, não os vejo com capacidade de o conseguir.

    O Rui, neste momento, está não 1, mas vários niveis acima do resto dos ciclistas portugueses e é pena saber que ele vai estar muito sozinho nuns mundiais que lhe assentam bastante bem.

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  3. Os mundiais são bons para o Rui, falta saber em que forma lá vai chegar...e muito mais coisas até lá...

    Para o Giro teremos pelo menos 4 portugueses, Ricardo Mestre na Euskatel, Bruno Pires pela TST, Tiago Machado e Nelson Oliveira pela Radio...

    Destes falta a confirmação da equipa da RadioShack o que poderá dar mais ou menos liberdade ao Tiago, querem fazer dele um homem para a geral, tirando aquilo que ele é mais forte, que é a combatividade, é como por o Vockler sem atacar, não faz sentido...

    O Bruno Pires vai numa equipa algo modesta da TST, com Majka a liderar, se as coisas correrem mal ao Majka poderá ser possível ao Bruno ter liberdade...

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  4. Obrigado pelos comentários.

    SR, de pontuar nas provas continentais a pontuar no WT ainda vai alguma distância, mas vamos esperar para ver. O mais problemático é não haver jovens para pontuar. Não há futuro, como não há em Espanha, e somos lentes a perceber.

    Parrulo, exato, o melhor ano do Tiago foi aquele em que não tinha grandes voltas no calendário. Além de 3 semanas, as grandes voltas têm uma grande preparação e exigem maior período de recuperação. Duas grandes voltas na mesma temporada ocupa quase todo o ano. Por exemplo, o Theo Bos este ano abdicou de todas as grandes voltas para poder, em provas menores, somar vitórias e pontos.

    Luis Caldas, penso que de início a Saxo não se deve sacrificar pelo Majka. Todos os ciclistas devem ter liberdade e, se estiver a correr bem para algum, unirem-se em seu torno. Mas o Bruno Pires tem estado tão apagado este ano...

    Cumprimentos

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  5. Jovens se calhar até os há, não há é grandes condições para tal. Tenho esperança no Fábio,ainda que não seja no primeiro ano, espero que ele no WT consiga pontuar quando lá estiver,mas o melhor é esperar paar ver.

    Cumprimentos

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  6. Penso que o Tiago e o Nélson foram prejudicados por tudo o que envolveu a equipa na época passada e acho que o melhor era mesmo rumarem a outras paragens e enfrentarem novos desafios.

    Quanto ao Tiago acho que o melhor seria mesmo apostar em provas de uma semana e depois tentar brilhar numa ou outra etapa das grandes voltas.

    Relativamente ao Nélson é preciso ter em atenção que é muito diferente fazer cronos na categoria sub-23 do que ao nível de elites, sobretudo em provas por etapas pois acusam bastante o desgaste das etapas anteriores. E se fores ver com excepção do Phinney e esta época do Malori os restantes , como por exemplo Bobridge, Dowsett, Gretsch também não tem tido grande regularidade

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  7. Uma boa equipa para os dois (Tiago e Nélson) é a Argos-Shimano. Ambos se mantêm no World Tour e estão numa equipa onde para mim se faz a maior evolução dos ciclistas, ao nível de equipas World Tour. Esta equipa pelo que li, tem um programa de desenvolvimento específico e muito focado nas caraterísticas de cada corredor, o que quer dizer que o Tiago e o Nélson aprenderiam e evoluiriam na montanha e sobretudo no CR. Eu digo que o Nélson evolui na montanha porque o que eu acho que ele fez em 2012 foi trabalhar sobretudo as montanhas, para as conseguir para melhor e sobreviver em provas de uma semana, um tipo de Tony Martin. O Rui Costa que acaba este ano, acho que renova com a Movistar, ou passa para outra equipa e elas poderam ser a Vacansoleil, Argos ou a Orica, esta última que acho que está interessada no Rui, para as provas por etapas. Portanto a Argos ou Orica duas boas equipas para os corredores portugueses se desenvolverem e evoluirem.

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  8. Obrigado pelos comentários.

    Rapior, partilho a opinião. Ter passado a profissional aos 19 anos também deve ter o seu peso pela rápida estagnação do Tiago. Ainda não cumpriu os 28 anos mas já está na 9ª temporada como profissional. E disputar a Volta a Portugal aos 23 pode não fazer grande mossa, mas para um jovem de 19 certamente passa fatura.

    Nuno Miguel, a Argos é uma equipa virada para sprints e não quer voltistas. Não me parece que abram uma exceção para o Tiago. O Nelson Oliveira talvez, porque pode adaptar-se bem a um comboio, além de ser contrarrelogista.

    Cumprimentos!

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  9. Rui, não sei se sabes (nem tens de saber tudo) mas eles acabaram de contratar uma promessa holandesa para a montanha, estou a falar de Daan Olivier (Rabobank Continental)

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  10. Nuno Miguel, e têm o Warren Barguil, vencedor da última Volta a França do Futuro. Ao que parece, a sua política de contratações procura ao máximo evitar problemas de doping. Costuma haver menos problemas nesse campo com sprinters e os jovens (como o Barguil ou o Olivier) em princípio são mais fáceis de "educar" e não têm vícios de outras equipas.

    Cumprimentos

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  11. Uma boa politica esta da Argos, a curto prazo até podia não dar muitos frutos,mas a equipa ao sprint não se pode queixar de vitórias! A longo prazo acredito que irão ter o reconhecimento merecido!

    Cumprimentos

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  12. http://www.warrenbarguil.fr site officiel de Warren from Argos Shimano

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  13. sejamos sinceros para ter equipas para grandes voltas é preciso ter lideres, e esses são caros e são mais as vezes que falham do que as que ganham nem que sejam provas menores.

    uma equipa com 2 sprinters pode sempre ter na rifa uns bons lugares em provas de etapas e muitas vitórias que lhes dão os pontos que precisam...

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