segunda-feira, 22 de julho de 2013

Revista da Semana: Troféu Joaquim Agostinho, Europeus, Tiago Machado

Eduard Prades venceu o Troféu Joaquim Agostinho ao impor-se à concorrência no Parque Eólico da Carvoeira, último teste à forma antes da Volta a Portugal que começa dentro de duas semanas e meia, já que a Volta ao Minho não se realizará. Foi também fim de semana de Campeonatos da Europa e temos Tiago Machado a liderar a classificação da montanha da Volta à Valónia.

Troféu Joaquim Agostinho

De cinco dias em 2010 a três em 2013, o Troféu Joaquim Agostinho é mais uma das provas históricas do ciclismo português que viu reduzida a sua duração. Por outro lado, é das que resiste e ainda bem. O ciclismo português precisa, Torres Vedras merece.

A passagem pelo alto do Montejunto e a chegada ao Parque Eólico da Carvoeira representava o último teste à forma dos ciclistas antes da Volta a Portugal e algum diretor desportivo deverá ter apanhado um susto quando viu as suas apostas para a Volta a passar tão mal.

Antes disso, Sérgio Ribeiro venceu a primeira etapa e Jon Larrinaga a segunda. Sérgio Ribeiro, aos sprint, foi pela terceira vez consecutiva vencedor no Vimeiro. Já o homem da Euskadi venceu da mesma forma que havia vencido uma etapa no francês Tour de Gironde, isolando, com uma magra vantagem sobre os seus adversários. No Tour de Gironde conseguiu vencer também a classificação geral, no Troféu Joaquim Agostinho não.

Eduard Prades foi o mais forte, batendo ao sprint (em subida) Edgar Pinto, Henrique Casimiro e Délio Fernández. Prades deu a vitória à OFM, também a vitória na classificação geral e será ele o líder da equipa na Volta à Portugal. Dos restantes com ambições para a geral Volta a Portugal, Hernâni Brôco foi 8º e Daniel Silva 15º, enquanto Hugo Sabido e Rui Sousa estiveram ausentes. A subida para o Parque Eólico da Carvoeira tem 3,2 quilómetros de extensão e menos de 6% de inclinação média. Quem quiser tirar daqui conclusões para a Volta a Portugal, que não se esqueça que a subida à Torre tem mais 25 quilómetros.

Além de ser 2º na geral, Edgar Pinto venceu a classificação por pontos e o seu colega Bruno Silva a montanha e as metas volantes. Kristian Haugaard (Leopard) venceu a juventude e a LA-Antarte coletivamente. Quatro classificações e um segundo lugar para a equipa de Paredes.

Além de Prades, também Henrique Casimiro (3º na geral), Bruno Pinto (5º) e João Pereira (6º) despertam curiosidade para a Volta a Portugal. São ciclistas diferentes nas características e na posição ocupada dentro das suas equipas, mas são ciclistas de qualidade.

Campeonatos da Europa

Tivemos esta semana os Campeonatos da Europa juniores e sub-23, que não fugiram muito ao prespetivado. No contrarrelógio de juniores, 62º lugar de César Martingil e a não participação de João Silva por apendicite (surgem de um dia para o outro), nos sub-23 o 19º de Rafael Reis e o 57º de Rúben Guerreiro (1º ano sub-23).

Na prova em linha de juniores, David Ribeiro confirmou as expetativas aqui depositadas sobre ele ao ser 10º, apenas a quatro segundo do terceiro classificado. Temos ciclista! Rui Carvalho foi 70º, houve a tal ausência por apendicite e três desistências. Nos sub-23, o melhor foi Frederico Figueiredo em 28º e Nuno Bico foi 49º, numa prova em que terminaram apenas 60 ciclistas e houve quatro desistências de portugueses.

Curioso que as melhores prestações venham de estreantes. Porque nunca tinham sido chamados? Nos juniores aceita-se, porque são apenas dois anos e a seleção vai a poucas provas. Mas o escalão sub-23 é de quatro anos e com várias provas por temporada. Como os convocados são sempre os mesmos, desde os cadetes aos sub-23 e independentemente do perfil da prova, dão-se situações como estas.

Relativamente às quedas e furos, é habitual. São mais comuns as referências a quedas nas notas de imprensa da FPC do que no boletim médico das provas.

Tiago Machado na Valónia

Na Bélgica disputa-se a Volta à Valónia, prova 2.HC de cinco dias sempre muito disputada. Tiago Machado é o único português presente e lidera a classificação da montanha, depois de ter estado na fuga principal da primeira etapa, a mais acidentada. Faltam duas etapas e tem tudo para conquistar esta vitória. Na classificação geral é décimo.

Rui Costa 13º World Tour

Atualizado o Ranking World Tour após a Volta a França, Rui Costa é 13º classificado. Ocupa assim o mesmo lugar ocupado após o Tour 2012. Recorde-se que terminou a última temporada no 10º lugar.

Esta semana

Há ciclismo para além do Tour. Teremos a Clásica San Sebastian no sábado e no mesmo dia começa a Volta à Polónia, que este ano se espera muito mais interessante. Começará em Itália e além da habitual chegada em rampa do penúltimo di, terá duas chegadas em alta montanha nos dois primeiros (em Itália) e um contrarrelógio de 37 quilómetros para finalizar. Ambas as provas terão uma boa lista de participantes e transmissão na Eurosport. Ninguém vai passar sem ciclismo até à Volta a Portugal.

E para quem gosta de ciclismo e do Carro Vassoura, também pode ir matando a fome na nossa página no Facebook, onde já ultrapassamos os 2000 mas ainda cabem muitos.

19 comentários:

  1. O Troféu Joaquim Agostinho vale o que vale...já antes considerava o Prades um candidato a vencer a Volta, o resultado dele não me surpreende, os pricipais candidatos a vencer a Volta dentro das equipas portuguesas para mim são o Arkaitz Durán, o Daniel Silva e como referi anteriormente, o Eduard Prades.

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    1. É quase impossível este homem vencer, só no contra-relógio perde 3 4 lugares

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  2. Sabem se algum português vai participar na V. Polónia? Tudo indica ir ser, de facto, uma boa prova.

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  3. o Mestre, e o Pires estãp previstos. o Tiago não vai, mas o Nelson não sei

    Nuno Sofio

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  4. Obrigado pelos comentários!

    João, como disse o Nuno Sofio, estão inscritos o Bruno Pires e o Ricardo Meste.

    Cumprimentos

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  5. Oks, obrigado.

    E já se sabe alguma coisa de quem vai à Vuelta (falando de portugueses claro)?

    Sabem se o Tiago Machado vai?

    Gostava tanto que ele finalmente "explodisse" numa grande volta...

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  6. o Tiago não vai á vuelta.

    Nuno Sofio

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  7. O Tiago, o Sérgio e o Rui vão estar no Canadá e não na Vuelta. A prestação deles nesta prova pode servir para serem convocados para o mundial.

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  8. O Sérgio não irá aos Mundiais, como explicou no Diário do Tour no site do Eurosport.

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  9. Se o Tiago não for á vuelta, qual será a razão de não ir??

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    1. A razão é que o plantel da Leopard tem 27 ciclistas e só podem ir 9 à Vuelta...lol

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    2. E o Tiago já fez uma grande Volta este ano..o Giro, também tem que haver espaço para os outros.

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  10. Eu estou inserido numa comunidade portuguesa de ciclismo e um dos membros que por acaso corre numa equipa australiana descobriu este projeto de uma equipa que vai ser criada para o ano e não se sabe se será amadora ou profissional.
    http://w52laskasas.wix.com/home

    Coincidência ou não também em desenvolvimento está aquele projeto de uma equipa profissional Continental portuguesa com patrocinador árabe.

    Hmmm o ciclismo português em crescimento?? Bem que assim seja.

    Vou dando informações sempre que puder ;)

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    1. Esse site é uma fraude...foi feito por um membro do mesmo fórum, não levem essa notícia a sério.

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  11. Caro Rui,

    Se puder esclarecer uma dúvida (ou qualquer um dos outros comentadores deste blog), agradeço.
    Nunca tive muito interesse nas provas de ciclismo de um dia, por as achar demasiado aleatórias (ponto completamente discutível) mas este ano, muito por força do blog, tenho acompanhado os resultados.
    Curiosamente, algo que não tem sido falado aqui é esta "época dos Critérios" que agora decorre e que me parece mais um pós-Tour do que outra coisa qualquer. Do que consegui perceber, um critério é uma corrida de cerca de uma hora à volta de um circuito de poucos km. Além de gostar de ter esta informação completamente esclarecida, gostaria também de saber se o interesse gerado nas grandes equipas tem a ver com algo mais do que manter a forma a seguir ao Tour, se tem a ver com a maior visibilidade dos patrocinadores nas corridas curtas, se há uma quantidade significativa de pontos UCI em disputa, etc.

    Obrigado

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    1. José eu acho que é mais pelo cachet que os corredores recebem por participar nesses critérios.

      Abraço

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  12. Obrigado pelos comentários!

    José, as equipas não têm nem deixam de ter grande interesse nos critérios. Os critérios vivem de patrocinadores e dos bilhetes para as zonas restritas/VIP. Quanto mais interesse gerar, mais patrocinadores tem e mais bilhetes vende, por isso contrata-se os ciclistas que se destacaram no Tour, fazem uma volta de apresentação para as pessoas os verem, vão um pouco às zonas VIP justificar o bilhete de quem o comprou, correm durante um bocado, no final vence o escolhido da organização e levam todos o cachet, que está desde logo estabelecido e nada tem a ver com o resultado.
    As grandes equipas não têm grande interesse em ter os seus ciclistas nestes espetáculos, mas também não lhes fica bem proibir um ciclista de ir ganhar uns milhares de euros num dia. No caso do Froome poderá andar entre os 30 e 40 mil euros. No caso dos ciclistas menos conhecidos mas das equipas World Tour o cachet é menor mas suficiente para superar o salário médio do pelotão nacional.

    Cumprimentos

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  13. Obrigado pelo esclarecimento. Também pensei nessa hipótese mas julguei que poderia haver alguma razão desportiva.
    Se é unicamente para mostrar os patrocinadores, mais vale em cima da bicicleta do que numa gala qualquer de copo na mão.

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