Sem o pentavencedor David Blanco para defender o triunfo do último ano mas esperando-se uma edição muito disputada, na próxima quarta-feira irá para a estrada a 75ª Volta a Portugal, com um dos mais completos percursos dos últimos anos e Rui Sousa, Hugo Sabido, Hernâni Brôco e Daniel Silva como principais candidatos à conquista da prova.
Percurso
Do percurso falou-se quando foram conhecidos os locais de partida e chegada, mas a apresentação da prova veio revelar um percurso ainda mais interessante do que então perspetivado.
O primeiro dia tem um dos poucos pontos fracos do percurso, porque os regulamentos da UCI não permitem esta coisa de "prólogo coletivo", como a organização lhe vai chamar (eu chamar-lhe-ei primeira etapa). À margem dessa confusão, espera-se um bom espetáculo pelas ruas de Lisboa, em que as diferenças deverão ser curtas. Apontar favoritos é difícil. Para vencer um contrarrelógio coletivo tão curto é importante ter homens explosivos mas a falta de experiência neste tipo de provas poderá ser uma desvantagem para as equipas portuguesas. Os tempos da etapa serão tirados à passagem do terceiro ciclista de cada equipa e não do quinto como costuma acontecer.
A segunda etapa é a mais plana da Volta, com chegada a Aveiro, e ao terceiro dia os ciclistas chegam a Santa Luzia (Viana do Castelo), numa chegada que se espera muito bonita para o público local e para a transmissão televisiva. Não tanto para os ciclistas, que terão três quilómetros de subida a pouco mais de 4% e em piso empedrado, previsivelmente percorrido a todo o gás.
Se a Volta começa em Lisboa e ao terceiro dia já está em Viana do Castelo, é óbvio que onze etapas são mais do que suficientes para a Volta percorrer o país de Sul a Norte. Serve este aparte apenas para dizer que, enquanto algarvio, não me incomoda nada que a Volta a Portugal não venha ao Algarve. É que os municípios vivem uma fase de grande aperto orçamental, e se não têm condições para ter duas partidas e/ou chegadas de ciclismo no mesmo ano, prefiro que as autarquias algarvias abdiquem da Volta a Portugal e apostem naquela que é a prova mais interessante para o público que nela pode marcar presença: a Volta ao Algarve. Até porque a Algarvia capta mais atenção no estrangeiro.
À quarta etapa teremos a chegada a Fafe, no mesmo local de 2012, e na quinta etapa (que para a organização é a 4ª por causa do prólogo) haverá Senhora da Graça. Este ano a etapa será mais dura que nos últimos, com subidas a Santo António (3ª cat), Bigorne (3ª), Cumieira (3ª) e sobretudo a Barragem do Alvão (1ª) a 37 quilómetros da subida final. É longe, mas certamente o pelotão não chegará compacto a Mondim de Basto. Oliveira do Bairro recebe a última etapa antes do descanso, com um final numa rampita que servirá para impossibilitar a vitória a alguns sprinters.
A sétima tirada, com final em Castelo Branco, é ideal para chegada de um fuga, pois as equipas com ambições para a classificação geral deverão guardar forças para os três dias que se seguem.
A Serra da Estrela será o palco para duas etapas. Na quinta-feira os ciclistas subirão da Covilhã para as Penhas das Saúde (1ª cat), descem para Manteigas e sobem para as Penhas Douradas (2ª), descendo depois para a meta instalada em Gouveia (4ª). É uma etapa dura e que pode ser muito importante para as contas finais, mas talvez acabe por ser um aborrecimento se os ciclistas se limitarem a esperar os dias seguintes, esses sim, certamente decisivos.
Na nona etapa não há volta a dar: será determinante. Os ciclistas sobem à Portela do Arão (9,9km a 6,7%), descem dois quilómetros e sobem para a Lagoa Comprida (9km a 7,5%). Daí descem para a Seia, para enfrentarem a única contagem de especial categoria da Volta a Portugal, a subida à Torre, com 28 km de extensão a 5%, números que enganam, pois pelo meio existem duas fases de descida que não chegam para recuperar energias mas são suficientes para reduzir a inclinação média.
No sábado, contrarrelógio que liga Sabugal a Guarda, um percurso que já se percorreu em 2011 e se mostrou muito duro. Os trepadores agradecem que seja este o percurso e não o de Viseu ou de Leiria. Viseu acolherá sim as últimas pedaladas, com o circuito da consagração. Esperemos que Viseu continue a apoiar a Volta a Portugal depois da saída de Fernando Ruas (presidente da Câmara que cumpre o último mandato).
A Torre é uma subida de enorme dureza, como não existe outra em Portugal, e é difícil ter referências do que valem os ciclistas das equipas portuguesas, que durante a restante temporada não enfrentam tamanha dureza. O melhor ponto de comparação é olhar ao que fizeram em edições anteriores e nesse ponto destacam-se quatro ciclistas: Rui Sousa, Hugo Sabido, Hernâni Brôco e Daniel Silva.
Rui Sousa (Efapel-Glassdrive) foi terceiro em 2002, 2011 e 2012, já venceu na Torre (2008) e na Senhora da Graça (2012). A seu favor tem a alta montanha e contra si o contrarrelógio, mas neste percurso será mais fácil defender-se do que num percurso mais plano. É o ciclista no ativo que mais vezes subiu ao pódio da prova, mas sofreu vários problemas físicos ao longo da temporada e aos 37 anos a capacidade de recuperação já não será a mesma.
Na Efapel têm também Hernâni Brôco, 5º em 2010 e 2011. Em 2010 foi 3º na Srª da Graça e 2º na Torre mas perdeu o pódio no contrarrelógio. Em 2011 venceu na Srª da Graça, foi 2º no contrarrelógio mas perdeu o pódio na Torre. Estando no seu melhor todos os dias, poderá lutar pela vitória.
Hugo Sabido (LA-Antarte) é outro dos principais candidatos, depois de ser segundo na última edição. Foi na Torre que mais sofreu, mas a sua prestação de 2012 aumentou a sua confiança para preparar a Volta este ano. Sai prejudicado pela eliminação das bonificações, mas é um dos melhores contrarrelogistas do pelotão nacional e, defendendo-se na Torre, poderá repetir a presença no pódio... em qualquer posição.
Décimo em 2011, quarto no ano passado, a evolução de Daniel Silva (Rádio Popular-Onda) é evidente, tanto no contrarrelógio como na montanha. Como se viu na Volta ao Alentejo, carece de apoio da sua equipa (sobretudo devido à queda de Vergílio Santos nos Nacionais com fratura da bacia) mas poderá não ser problema. É que mesmo que chegue à amarela na Torre, não precisará de apoio para o crono nem para a etapa da consagração.
Num segundo patamar, surgem Arkaitz Durán (Efapel) e Eduard Prades (OFM-Quinta da Lixa). Ambos chegaram a Portugal depois de uma boa temporada no pelotão amador espanhol e Prades venceu recentemente no Troféu Joaquim Agostinho. Falta ver como resistirão à Torre e Prades terá contra si o contrarrelógio.
Pelas equipas estrangeiras destacam-se Sergio Pardilla (MTN) e Marcel Wyss (IAM). Pardilla tem estado mais apagado do que gostaria, mas foi 3º na edição de 2010. Já Wyss, que como estagiário da Scott chegou a liderar a juventude na Volta 2008, foi este ano 10º na Volta à Romandia.
Para os ciclistas de equipas estrangeiras a maior dúvida será o estado de forma. Porque para as formações nacionais, tudo gira em torno da Volta, mas para as estrangeiras é apenas mais uma prova no calendário. É interessante para os jovens testarem-se numa prova de tantos dias, mas não podem abdicar das restantes provas e fazer uma preparação focada na Volta.
Favoritos à vitória e ao pódio:
*****
**** Rui Sousa, Hugo Sabido, Daniel Silva e Hernâni Brôco
*** Sergio Pardilla e Arkaitz Durán
** Eduard Prades e Marcel Wyss
A LA-Antarte tem um bom leque de homens rápidos, com António Carvalho, Edgar Pinto e Rafael Silva, todos eles capazes de ultrapassar as subidas de média dificuldade, e ainda Bruno Silva, sobre os qual tenho alguma expectativa.
O Louletano-Dunas Douradas terá agora como principal figura Jorge Montenegro, para procurar uma vitória em etapa. E têm o Carlos Oyarzun, contratado a pensar numa boa classificação geral, mas com um pequeno problema de quase dois mil metros de altura.
A Banco BIC-Carmim irá à caça de etapas. David Livramento poderá conquistar um lugar no top-10 da geral mas nenhuma equipa pode partir para a Volta apenas com esse objetivo e em Tavira sabem-no bem. David Livramento, Henrique Casimiro e João Pereira serão os principais trunfos para esse objetivo, sem esquecer Bruno Sancho, um dos melhores sprinters do pelotão nacional.
Mais a norte, a Rádio Popular conta com Domingos Gonçalves e a OFM-Quinta da Lixa com Gustavo César Veloso, Alejandro Marque e Délio Fernández, ciclistas completos que não serão para a classificação geral mas deverão dar nas vistas durante a Volta e Samuel Caldeira, o sprinter do conjunto do Sobrado.
Das equipas estrangeiras o ciclista mais conceituado é Gerald Ciolek (MTN-Qhubeka), ex-campeão do mundo sub-23 e sobretudo vencedor da Milano-Sanremo deste ano. A Caja Rural vem com Manuel Cardoso e Danail Petrov, a IAM com o sprinter Sébastien Hinault, a Bretagne com o luso-francês Armindo Fonseca, a Leopard Continental com Fábio Silvestre e o campeão europeu sub-23 Sean de Bie e a Cerâmica Flaminia com Amaro Antunes, António Barbio e Rafael Reis.
A lista completa de inscritos poderá ser vista aqui, clicando nos nomes de cada equipa.
Será uma Volta feita pelas equipas nacionais, como já vem sendo hábito há muitos anos.
*****
Este ano não haverá bonificações na Volta a Portugal. Sempre fui contra as bonificações e como tal vejo esta alteração com bons olhos. Porém, não existindo bonificações nem classificação das metas volantes, estas ficam sem grande interesse para a corrida. Servem apenas para dar pontos, mas esses irão na esmagadora maioria das vezes para ciclistas em fuga.
*****
A Volta a Portugal de Cadetes (8 a 10 de agosto) andará a par da Volta dos elites, terminando nos mesmos locais, com pouco mais de uma hora de antecedência. É uma forma de motivar estes jovens, dar mais destaque aos patrocinadores das equipas de cadetes e poupar nos custos de estrutura. As Voltas a Portugal do Futuro e de juniores deverão ser disputadas em moldes idênticos.
O primeiro dia tem um dos poucos pontos fracos do percurso, porque os regulamentos da UCI não permitem esta coisa de "prólogo coletivo", como a organização lhe vai chamar (eu chamar-lhe-ei primeira etapa). À margem dessa confusão, espera-se um bom espetáculo pelas ruas de Lisboa, em que as diferenças deverão ser curtas. Apontar favoritos é difícil. Para vencer um contrarrelógio coletivo tão curto é importante ter homens explosivos mas a falta de experiência neste tipo de provas poderá ser uma desvantagem para as equipas portuguesas. Os tempos da etapa serão tirados à passagem do terceiro ciclista de cada equipa e não do quinto como costuma acontecer.
A segunda etapa é a mais plana da Volta, com chegada a Aveiro, e ao terceiro dia os ciclistas chegam a Santa Luzia (Viana do Castelo), numa chegada que se espera muito bonita para o público local e para a transmissão televisiva. Não tanto para os ciclistas, que terão três quilómetros de subida a pouco mais de 4% e em piso empedrado, previsivelmente percorrido a todo o gás.
Se a Volta começa em Lisboa e ao terceiro dia já está em Viana do Castelo, é óbvio que onze etapas são mais do que suficientes para a Volta percorrer o país de Sul a Norte. Serve este aparte apenas para dizer que, enquanto algarvio, não me incomoda nada que a Volta a Portugal não venha ao Algarve. É que os municípios vivem uma fase de grande aperto orçamental, e se não têm condições para ter duas partidas e/ou chegadas de ciclismo no mesmo ano, prefiro que as autarquias algarvias abdiquem da Volta a Portugal e apostem naquela que é a prova mais interessante para o público que nela pode marcar presença: a Volta ao Algarve. Até porque a Algarvia capta mais atenção no estrangeiro.
À quarta etapa teremos a chegada a Fafe, no mesmo local de 2012, e na quinta etapa (que para a organização é a 4ª por causa do prólogo) haverá Senhora da Graça. Este ano a etapa será mais dura que nos últimos, com subidas a Santo António (3ª cat), Bigorne (3ª), Cumieira (3ª) e sobretudo a Barragem do Alvão (1ª) a 37 quilómetros da subida final. É longe, mas certamente o pelotão não chegará compacto a Mondim de Basto. Oliveira do Bairro recebe a última etapa antes do descanso, com um final numa rampita que servirá para impossibilitar a vitória a alguns sprinters.
A sétima tirada, com final em Castelo Branco, é ideal para chegada de um fuga, pois as equipas com ambições para a classificação geral deverão guardar forças para os três dias que se seguem.
A Serra da Estrela será o palco para duas etapas. Na quinta-feira os ciclistas subirão da Covilhã para as Penhas das Saúde (1ª cat), descem para Manteigas e sobem para as Penhas Douradas (2ª), descendo depois para a meta instalada em Gouveia (4ª). É uma etapa dura e que pode ser muito importante para as contas finais, mas talvez acabe por ser um aborrecimento se os ciclistas se limitarem a esperar os dias seguintes, esses sim, certamente decisivos.
Na nona etapa não há volta a dar: será determinante. Os ciclistas sobem à Portela do Arão (9,9km a 6,7%), descem dois quilómetros e sobem para a Lagoa Comprida (9km a 7,5%). Daí descem para a Seia, para enfrentarem a única contagem de especial categoria da Volta a Portugal, a subida à Torre, com 28 km de extensão a 5%, números que enganam, pois pelo meio existem duas fases de descida que não chegam para recuperar energias mas são suficientes para reduzir a inclinação média.
No sábado, contrarrelógio que liga Sabugal a Guarda, um percurso que já se percorreu em 2011 e se mostrou muito duro. Os trepadores agradecem que seja este o percurso e não o de Viseu ou de Leiria. Viseu acolherá sim as últimas pedaladas, com o circuito da consagração. Esperemos que Viseu continue a apoiar a Volta a Portugal depois da saída de Fernando Ruas (presidente da Câmara que cumpre o último mandato).
Favoritos
Esta Volta a Portugal não tem um claro favorito à partida como eram no ano passado Ricardo Mestre (que desistiu lesionado) e David Blanco (que venceu).A Torre é uma subida de enorme dureza, como não existe outra em Portugal, e é difícil ter referências do que valem os ciclistas das equipas portuguesas, que durante a restante temporada não enfrentam tamanha dureza. O melhor ponto de comparação é olhar ao que fizeram em edições anteriores e nesse ponto destacam-se quatro ciclistas: Rui Sousa, Hugo Sabido, Hernâni Brôco e Daniel Silva.
Rui Sousa (Efapel-Glassdrive) foi terceiro em 2002, 2011 e 2012, já venceu na Torre (2008) e na Senhora da Graça (2012). A seu favor tem a alta montanha e contra si o contrarrelógio, mas neste percurso será mais fácil defender-se do que num percurso mais plano. É o ciclista no ativo que mais vezes subiu ao pódio da prova, mas sofreu vários problemas físicos ao longo da temporada e aos 37 anos a capacidade de recuperação já não será a mesma.
Na Efapel têm também Hernâni Brôco, 5º em 2010 e 2011. Em 2010 foi 3º na Srª da Graça e 2º na Torre mas perdeu o pódio no contrarrelógio. Em 2011 venceu na Srª da Graça, foi 2º no contrarrelógio mas perdeu o pódio na Torre. Estando no seu melhor todos os dias, poderá lutar pela vitória.
Hugo Sabido (LA-Antarte) é outro dos principais candidatos, depois de ser segundo na última edição. Foi na Torre que mais sofreu, mas a sua prestação de 2012 aumentou a sua confiança para preparar a Volta este ano. Sai prejudicado pela eliminação das bonificações, mas é um dos melhores contrarrelogistas do pelotão nacional e, defendendo-se na Torre, poderá repetir a presença no pódio... em qualquer posição.
Décimo em 2011, quarto no ano passado, a evolução de Daniel Silva (Rádio Popular-Onda) é evidente, tanto no contrarrelógio como na montanha. Como se viu na Volta ao Alentejo, carece de apoio da sua equipa (sobretudo devido à queda de Vergílio Santos nos Nacionais com fratura da bacia) mas poderá não ser problema. É que mesmo que chegue à amarela na Torre, não precisará de apoio para o crono nem para a etapa da consagração.
Num segundo patamar, surgem Arkaitz Durán (Efapel) e Eduard Prades (OFM-Quinta da Lixa). Ambos chegaram a Portugal depois de uma boa temporada no pelotão amador espanhol e Prades venceu recentemente no Troféu Joaquim Agostinho. Falta ver como resistirão à Torre e Prades terá contra si o contrarrelógio.
Pelas equipas estrangeiras destacam-se Sergio Pardilla (MTN) e Marcel Wyss (IAM). Pardilla tem estado mais apagado do que gostaria, mas foi 3º na edição de 2010. Já Wyss, que como estagiário da Scott chegou a liderar a juventude na Volta 2008, foi este ano 10º na Volta à Romandia.
Para os ciclistas de equipas estrangeiras a maior dúvida será o estado de forma. Porque para as formações nacionais, tudo gira em torno da Volta, mas para as estrangeiras é apenas mais uma prova no calendário. É interessante para os jovens testarem-se numa prova de tantos dias, mas não podem abdicar das restantes provas e fazer uma preparação focada na Volta.
Favoritos à vitória e ao pódio:
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**** Rui Sousa, Hugo Sabido, Daniel Silva e Hernâni Brôco
*** Sergio Pardilla e Arkaitz Durán
** Eduard Prades e Marcel Wyss
Equipas e outras figuras
A Efapel parte como equipa mais forte e com um grande bloco para suportar os seus líderes: Nuno Ribeiro (único ex-vencedor em prova), Sérgio Sousa, Ricardo Vilela, César Fonte e o campeão nacional Jóni Brandão. Depois de assumir o papel de lançador de Manuel Cardoso (na Liberty) e de Sérgio Ribeiro, Filipe Cardoso será a aposta para as chegadas ao sprint.A LA-Antarte tem um bom leque de homens rápidos, com António Carvalho, Edgar Pinto e Rafael Silva, todos eles capazes de ultrapassar as subidas de média dificuldade, e ainda Bruno Silva, sobre os qual tenho alguma expectativa.
O Louletano-Dunas Douradas terá agora como principal figura Jorge Montenegro, para procurar uma vitória em etapa. E têm o Carlos Oyarzun, contratado a pensar numa boa classificação geral, mas com um pequeno problema de quase dois mil metros de altura.
A Banco BIC-Carmim irá à caça de etapas. David Livramento poderá conquistar um lugar no top-10 da geral mas nenhuma equipa pode partir para a Volta apenas com esse objetivo e em Tavira sabem-no bem. David Livramento, Henrique Casimiro e João Pereira serão os principais trunfos para esse objetivo, sem esquecer Bruno Sancho, um dos melhores sprinters do pelotão nacional.
Mais a norte, a Rádio Popular conta com Domingos Gonçalves e a OFM-Quinta da Lixa com Gustavo César Veloso, Alejandro Marque e Délio Fernández, ciclistas completos que não serão para a classificação geral mas deverão dar nas vistas durante a Volta e Samuel Caldeira, o sprinter do conjunto do Sobrado.
Das equipas estrangeiras o ciclista mais conceituado é Gerald Ciolek (MTN-Qhubeka), ex-campeão do mundo sub-23 e sobretudo vencedor da Milano-Sanremo deste ano. A Caja Rural vem com Manuel Cardoso e Danail Petrov, a IAM com o sprinter Sébastien Hinault, a Bretagne com o luso-francês Armindo Fonseca, a Leopard Continental com Fábio Silvestre e o campeão europeu sub-23 Sean de Bie e a Cerâmica Flaminia com Amaro Antunes, António Barbio e Rafael Reis.
A lista completa de inscritos poderá ser vista aqui, clicando nos nomes de cada equipa.
Será uma Volta feita pelas equipas nacionais, como já vem sendo hábito há muitos anos.
Chave-da-corrida
Seguindo o guião, a Volta decidir-se-á na Torre e no contrarrelógio. As subidas para Barragem do Alvão, Penhas da Saúde e Penhas Douradas poderão ser atacadas, até é costume na Volta ver alguns ciclistas de top-10 a atacarem em etapas de transição mas não se espere que a prova fuja muito ao guião, até porque apenas a Efapel tem mais do que um trunfo para jogar.Transmissão
A transmissão da Volta a Portugal será idêntica aos últimos anos: a partir das 15h na RTP Informação e a partir das 16h no canal principal. Os finais das etapas estão previstos entre as 17h15 e 17h45, de modo a dar tempo para um intervalo e cerimónia do pódio ainda antes das 18h.*****
Este ano não haverá bonificações na Volta a Portugal. Sempre fui contra as bonificações e como tal vejo esta alteração com bons olhos. Porém, não existindo bonificações nem classificação das metas volantes, estas ficam sem grande interesse para a corrida. Servem apenas para dar pontos, mas esses irão na esmagadora maioria das vezes para ciclistas em fuga.
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A Volta a Portugal de Cadetes (8 a 10 de agosto) andará a par da Volta dos elites, terminando nos mesmos locais, com pouco mais de uma hora de antecedência. É uma forma de motivar estes jovens, dar mais destaque aos patrocinadores das equipas de cadetes e poupar nos custos de estrutura. As Voltas a Portugal do Futuro e de juniores deverão ser disputadas em moldes idênticos.