Sem o pentavencedor David Blanco para defender o triunfo do último ano mas esperando-se uma edição muito disputada, na próxima quarta-feira irá para a estrada a 75ª Volta a Portugal, com um dos mais completos percursos dos últimos anos e Rui Sousa, Hugo Sabido, Hernâni Brôco e Daniel Silva como principais candidatos à conquista da prova.
Percurso
Do percurso falou-se quando foram conhecidos os locais de partida e chegada, mas a apresentação da prova veio revelar um percurso ainda mais interessante do que então perspetivado.
O primeiro dia tem um dos poucos pontos fracos do percurso, porque os regulamentos da UCI não permitem esta coisa de "prólogo coletivo", como a organização lhe vai chamar (eu chamar-lhe-ei primeira etapa). À margem dessa confusão, espera-se um bom espetáculo pelas ruas de Lisboa, em que as diferenças deverão ser curtas. Apontar favoritos é difícil. Para vencer um contrarrelógio coletivo tão curto é importante ter homens explosivos mas a falta de experiência neste tipo de provas poderá ser uma desvantagem para as equipas portuguesas. Os tempos da etapa serão tirados à passagem do terceiro ciclista de cada equipa e não do quinto como costuma acontecer.
A segunda etapa é a mais plana da Volta, com chegada a Aveiro, e ao terceiro dia os ciclistas chegam a Santa Luzia (Viana do Castelo), numa chegada que se espera muito bonita para o público local e para a transmissão televisiva. Não tanto para os ciclistas, que terão três quilómetros de subida a pouco mais de 4% e em piso empedrado, previsivelmente percorrido a todo o gás.
Se a Volta começa em Lisboa e ao terceiro dia já está em Viana do Castelo, é óbvio que onze etapas são mais do que suficientes para a Volta percorrer o país de Sul a Norte. Serve este aparte apenas para dizer que, enquanto algarvio, não me incomoda nada que a Volta a Portugal não venha ao Algarve. É que os municípios vivem uma fase de grande aperto orçamental, e se não têm condições para ter duas partidas e/ou chegadas de ciclismo no mesmo ano, prefiro que as autarquias algarvias abdiquem da Volta a Portugal e apostem naquela que é a prova mais interessante para o público que nela pode marcar presença: a Volta ao Algarve. Até porque a Algarvia capta mais atenção no estrangeiro.
À quarta etapa teremos a chegada a Fafe, no mesmo local de 2012, e na quinta etapa (que para a organização é a 4ª por causa do prólogo) haverá Senhora da Graça. Este ano a etapa será mais dura que nos últimos, com subidas a Santo António (3ª cat), Bigorne (3ª), Cumieira (3ª) e sobretudo a Barragem do Alvão (1ª) a 37 quilómetros da subida final. É longe, mas certamente o pelotão não chegará compacto a Mondim de Basto. Oliveira do Bairro recebe a última etapa antes do descanso, com um final numa rampita que servirá para impossibilitar a vitória a alguns sprinters.
A sétima tirada, com final em Castelo Branco, é ideal para chegada de um fuga, pois as equipas com ambições para a classificação geral deverão guardar forças para os três dias que se seguem.
A Serra da Estrela será o palco para duas etapas. Na quinta-feira os ciclistas subirão da Covilhã para as Penhas das Saúde (1ª cat), descem para Manteigas e sobem para as Penhas Douradas (2ª), descendo depois para a meta instalada em Gouveia (4ª). É uma etapa dura e que pode ser muito importante para as contas finais, mas talvez acabe por ser um aborrecimento se os ciclistas se limitarem a esperar os dias seguintes, esses sim, certamente decisivos.
Na nona etapa não há volta a dar: será determinante. Os ciclistas sobem à Portela do Arão (9,9km a 6,7%), descem dois quilómetros e sobem para a Lagoa Comprida (9km a 7,5%). Daí descem para a Seia, para enfrentarem a única contagem de especial categoria da Volta a Portugal, a subida à Torre, com 28 km de extensão a 5%, números que enganam, pois pelo meio existem duas fases de descida que não chegam para recuperar energias mas são suficientes para reduzir a inclinação média.
No sábado, contrarrelógio que liga Sabugal a Guarda, um percurso que já se percorreu em 2011 e se mostrou muito duro. Os trepadores agradecem que seja este o percurso e não o de Viseu ou de Leiria. Viseu acolherá sim as últimas pedaladas, com o circuito da consagração. Esperemos que Viseu continue a apoiar a Volta a Portugal depois da saída de Fernando Ruas (presidente da Câmara que cumpre o último mandato).
A Torre é uma subida de enorme dureza, como não existe outra em Portugal, e é difícil ter referências do que valem os ciclistas das equipas portuguesas, que durante a restante temporada não enfrentam tamanha dureza. O melhor ponto de comparação é olhar ao que fizeram em edições anteriores e nesse ponto destacam-se quatro ciclistas: Rui Sousa, Hugo Sabido, Hernâni Brôco e Daniel Silva.
Rui Sousa (Efapel-Glassdrive) foi terceiro em 2002, 2011 e 2012, já venceu na Torre (2008) e na Senhora da Graça (2012). A seu favor tem a alta montanha e contra si o contrarrelógio, mas neste percurso será mais fácil defender-se do que num percurso mais plano. É o ciclista no ativo que mais vezes subiu ao pódio da prova, mas sofreu vários problemas físicos ao longo da temporada e aos 37 anos a capacidade de recuperação já não será a mesma.
Na Efapel têm também Hernâni Brôco, 5º em 2010 e 2011. Em 2010 foi 3º na Srª da Graça e 2º na Torre mas perdeu o pódio no contrarrelógio. Em 2011 venceu na Srª da Graça, foi 2º no contrarrelógio mas perdeu o pódio na Torre. Estando no seu melhor todos os dias, poderá lutar pela vitória.
Hugo Sabido (LA-Antarte) é outro dos principais candidatos, depois de ser segundo na última edição. Foi na Torre que mais sofreu, mas a sua prestação de 2012 aumentou a sua confiança para preparar a Volta este ano. Sai prejudicado pela eliminação das bonificações, mas é um dos melhores contrarrelogistas do pelotão nacional e, defendendo-se na Torre, poderá repetir a presença no pódio... em qualquer posição.
Décimo em 2011, quarto no ano passado, a evolução de Daniel Silva (Rádio Popular-Onda) é evidente, tanto no contrarrelógio como na montanha. Como se viu na Volta ao Alentejo, carece de apoio da sua equipa (sobretudo devido à queda de Vergílio Santos nos Nacionais com fratura da bacia) mas poderá não ser problema. É que mesmo que chegue à amarela na Torre, não precisará de apoio para o crono nem para a etapa da consagração.
Num segundo patamar, surgem Arkaitz Durán (Efapel) e Eduard Prades (OFM-Quinta da Lixa). Ambos chegaram a Portugal depois de uma boa temporada no pelotão amador espanhol e Prades venceu recentemente no Troféu Joaquim Agostinho. Falta ver como resistirão à Torre e Prades terá contra si o contrarrelógio.
Pelas equipas estrangeiras destacam-se Sergio Pardilla (MTN) e Marcel Wyss (IAM). Pardilla tem estado mais apagado do que gostaria, mas foi 3º na edição de 2010. Já Wyss, que como estagiário da Scott chegou a liderar a juventude na Volta 2008, foi este ano 10º na Volta à Romandia.
Para os ciclistas de equipas estrangeiras a maior dúvida será o estado de forma. Porque para as formações nacionais, tudo gira em torno da Volta, mas para as estrangeiras é apenas mais uma prova no calendário. É interessante para os jovens testarem-se numa prova de tantos dias, mas não podem abdicar das restantes provas e fazer uma preparação focada na Volta.
Favoritos à vitória e ao pódio:
*****
**** Rui Sousa, Hugo Sabido, Daniel Silva e Hernâni Brôco
*** Sergio Pardilla e Arkaitz Durán
** Eduard Prades e Marcel Wyss
A LA-Antarte tem um bom leque de homens rápidos, com António Carvalho, Edgar Pinto e Rafael Silva, todos eles capazes de ultrapassar as subidas de média dificuldade, e ainda Bruno Silva, sobre os qual tenho alguma expectativa.
O Louletano-Dunas Douradas terá agora como principal figura Jorge Montenegro, para procurar uma vitória em etapa. E têm o Carlos Oyarzun, contratado a pensar numa boa classificação geral, mas com um pequeno problema de quase dois mil metros de altura.
A Banco BIC-Carmim irá à caça de etapas. David Livramento poderá conquistar um lugar no top-10 da geral mas nenhuma equipa pode partir para a Volta apenas com esse objetivo e em Tavira sabem-no bem. David Livramento, Henrique Casimiro e João Pereira serão os principais trunfos para esse objetivo, sem esquecer Bruno Sancho, um dos melhores sprinters do pelotão nacional.
Mais a norte, a Rádio Popular conta com Domingos Gonçalves e a OFM-Quinta da Lixa com Gustavo César Veloso, Alejandro Marque e Délio Fernández, ciclistas completos que não serão para a classificação geral mas deverão dar nas vistas durante a Volta e Samuel Caldeira, o sprinter do conjunto do Sobrado.
Das equipas estrangeiras o ciclista mais conceituado é Gerald Ciolek (MTN-Qhubeka), ex-campeão do mundo sub-23 e sobretudo vencedor da Milano-Sanremo deste ano. A Caja Rural vem com Manuel Cardoso e Danail Petrov, a IAM com o sprinter Sébastien Hinault, a Bretagne com o luso-francês Armindo Fonseca, a Leopard Continental com Fábio Silvestre e o campeão europeu sub-23 Sean de Bie e a Cerâmica Flaminia com Amaro Antunes, António Barbio e Rafael Reis.
A lista completa de inscritos poderá ser vista aqui, clicando nos nomes de cada equipa.
Será uma Volta feita pelas equipas nacionais, como já vem sendo hábito há muitos anos.
*****
Este ano não haverá bonificações na Volta a Portugal. Sempre fui contra as bonificações e como tal vejo esta alteração com bons olhos. Porém, não existindo bonificações nem classificação das metas volantes, estas ficam sem grande interesse para a corrida. Servem apenas para dar pontos, mas esses irão na esmagadora maioria das vezes para ciclistas em fuga.
*****
A Volta a Portugal de Cadetes (8 a 10 de agosto) andará a par da Volta dos elites, terminando nos mesmos locais, com pouco mais de uma hora de antecedência. É uma forma de motivar estes jovens, dar mais destaque aos patrocinadores das equipas de cadetes e poupar nos custos de estrutura. As Voltas a Portugal do Futuro e de juniores deverão ser disputadas em moldes idênticos.
O primeiro dia tem um dos poucos pontos fracos do percurso, porque os regulamentos da UCI não permitem esta coisa de "prólogo coletivo", como a organização lhe vai chamar (eu chamar-lhe-ei primeira etapa). À margem dessa confusão, espera-se um bom espetáculo pelas ruas de Lisboa, em que as diferenças deverão ser curtas. Apontar favoritos é difícil. Para vencer um contrarrelógio coletivo tão curto é importante ter homens explosivos mas a falta de experiência neste tipo de provas poderá ser uma desvantagem para as equipas portuguesas. Os tempos da etapa serão tirados à passagem do terceiro ciclista de cada equipa e não do quinto como costuma acontecer.
A segunda etapa é a mais plana da Volta, com chegada a Aveiro, e ao terceiro dia os ciclistas chegam a Santa Luzia (Viana do Castelo), numa chegada que se espera muito bonita para o público local e para a transmissão televisiva. Não tanto para os ciclistas, que terão três quilómetros de subida a pouco mais de 4% e em piso empedrado, previsivelmente percorrido a todo o gás.
Se a Volta começa em Lisboa e ao terceiro dia já está em Viana do Castelo, é óbvio que onze etapas são mais do que suficientes para a Volta percorrer o país de Sul a Norte. Serve este aparte apenas para dizer que, enquanto algarvio, não me incomoda nada que a Volta a Portugal não venha ao Algarve. É que os municípios vivem uma fase de grande aperto orçamental, e se não têm condições para ter duas partidas e/ou chegadas de ciclismo no mesmo ano, prefiro que as autarquias algarvias abdiquem da Volta a Portugal e apostem naquela que é a prova mais interessante para o público que nela pode marcar presença: a Volta ao Algarve. Até porque a Algarvia capta mais atenção no estrangeiro.
À quarta etapa teremos a chegada a Fafe, no mesmo local de 2012, e na quinta etapa (que para a organização é a 4ª por causa do prólogo) haverá Senhora da Graça. Este ano a etapa será mais dura que nos últimos, com subidas a Santo António (3ª cat), Bigorne (3ª), Cumieira (3ª) e sobretudo a Barragem do Alvão (1ª) a 37 quilómetros da subida final. É longe, mas certamente o pelotão não chegará compacto a Mondim de Basto. Oliveira do Bairro recebe a última etapa antes do descanso, com um final numa rampita que servirá para impossibilitar a vitória a alguns sprinters.
A sétima tirada, com final em Castelo Branco, é ideal para chegada de um fuga, pois as equipas com ambições para a classificação geral deverão guardar forças para os três dias que se seguem.
A Serra da Estrela será o palco para duas etapas. Na quinta-feira os ciclistas subirão da Covilhã para as Penhas das Saúde (1ª cat), descem para Manteigas e sobem para as Penhas Douradas (2ª), descendo depois para a meta instalada em Gouveia (4ª). É uma etapa dura e que pode ser muito importante para as contas finais, mas talvez acabe por ser um aborrecimento se os ciclistas se limitarem a esperar os dias seguintes, esses sim, certamente decisivos.
Na nona etapa não há volta a dar: será determinante. Os ciclistas sobem à Portela do Arão (9,9km a 6,7%), descem dois quilómetros e sobem para a Lagoa Comprida (9km a 7,5%). Daí descem para a Seia, para enfrentarem a única contagem de especial categoria da Volta a Portugal, a subida à Torre, com 28 km de extensão a 5%, números que enganam, pois pelo meio existem duas fases de descida que não chegam para recuperar energias mas são suficientes para reduzir a inclinação média.
No sábado, contrarrelógio que liga Sabugal a Guarda, um percurso que já se percorreu em 2011 e se mostrou muito duro. Os trepadores agradecem que seja este o percurso e não o de Viseu ou de Leiria. Viseu acolherá sim as últimas pedaladas, com o circuito da consagração. Esperemos que Viseu continue a apoiar a Volta a Portugal depois da saída de Fernando Ruas (presidente da Câmara que cumpre o último mandato).
Favoritos
Esta Volta a Portugal não tem um claro favorito à partida como eram no ano passado Ricardo Mestre (que desistiu lesionado) e David Blanco (que venceu).A Torre é uma subida de enorme dureza, como não existe outra em Portugal, e é difícil ter referências do que valem os ciclistas das equipas portuguesas, que durante a restante temporada não enfrentam tamanha dureza. O melhor ponto de comparação é olhar ao que fizeram em edições anteriores e nesse ponto destacam-se quatro ciclistas: Rui Sousa, Hugo Sabido, Hernâni Brôco e Daniel Silva.
Rui Sousa (Efapel-Glassdrive) foi terceiro em 2002, 2011 e 2012, já venceu na Torre (2008) e na Senhora da Graça (2012). A seu favor tem a alta montanha e contra si o contrarrelógio, mas neste percurso será mais fácil defender-se do que num percurso mais plano. É o ciclista no ativo que mais vezes subiu ao pódio da prova, mas sofreu vários problemas físicos ao longo da temporada e aos 37 anos a capacidade de recuperação já não será a mesma.
Na Efapel têm também Hernâni Brôco, 5º em 2010 e 2011. Em 2010 foi 3º na Srª da Graça e 2º na Torre mas perdeu o pódio no contrarrelógio. Em 2011 venceu na Srª da Graça, foi 2º no contrarrelógio mas perdeu o pódio na Torre. Estando no seu melhor todos os dias, poderá lutar pela vitória.
Hugo Sabido (LA-Antarte) é outro dos principais candidatos, depois de ser segundo na última edição. Foi na Torre que mais sofreu, mas a sua prestação de 2012 aumentou a sua confiança para preparar a Volta este ano. Sai prejudicado pela eliminação das bonificações, mas é um dos melhores contrarrelogistas do pelotão nacional e, defendendo-se na Torre, poderá repetir a presença no pódio... em qualquer posição.
Décimo em 2011, quarto no ano passado, a evolução de Daniel Silva (Rádio Popular-Onda) é evidente, tanto no contrarrelógio como na montanha. Como se viu na Volta ao Alentejo, carece de apoio da sua equipa (sobretudo devido à queda de Vergílio Santos nos Nacionais com fratura da bacia) mas poderá não ser problema. É que mesmo que chegue à amarela na Torre, não precisará de apoio para o crono nem para a etapa da consagração.
Num segundo patamar, surgem Arkaitz Durán (Efapel) e Eduard Prades (OFM-Quinta da Lixa). Ambos chegaram a Portugal depois de uma boa temporada no pelotão amador espanhol e Prades venceu recentemente no Troféu Joaquim Agostinho. Falta ver como resistirão à Torre e Prades terá contra si o contrarrelógio.
Pelas equipas estrangeiras destacam-se Sergio Pardilla (MTN) e Marcel Wyss (IAM). Pardilla tem estado mais apagado do que gostaria, mas foi 3º na edição de 2010. Já Wyss, que como estagiário da Scott chegou a liderar a juventude na Volta 2008, foi este ano 10º na Volta à Romandia.
Para os ciclistas de equipas estrangeiras a maior dúvida será o estado de forma. Porque para as formações nacionais, tudo gira em torno da Volta, mas para as estrangeiras é apenas mais uma prova no calendário. É interessante para os jovens testarem-se numa prova de tantos dias, mas não podem abdicar das restantes provas e fazer uma preparação focada na Volta.
Favoritos à vitória e ao pódio:
*****
**** Rui Sousa, Hugo Sabido, Daniel Silva e Hernâni Brôco
*** Sergio Pardilla e Arkaitz Durán
** Eduard Prades e Marcel Wyss
Equipas e outras figuras
A Efapel parte como equipa mais forte e com um grande bloco para suportar os seus líderes: Nuno Ribeiro (único ex-vencedor em prova), Sérgio Sousa, Ricardo Vilela, César Fonte e o campeão nacional Jóni Brandão. Depois de assumir o papel de lançador de Manuel Cardoso (na Liberty) e de Sérgio Ribeiro, Filipe Cardoso será a aposta para as chegadas ao sprint.A LA-Antarte tem um bom leque de homens rápidos, com António Carvalho, Edgar Pinto e Rafael Silva, todos eles capazes de ultrapassar as subidas de média dificuldade, e ainda Bruno Silva, sobre os qual tenho alguma expectativa.
O Louletano-Dunas Douradas terá agora como principal figura Jorge Montenegro, para procurar uma vitória em etapa. E têm o Carlos Oyarzun, contratado a pensar numa boa classificação geral, mas com um pequeno problema de quase dois mil metros de altura.
A Banco BIC-Carmim irá à caça de etapas. David Livramento poderá conquistar um lugar no top-10 da geral mas nenhuma equipa pode partir para a Volta apenas com esse objetivo e em Tavira sabem-no bem. David Livramento, Henrique Casimiro e João Pereira serão os principais trunfos para esse objetivo, sem esquecer Bruno Sancho, um dos melhores sprinters do pelotão nacional.
Mais a norte, a Rádio Popular conta com Domingos Gonçalves e a OFM-Quinta da Lixa com Gustavo César Veloso, Alejandro Marque e Délio Fernández, ciclistas completos que não serão para a classificação geral mas deverão dar nas vistas durante a Volta e Samuel Caldeira, o sprinter do conjunto do Sobrado.
Das equipas estrangeiras o ciclista mais conceituado é Gerald Ciolek (MTN-Qhubeka), ex-campeão do mundo sub-23 e sobretudo vencedor da Milano-Sanremo deste ano. A Caja Rural vem com Manuel Cardoso e Danail Petrov, a IAM com o sprinter Sébastien Hinault, a Bretagne com o luso-francês Armindo Fonseca, a Leopard Continental com Fábio Silvestre e o campeão europeu sub-23 Sean de Bie e a Cerâmica Flaminia com Amaro Antunes, António Barbio e Rafael Reis.
A lista completa de inscritos poderá ser vista aqui, clicando nos nomes de cada equipa.
Será uma Volta feita pelas equipas nacionais, como já vem sendo hábito há muitos anos.
Chave-da-corrida
Seguindo o guião, a Volta decidir-se-á na Torre e no contrarrelógio. As subidas para Barragem do Alvão, Penhas da Saúde e Penhas Douradas poderão ser atacadas, até é costume na Volta ver alguns ciclistas de top-10 a atacarem em etapas de transição mas não se espere que a prova fuja muito ao guião, até porque apenas a Efapel tem mais do que um trunfo para jogar.Transmissão
A transmissão da Volta a Portugal será idêntica aos últimos anos: a partir das 15h na RTP Informação e a partir das 16h no canal principal. Os finais das etapas estão previstos entre as 17h15 e 17h45, de modo a dar tempo para um intervalo e cerimónia do pódio ainda antes das 18h.*****
Este ano não haverá bonificações na Volta a Portugal. Sempre fui contra as bonificações e como tal vejo esta alteração com bons olhos. Porém, não existindo bonificações nem classificação das metas volantes, estas ficam sem grande interesse para a corrida. Servem apenas para dar pontos, mas esses irão na esmagadora maioria das vezes para ciclistas em fuga.
*****
A Volta a Portugal de Cadetes (8 a 10 de agosto) andará a par da Volta dos elites, terminando nos mesmos locais, com pouco mais de uma hora de antecedência. É uma forma de motivar estes jovens, dar mais destaque aos patrocinadores das equipas de cadetes e poupar nos custos de estrutura. As Voltas a Portugal do Futuro e de juniores deverão ser disputadas em moldes idênticos.
Que poderemos nós esperar dos jovens portugueses nesta volta?
ResponderEliminarEstou particularmente interessado do Joni Brandão, no Ricardo Vilela, no Fabio Silvestre e no trio da ceramica flaminia.
Com o Sergio Ribeiro finalmente apanhado (outro que aprendeu a subir tarde na carreira) até vejo com bons olhos a possibilidade do Fabio ganhar uma etapa. No entanto o Joni e o Ricardo irão estar um bocado tapados pelas obrigações de equipa e o trio a ceramica ainda não impressionou este ano. Além dsso o Amaro está a voltar de um longo período sem competir por causa dum virus por isso nem deve estar em grande fora.
Rui o director desportivo da OFM disse ontem numa entrevista ao jornal "OJogo" que o líder seria o Gustavo César Veloso.
ResponderEliminarDas equipas estrangeiras acho que é de destacar também o Omar Fraile da Caja Rural que no ano passado foi 2º na juventude e acredito que possa fazer top-10 este ano.
A Lista Oficial de Inscritos ainda não saiu.........vamos esperar por Terça-feira, dia da apresentação para realmente se saber que estrangeiros vamos ter.
ResponderEliminarsegundo o site biciclismo o trio da flaminia está reduzido a 2 pois Rafael Reis não aparece na lista
ResponderEliminarEm relação à Volta, penso que a etapa que liga Termas Monfortinho-GOUVEIA é uma etapa espectacular pois os ciclistas vão chegar à Covilhã com mais de 100 km nas pernas e os últimos 70 da etapa é sempre a subir ou a descer. Embora a organização considere a subida das Douradas 2 categoria para mim aquilo e de 1 categoria. Agora depende dos ciclistas do modo como abordem a subida das Penhas da Saúde sendo a subida mais difícil em portugal na minha opinião.
ResponderEliminardudu o site oficial da prova da como inscritos os 3 portugueses...
ResponderEliminarLuís Caldas não te fies no site oficial da prova porque por exemplo a Rusvelo já comunicou que vai trazer apenas 8 ciclistas (saiem Boev, Serov e Klimov da lista inicial e entram Firsanov e Tatarinov) e a organização ainda não fez essas alterações!!!
Eliminarconfirma-se a exclusão do Rafael Reis, deve ser o próximo a sair da equipa...
EliminarLuís o Rafael não pode correr lesionado...primeiro está a saúde do atleta....
Eliminarnão sabia que estava lesionado...se assim é pior para ele...
Eliminarmas continuo a manter a opinião que a flaminia está a ser uma má opção para eles!
quero que ganhe um Português!o resto não interessa...
ResponderEliminarRui, podes explicar porquê que não gostas das "bonificações"?
Obrigado pelos comentários!
ResponderEliminarParrulo, em princípio todos vão à procura de uma vitória em etapa. No caso dos ciclistas da Efapel, mais limitados, mas sem esquecer que o César Fonte venceu uma no ano passado. Tudo dependerá das circunstâncias da corrida.
O site da prova tem os ciclistas pré-inscritos. Segunda-feira será feita a atualização, pois as listas definitivas apenas são conhecidas com 72h de antecedência.
Atento, cada um pode ver o ciclismo à sua maneira, mas para mim deve vencer o mais rápido. Com bonificações, temos casos como a vitória do Cobo na Vuelta, vencendo apesar de na estrada ter perdido 19 segundos para Froome (em bonificações ganhou 32). Ou casos em que o vencedor da primeira etapa não é o camisola amarela.
Cumprimentos
e em termos de espectáculo?
Eliminarmete com maior frequência os "homens da geral" a lutar por vitorias em etapas e quem sabe pelas metas volantes.
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já que estamos agora na "onda" da Grandíssima vamos falar da era Cândido Barbosa. nos 3 anos em que lutou até ao fim pela vitoria na prova, foi sempre em busca de segundos nas etapas disputadas ao sprint, e até chegou mesmo a lutar por metas volantes para ganhar 3 segundos. para mim isso dá um colorido especial à corrida...
nessa altura ele podia ter abdicado da luta pelos sprints numa ou noutra etapa. poupava energias, reduzida o risco de quedas,... MAS TAL NÃO ACONTECEU!
tudo isto para só falar de um pequeno exemplo que ocorreu na nossa volta.
muitos outros casos existem pelo mundo das bicicletas
Tenho a mesma opinião do Atento... a corrida vai chegar a uma altura em que alguns favoritos que estejam mais atrasados não vão mexer na corrida porque sabem que nem bonificações têm para recuperar o tempo perdido e dessa forma vão arriscar menos acabando por dar menos espectáculo...perde a Volta, perdem os amantes da modalidade...no final da etapa ficar em 1º, 2º ou 3º pode significar a mesma coisa do que ficar em 20º, 30º ou 40º...
EliminarComo algarvio que sou, e apesar de reconhecer que a equipa do Tavira se apresenta com a formação mais jovem e provavelmente mais fraca dos ultimos tempos, creio que, apesar de tudo é redutor considerar que o David Livramento vai lutar pelo top 10...
ResponderEliminarCreio que ele tem capacidades para estar num top 6 e não nos podemos esquecer que ele será o chefe de fila da equipa, ao invés dos outros anos em que trabalhava para o Mestre e para o Blanco. O Tavira têm também dois trepadores em ascenção e pode animar as etapas de montanha. Considero que o pelotão nacional que se apresenta este ano, não obstante o aumento de equipas, está nivelado por baixo e esse factor não pode ser esquecido. Faltam "trutas" e nomes consagrados no pelotão nacional, pelo que, esta Volta vai ser muito aberta...
Pois Samuel mas o problema do Livramento é que ele não tem a qualidade que tinham o Mestre ou o David Blanco...por isso esse Top 6 parece-me complicado que vá acontecer...
EliminarObrigado pelos comentários!
ResponderEliminarAtento e Pengo, isso considerando que é espetacular ter um candidato à vitória a disputar sprints e metas volantes, o que não concordo. Para mim, em termos de espectacularidade, é irrelevante se um candidato à vitória anda a disputar sprints ou metas volantes. Aliás, espero que nunca se dê o caso da Volta a Portugal ser vencida em metas volantes e chegadas ao sprint. Claro, tratam-se de opiniões. Cada um com a sua. Se todos preferissem as morenas, coitadas das loiras.
Samuel Mealhada, top 6, top 7, top 32, top 57... quem inventou esta moda do top-tudo? (eu sei, eu sei, foi num canal por cabo). Quando me refiro a top-10, não é exatamente ao 10º lugar. É que existe o vencedor, o segundo, o terceiro, o quarto e o quinto lugares já são praticamente equivalentes e do sexto ao décimo é tudo igual.
Cumprimentos!
Caro administrador do blo a organização da Volta ao abolir as bonificações irá dar poucas possibilidades de alternância da camisola amarela, pelo menos até a Senhora da Graça....acha isto interessante do ponto de vista competitivo????
EliminarComo algarvio, também sinto o mesmo que tu pelo Algarve não estar na Volta.
ResponderEliminarComo não vai ser um corredor do CCT a vencer (espero estar enganado, claro :P ), que vença o meu homónimo Hugo Sabido.
E que deem liberdade ao João Pereira!
Abraço, Hugo
PS: Rui, o teu blog está bastante apelativo ;)
Lista Oficial de Inscritos:
ResponderEliminarLA Alumínios-Antarte (Por):
1 - Hugo Sabido, Por
2 - António Carvalho, Por
3 - Bruno Silva, Por
4 - Edgar Pinto, Por
5 - Hugo Sancho, Por
6 - Pedro Paulinho, Por
7 - Márcio Barbosa, Por
8 - Rafael Silva, Por
9 - André Mourato, Por
Diretor Desportivo: Mário Rocha, Por
Efapel-Glassdrive (Por):
11 - Rui Sousa, Por
12 - Arkaitz Duran, Esp
13 - Filipe Cardoso, Por
14 - Joni Brandão, Por
15 - Nuno Ribeiro, Por
16 - Hernâni Broco, Por
17 - Sérgio Sousa, Por
18 - César Fonte, Por
19 - Ricardo Vilela, Por
Diretor Desportivo: Carlos Pereira, Por
Rádio Popular-Onda (Por):
21 - Daniel Silva, Por
22 - Célio Sousa, Por
23 - Virgílio Santos, Por
24 - Javier Ramirez, Esp
25 - David Gutierrez, Esp
26 - Nunos Matos, Por
27 - Domingos Gonçalves, Por
28 - Adrien Lopez, Esp
29 - Ricardo Ferreira, Por
Diretor Desportivo: José Santos, Por
Louletano-Dunas Douradas (Por):
31 - Victor Valinho, Por
32 - Carlos Oyarzun, Chi
33 - Raul Alarcon, Esp
34 - Antonio Olmo, Esp
35 - Jorge Montenegro, Arg
36 - Rui Vinhas, Por
37 - Micael Isidoro, Por
38 - Luís Silva, Por
39 - Raul de Mateos, Esp
Diretor Desportivo: Jorge Piedade, Por
Banco Bic-Carmim (Por):
41 - David Livramento, Por
42 - Daniel Mestre, Por
43 - Diogo Nunes, Por
44 - Tomás Metcalfe, Gbr
45 - João Pereira, Por
46 - Henrique Casimiro, Por
47 - Bruno Sancho, Por
48 - Igor Silva, Ang
49 - Walter da Silva, Ang
Diretor desportivo: Vidal Fitas, Por
OFM-Quinta da Lixa (Por):
51 - Gustavo César Veloso, Esp
52 - Alejandro Marque, Esp
53 - Délio Fernandez, Esp
54 - Samuel Caldeira, Por
55 - Hélder Oliveira, Por
56 - Mário Costa, Por
57 - Eduard Prades, Esp
58 - Luís Fernandes, Por
59 - Jesus Bravo, Esp
Diretor Desportivo: José Barros, Por
Caja Rural (Esp):
ResponderEliminar61 - Manuel Cardoso, Por
62 - Danail Petrov, Bul
63 - Enzo Moyano, Arg
64 - Yelko Gomez, Pan
65 - Omar Fraile, Esp
66 - Francisco Moreno, Esp
67 - Ruben Fernandez, Esp
68 - Karol Domagalski, Pol
69 - Ramon Domene, Esp
Diretor Desportivo: Eugenio Goikoetxea, Esp
MTN-Qhubeka (Afs):
71 - Gerald Ciolek, Ale
72 - Ferekalsi Debesay, Eri
73 - Johann Van Zyl, Afs
74 -- Ignatas Konovalovas, Lit
75 - Sérgio Pardilla, Esp
76 - Martin Reimer, Ale
77 - Dennis Van Niekerk, Afs
78 - Jay Thomson, Afs
79 - Jaco Venter, Afs
Diretor Desportivo: Jens Zemke, Afs
United Healthcare (EUA):
81 - Marc de Maar, Aho
82 - Robert Forster, Ale
83 - Davide Frattini, Ita
84 - Aldo Ilesic, Slo
85 - Martyn Irvine, Irl
86 - Jacob Keough, EUA
87 - John Murphy, EUA
88 - Danny Summerhill, EUA
89 - Adrian Hegyvary, EUA
Diretor Desportivo: Hendrik Redant, Bel
Sojasun (Fra):
91 - Maxime Daniel, Fra
92 - Jimmy Engoulvent, Fra
93 - Fabrice Jeandesboz, Fra
94 - Rony Martias, Fra
95 - Jean-Lou Paiani, Fra
96 - Paul Poux, Fra
97 - Fabien Schmidt, Fra
98 - Yannick Talabardon, Fra
99 - Etienne Tortelier, Fra
Diretor Desportivo: Nicolas Guille, Fra
IAM Cycling (Sui):
101 - Marcel Aregger, Sui
102 - Jonathan Fumeaux, Sui
103 - Sébastien Hinault, Fra
104 - Reto Hollenstein, Sui
105 - Dominic Klemme, Ale
106 - Alexandr Pliuschin, Mol
107 - Aleksejs Saramotins, Let
108 - Patrick Schelling, Sui
109 - Marcel Wyss, Sui
Diretor Desportivo: Marcello Albasini, Sui
Rusvelo (Rus):
111 - Alexander Serov, Rus
112 - Sergey Klimov, Rus
113 - Pavel Kochetkov, Rus
114 - Leonid Krasnov, Rus
115 - Igor Boev, Rus
116 - Alexander Ribakov, Rus
117 - Ilnur Zakarin, Rus
118 - Artur Ershov, Rus
119 - Sergey Pomoshnikov, Rus
Diretor Desportivo: Nikolay Morozov, Rus
Bretagne-Séché Environment (Fra):
121 - Florian Guillou, Fra
122 - Vegard Stake Laengen, Nor
123 - Armindo Fonseca, Fra
124 - Jean Bideau, Fra
125 - Clement Koretzky, Fra
126 - Eduardo Sepulveda, Arg
127 - Renaud Dion, Fra
128 - Erwann Corbel, Fra
129 - Sebástien Duret, Fra
Diretor Desportivo: Emmanuel Hubert, Fra
Leopard-Trek (Lux):
131 - Piero Baffi, Ita
132 - Sean de Bie, Bel
133 - Eugeni Alafaci, Ita
134 - Jesus Ezquerra, Esp
135 - Jan Hirt, Che
136 - Oliver Hofstetter, Sui
137 - Tom Thill, Lux
138 - Fábio Silvestre, Por
139 - Joel Zangele, Lux
Diretor Desportivo: Adriano Baffi, Ita
Ceramica Flaminia-Fondriest (Ita):
141 - Amaro Antunes, Por
142 - António Barbio, Por
143 - David Gabburo, Ita
144 - Alfredo Balloni, Ita
145 - Andre Manfredi, Ita
146 - Andrea Piechele, Ita
147 - Filippo Baggio, Ita
148 - Antonio Santoro, Ita
149 - Matteo Fedi, Ita
Diretor Desportivo: Simone Borgereshi, Ita
Continental Astana Team (Caz)
151 - Abdraimzhan Ishanov, Caz
152 - Yevgeniy Nepomnyachshiy, Caz
153 - Alexandr Shushemoin, Caz
154 - Vladislav Gorbunov, Caz
155 - Daniil Fominykh, Caz
156 - Marco Benfatto, Ita
157 - Nazar Jumabekov, Caz
158 - Ilya Davidenok, Caz
159 - Roman Semyonov, Caz
Diretor Desportivo: Kairat Baigudinov, Caz
Rijke-Shanks (Hol):
161 - Adrian Palomares, Esp
162 - Bas Stamsnijder, Hol
163 - Ronan Van Zandbeek, Hol
164 - Coen Vermeltfoort, Hol
165 - Huub Duijn, Hol
166 - Sjoerd Kouwenhoven, Hol
167 - Dion Beukenboom, Hol
168 - Kobus Hereijgers, Hol
169 - Christoph Pfingsten, Ale
Rui temos o Nuno Bico na Volta........
ResponderEliminarExato. Já com polémica e talvez com um processo disciplinar para o ciclista (que me parece o menos culpado) e à equipa. http://rr.sapo.pt/bolabranca_detalhe.aspx?fid=1370&did=117383
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