quinta-feira, 30 de maio de 2013

Critérium du Dauphiné: percurso, favoritos e antevisão

Froome tem levado a melhor sobre Contador em 2013. Como será no Dauphiné? E no Tour?
Começa domingo uma das provas por etapas mais prestigiadas do calendário, o Critérium du Dauphiné. o vencedor das duas últimas edições Bradley Wiggins não estará presente mas teremos mais uma vez o confronto entre Chris Froome e Alberto Contador. Apostas?

Percurso

O Critérium du Dauphiné deste ano (de 2 a 9 de junho) apresenta um percurso bastante interessante, com a organizadora ASO a apostar na média e alta montanha para atrair grande parte dos melhores voltistas. As três primeiras etapas não são de montanha mas todas elas têm dificuldades nos quilómetros finais, subidas que certamente farão alguma seleção e até poderão motivar ataques de alguns ciclistas com aspirações a uma boa geral, como se viu por exemplo no Paris-Nice.

Ao quarto dia haverá contrarrelógio com 32,5 quilómetros totalmente planos para marcar diferenças significativas entre os especialistas e os restantes. Além disso, servirá para ver quem está em forma e quem ainda precisa de melhorar a sua condição até ao Tour.

As etapas mais duras estão após o crono. Na quinta-feira os ciclistas chegarão a Valmorel (especial categoria de 12,7 km a 7%), no sábado haverá mais um final difícil com uma contagem de primeira categoria a 11 km da meta e ainda uma de terceira coincidente com o último risco, e na derradeira jornada a chegada a Risoul (primeira categoria de 13.9 km a 6,7%). Pelo meio, para sexta-feira está agendada a etapa mais à medida dos (poucos) sprinters presentes.

5ª etapa, quinta-feira 6 de junho

7ª etapa, sábado 8 de junho

8ª etapa, domingo 9 de junho

Favoritos

Depois de Chris Froome levar a melhor na Volta a Omã e Tirreno-Adriático, teremos no Critérium du Dauphiné mais um duelo com Alberto Contador, que ainda procura pelo melhor de si. O britânico é o principal favorito, mas a Sky também tem Richie Porte e além destes três atenção para Alejandro Valverde, que venceu a prova em 2008 e 2009.

É importante ter em conta que muitos ciclistas fazem estágios antes do CdD (e da Volta à Suíça) com vista a Volta à França e por vezes chegam a estas provas demasiado cansados, não estando por isso na sua melhor forma (que está prevista para julho). Mas estando em boa forma, Andrew Talansky e Michael Kwiatkowski, dois jovens que já andaram muito bem este ano, Van Den Broeck ou Lieuwe Westra são candidatos ao pódio. De referir que as empresas Vacansoleil e DMC anunciaram que não renovarão os contratos de patrocínio para a próxima temporada e desta forma a equipa holandesa precisa de dar nas vistas para garantir a continuidade. O foco está no Tour mas é provável que assumam uma postura muito agressiva já em junho, no caso do Critérium du Dauphiné contando com Westra, Poels, Hoogerland e De Gendt à cabeça.

Sem hipótese de se defender no contrarrelógio mas um perigo para toda a gente na montanha temos Joaquim Rodríguez, e do Giro chega Samuel Sánchez.


Chave-da-corrida

Depois de ser 2º no T-A e de vencer Omã, Critérium Internacional e Romandia, Froome parte como principal candidato à vitória. Aliás, para já é o principal candidato à vitória na Volta a França que daqui a quatro semanas arranca.

Ainda que o contrarrelógio seja penalizador para os trepadores puros, há uma série de ciclistas que poderão estar próximos antes das chegadas ao alto: Froome, Porte, Contador, Talansky, Van Den Broeck, Kwiatowski ou Westra, por exemplo. Entre eles, o estado de forma será fundamental para a vitória. Relembro que muitas vezes vemos homens-Tour que chegam ao Critérium du Dauphiné com a preparação muito atrasada e outros com a preparação muito adiantada (e depois falham no Tour). Em 2010 Janez Brajkovic venceu sobre Alberto Contador, não por ser melhor trepador ou contrarrelogista mas precisamente por estar no topo da sua condição física, enquanto o espanhol ainda tinha alguns pontos a ganhar antes da Volta a França.

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Crónica desta semana no meu espaço no NotíciasCiclismo.net é sobre Mark Cavendish. Podem aceder a partir daqui.

10 comentários:

  1. Gosto muito dos seus textos. O que acha de Contador para o Tour, parte como favorito ou o favoritismo vai para Froome?

    Continuação de bom trabalho!!!

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  2. Obrigado pelo comentário!

    André, para já o Froome surge como favorito, mas o Dauphiné poderá alterar esse "favoritismo". O Contador já não está ao nível de 2009, quando ganhava quase tudo o que entrava. E desde a sua paragem forçada ainda se nota mais a diferença em relação aos seus melhores tempos. É verdade que ganhou o Giro 2011 e a Vuelta 2012 mas não era aquele Contador capaz de vencer qualquer um na montanha e da forma que quisesse.

    Cumprimentos!

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  3. O Contador teve um péssimo inicio de época, muito abaixo das expectativas e daquilo a que nos habituou, mas dizer:

    "E desde a sua paragem forçada ainda se nota mais a diferença em relação aos seus melhores tempos. É verdade que ganhou o Giro 2011 e a Vuelta 2012 mas não era aquele Contador capaz de vencer qualquer um na montanha e da forma que quisesse"

    É uma falácia muito grande. Para começar o Giro 2011 é pós positivo, mas pré suspensão. E a não ser que tenhamos visto corridas diferentes ele dominou completamente a corrida e não porque os adversários eram fracos. O tour de 2011 também pré suspensão e mesmo com toda a a má sorte que o atingiu até 3km's do cimo do Galibier o Contador ainda era um dos 3 candidatos principais à vitória. Ou seja, com um giro nas pernas, 1 minuto e meio perdido na primeira etapa por causa de quedas mais 30 segundos no segundo dia por ter uma equipa fraca e fatigada de participar no giro e depois de várias quedas ao longo das duas primeiras semanas ainda esteve mais perto do que pode parecer de ganhar esse tour. E até foi o corredor mais agressivo da corrida!!!!

    A única grande volta em que ele participou após a sua suspensão foi na Vuelta, que ele ganhou, contra oposição muito forte e isto depois de estar basicamente 1 ano e pouco sem competir pois entre o tour de 2011 e a vuelta de 2012 apenas participou no tour de san luis(janeiro 2012) e no eneco tour(Agosto 2012), ou seja, não tinha dias de corridas nas pernas o que é muito importante para um corredor.

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  4. Obrigado pelo comentário.

    Parrulo, espero que seja a última vez que me chamas falacioso. Porque errar, eu erro como toda a gente. Mentir propositadamente para enganar os meus leitores, nunca o fiz!
    Claro que o Giro 2011 é pré-suspensão, mas referi para contrapor com a minha frase "já não está ao nível de 2009". E não, não achei que tivesse uma grande concorrência na altura, porque os seus mais diretos adversários foram um Scarponi e um Nibali que me parecem significativamente inferiores ao Froome ou ao próprio Nibali na condição em que tem estado este ano.
    De resto, não vou entrar em "ses", porque se o Cavendish não perdesse tanto tempo na montanha e nos contrarrelógios, também poderia discutir o Tour com o Contador. Se...

    Cumprimentos!

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  5. Penso que a luta pelo pódio será entre os espanhóis, Van den Broeck e Froome, com este a assumir o favoritismo. Os homens da Vacansoleil esta época ainda não me convenceram sobretudo na montanha onde tem falhado consecutivamente.

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  6. Para o Contador perder para o Froome ou para o Valverde poderá ser boa indicação, dependendo se se trata de desgaste da preparação ou falta de pernas...

    Relembro-me de um ano em que Valverde venceu o Dauphine e o Contador no Tour deu um recital...

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  7. Obrigado pelos comentários.

    Luis Caldas, terá sido em 2009. A outra vitória do Valverde no Dauphiné foi em 2008 e nesse ano o Contador não correu o Tour (levou Giro e Vuelta).

    Cumprimentos!

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  8. Olá Rui esta semana não vai haver revista da semana?

    Abraço

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  9. Pengo, não porque não houve competição que o justificasse. Apenas o GP Jornal de Notícias.

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  10. Mas precisamente por ser uma prova nacional pensava que o írias fazer..gostava que o fizesses relativamente às próximas competições nacionais (Abimota, Nacionais de Estrada e Troféu Joaquim Agostinho). Também gosto das análises que fazes às provas nacionais.

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