É sobre um percurso diversificado mas equilibrado que Vincenzo Nibali, Alejandro Valverde, Mikel Landa, Rigo Urán, Ilnur Zakarin, Rafal Majka e Tom Dumoulin concorrerão ao título do Giro d'Itália 2016, de 6 a 29 de maio.
Este é o já habitual post com os perfis para ir vendo e revendo ao longo da prova.
Ver perfis:
(poderão ver os perfis das etapas ao longo do artigo ou clicando no número da mesma em cima. E ao longo da prova estará o mapa do Giro ali no lado esquerdo, bastando clicar nele para vir ter a este artigo).
Depois de anos de verdadeiro exagero, a organização do Giro tem vindo a dosear a quantidade de montanha e a edição deste ano apresenta apenas quatro etapas de alta montanha, sem comprometer a dureza e a diversidade. Com, pelo menos, sete oportunidades para sprinters, um contrarrelógio de 9,8 km a abrir, um outro de quarente e uma crono-escalada, que é já um fator distintivo da Corsa Rosa.
A prova arranca na sexta-feira dia 6 de maio com um contrarrelógio de 9,8 quilómetros em Apeldoorn, na Holanda, onde também se disputarão as duas seguintes etapas, planas mas sempre muito nervosas, com todo o pelotão a querer estar onde poucos cabem e as habituais quedas. Depois cumpre-se o já habitual dia de voo da Volta a Itália - como em 2010, como em 2012 e em 2014 - levando os ciclistas para o sul da península Itálica. É um dia de descanso, com todos os riscos que isso implica. Em 2014, depois de vencer duas etapas em outras tantas oportunidades na Irlanda, Marcel Kittel já não partiu para a primeira etapa em território italiano.
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Etapa 1, 6 de maio |
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Etapa 2, 7 de maio |
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Etapa 3, 8 de maio |
Este Giro que se avizinha tem um começo menos montanhoso que os anteriores e as duas etapas que seguem o dia de descanso, ambas a cima dos 200 km, não serão para todos os sprinters, mas também não tem dificuldade que proporcione grandes lutas pela geral.
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Etapa 4, 10 de maio |
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Etapa 5, 11 de maio |
À sexta etapa o pelotão do Giro enfrentará a sua primeira chegada em alto, na estação de ski de Aremogna, nos Apeninos. Apesar dos 17 quilómetros de extensão, a subida tem apenas uma inclinação média de 4,8% e provavelmente entrará nos últimos quilómetros um grupo numeroso, mas também servirá para ver quem falhou nos trabalhos de casa.
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Etapa 6, 12 de maio |
Uma etapa que causará muito interesse será a oitava, com um setor de seis quilómetros de terra batida, para os quais todos os órgãos decidiram utilizar o termo italiano sterrato porque não fica bem dizer que o ciclismo voltou às estradas do pós-guerra. São seis quilómetros a subir, duros, e será a inclinação a fazer alguma diferença. Isso e a estrada ser uma porcaria. Mesmo na Strade Bianche - e aí estas estradas fazem sentido porque é prova de um dia - o que faz a diferença são as inclinações brutais. E os furos.
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Etapa 7, 13 de maio |
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Etapa 8, 14 de maio |
O segundo contrarrelógio chega na véspera do segundo dia de descanso, que no perfil parece muito acidentado mas não o é assim tanto - a subida maior são 4,9 quilómetros a 3,7%. Será uma oportunidade para contrarrelogistas, como Dumoulin, Zakarin ou Urán, colocarem tempo em trepadores, como Landa.
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Etapa 9, 15 de maio |
Após o dia de descanso, os ciclistas terão outra das etapas que, não sendo para decidir a prova, é para testar pernas e fazer algumas diferenças, com final em Sestola. E após duas etapas propícias a finais ao sprint, as montanhas regressam na décima terceira etapa com a aproximação dos Dolomitas, mas a primeira etapa de alta montanha, ultrapassando os dois mil metros de altitude em quatro montanhas, chega no sábado.
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Etapa 10, 17 de maio |
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Etapa 11, 18 de maio |
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Etapa 12, 19 de maio |
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Etapa 13, 20 de maio |
São seis subidas, a primeira delas o Passo Pordoi (9,2 km a 6,9%), onde Gilberto Simoni tirou a camisola rosa a Dario Frigo em 2001 e começou a cimentar a sua primeira vitória na prova, e as duas últimas o Passo Giau (9,5 km a 9,4%) e o Passo Valparola (11,5 km a 5,8%). São as que se destacam pela sua dificuldade, mas o Passo Sella será a Montanha Pantani deste Giro, uma forma da organização homenagear os que trabalham em prol da investigação médica e do progresso clínico. Ou os consumidores desse progresso. No domingo terá lugar a cronoescalada deste Giro, com 10,8 quilómetros muito duros no Alpe di Siusi que servirá para dar uma limpeza na classificação geral e deixar poucos aspirantes aos lugares de pódio.
Um dos atrativos destas etapas, se os ciclistas assim o entenderem, é que os trepadores não se devem dar ao luxo de desperdiças oportunidades, uma vez que o futuro é incerto, sobretudo a mais de 2000 metros de altitude. Esperar pela última semana pode custa caro caso alguma etapa (ou montanha) seja anulada devido ao mau tempo.
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Etapa 14, 21 de maio |
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Etapa 15, 22 de maio |
A terceira semana reserva as três últimas oportunidades para quem ainda quiser dar a volta à classificação geral, ainda que as três sejam muito curtas. Juntam-se outras duas oportunidades para os sprinters e uma etapa para final em fuga, num equilíbrio pouco visto nas últimas edições da Corsa Rosa.
A primeira etapa desta última semana terá somente 132 quilómetros, com final numa contagem que é apenas de terceira categoria mas antecedida de outra que, ainda que seja de segunda no papel, é mais difícil que muitas outras percorridas ao longo do ano com categoria superior. São 10,4 km a 7,25% e algum ciclista do top-10 deverá aproveitar para atacar. Lembrando que os dias de descanso são o que são e no ano passado correu tão mal a Fabio Aru que perdeu 3 minutos para Contador nas duas etapas após o último dia de descanso (no final perdeu o Giro por 1'53'').
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Etapa 16, 24 de maio |
A décima sétima etapa deverá esperar um duelo entre os melhores sprinters em prova e a décima oitava parece ideal para quem queira tentar a sua sorte numa fuga. Com 244 quilómetros - a mais longa da prova - e antes das duas últimas montanhosas, as equipas focadas na geral deverão toma-la com calma e as equipas dos sprinters irão abdicar do esforço devido à subida de Pramartino a vinte quilómetros do final.
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Etapa 17, 25 de maio |
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Etapa 18, 26 de maio |
As referidas últimas etapas montanhosas são de 162 e 134 quilómetros, maioritariamente cumpridos em França e com cinco contagens de montanha de primeira categoria. Falta quilometragem mas por outro lado pode proporcionar etapas com um ritmo muito elevado do começo ao fim (dentro do que o terreno permite).
Na antepenúltima jornada, se as condições metrológicas o permitiram, está a Cima Coppi, subida mais alta da prova, a 2744 metros, justamente na fronteira. A contagem de montanha oficial tem 21,3 quilómetros a 6,8%, mas os ciclistas sobem desde os 300 e poucos metros, durante quase 70 quilómetros. Mais de duas horas a pedalar, sem descanso. E final em Risoul (12,8 km a 6,9%, subido no Tour 2014 com vitória de Rafal Majka.
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Etapa 19, 27 de maio |
Ainda haverá algo em aberto? A luta pela vitória? Um lugar no pódio? Quem queira entrar no top-10? Se sim, a derradeira oportunidade está algures nos Alpes, entre a francesa Guillestre e a italiana Sant'Anna di Vinadio. São apenas 134 quilómetros mas com três subidas de primeira categoria que se fazem longas e descidas que passam num instante entre elas. A subida para a meta é apenas de terceira categoria, pelo que qualquer ataque que procure causar uma maior mexida na classificação geral terá que surgir na contagem anterior (19,8 km a 7,5%).
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Etapa 20, 28 de maio |
O Giro d'Italia de 2016 terminará, como o de 1982, em Turim. Na altura, num contrarrelógio, venceu um tal de Bernard Hinault. Desta vez será previsivelmente para um final ao sprint e a consagração do sucessor de Alberto Contador.
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Etapa 21, 29 de maio |
Em suma, não há uma única etapa de montanha que possua todos os ingredientes: encadeamento de montanhas, longa quilometragem e final em alto. Mas existem muitas para ir desenhando a classificação geral final. E, estando em maio, pode ser que as condições metrológicas tornem alguma muito mais dura do que está no papel. Ou que a metrologia imponha a sua lei e acaba com as subidas aos 2700 metros, algumas ultrapassadas pelos ciclistas antes da época em que costumam ser abertas ao público geral.
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