E agora quem a tira? |
Apesar das subidas, no contrarrelógio de hoje também havia terreno que beneficiava os melhores croners e seria de esperar que Cadel Evans fosse o melhor dos homens da geral, ampliando a vantagem da sua liderança. Pelo menos, era o que eu esperava, mas não foi o que aconteceu, com Rigoberto Urán a levar a etapa e a camisola rosa.
Até ao primeiro ponto intermédio (km 12,6) era sempre a subir, primeiro num falso plano, depois a 5%. Como tal, era de prever que os trepadores conseguissem os melhores tempos e foi o que aconteceu. Quintana ganhava oito segundos a Evans, Rafal Majka ganhava treze ao camisola rosa, Fabio Aru vinte e sete, Urán trinta e oito e Pozzivovo - com o melhor tempo - cinquenta e três, afirmando a sua candidatura ao pódio.
A partir daí cabia a Cadel Evans mostrar os seus dotes de contrarrelogista e impor um ritmo superior aos seus adversários a descer e a rolar, mas o australiano passou no segundo ponto intermédio (km 26) apenas com o oitavo melhor tempo. Rigoberto Urán era a referência e Majka e Kelderman também estavam a ganhar tempo a Evans.
Rigoberto Urán inspecionou este contrarrelógio no início de março e a sua equipa preparou-o minuciosamente. Aos 26 quilómetros passou com 27 segundos de vantagem sobre Diego Ulissi (que ontem caiu e perdeu quatro minutos) e ainda ganharia mais 50 até final., totalizando 1'17'' sobre o homem da Lampre.
Se antes faltavam reais indicações quanto à condição física de cada um, hoje Urán mostrou estar fortíssimo. Majka e Pozzovivo, terceiro e quartona geral, são fortes candidatos ao pódio, enquanto Cadel Evans me parece sem condições para segurar o lugar de pódio e mesmo entre os cinco primeiros tenho sérias dúvidas. São 37 anos que pesam.
Nairo Quintana defendeu-se, perdendo pouco mais de um minuto para o australiano vencedor do Tour 2011, mas está agora a 3’29’’ do seu compatriota e ex-colega de casa. No que falta de Giro, há espaço mais do que suficiente para se ganhar ou perder três minutos e meio. Se Quintana será capaz de os recuperar face a Urán é outra questão. Hoje fez um bom contrarrelógio, mas não basta um bom Quintana para ganhar nas montanhas este tempo a um super Urán.
Sábado e domingo há chegadas em alto.
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