quarta-feira, 27 de abril de 2016

Giro d'Itália 2016: Perfis das 21 etapas


É sobre um percurso diversificado mas equilibrado que Vincenzo Nibali, Alejandro Valverde, Mikel Landa, Rigo Urán, Ilnur Zakarin, Rafal Majka e Tom Dumoulin concorrerão ao título do Giro d'Itália 2016, de 6 a 29 de maio.
Este é o já habitual post com os perfis para ir vendo e revendo ao longo da prova.

Ver perfis:
Etapa 1 | Etapa 2 | Etapa 3(descanso) | Etapa 4 | Etapa 5 | Etapa 6 | Etapa 7 | Etapa 8 | Etapa 9(descanso) | Etapa 10 | Etapa 11 | Etapa 12 | Etapa 13 | Etapa 14 | Etapa 15(descanso) | Etapa 16 | Etapa 17 | Etapa 18 | Etapa 19 | Etapa 20 | Etapa 21
(poderão ver os perfis das etapas ao longo do artigo ou clicando no número da mesma em cima. E ao longo da prova estará o mapa do Giro ali no lado esquerdo, bastando clicar nele para vir ter a este artigo).

Depois de anos de verdadeiro exagero, a organização do Giro tem vindo a dosear a quantidade de montanha e a edição deste ano apresenta apenas quatro etapas de alta montanha, sem comprometer a dureza e a diversidade. Com, pelo menos, sete oportunidades para sprinters, um contrarrelógio de 9,8 km a abrir, um outro de quarente e uma crono-escalada, que é já um fator distintivo da Corsa Rosa.

A prova arranca na sexta-feira dia 6 de maio com um contrarrelógio de 9,8 quilómetros em Apeldoorn, na Holanda, onde também se disputarão as duas seguintes etapas, planas mas sempre muito nervosas, com todo o pelotão a querer estar onde poucos cabem e as habituais quedas. Depois cumpre-se o já habitual dia de voo da Volta a Itália - como em 2010, como em 2012 e em 2014 - levando os ciclistas para o sul da península Itálica. É um dia de descanso, com todos os riscos que isso implica. Em 2014, depois de vencer duas etapas em outras tantas oportunidades na Irlanda, Marcel Kittel já não partiu para a primeira etapa em território italiano.
Etapa 1, 6 de maio
Etapa 2, 7 de maio
Etapa 3, 8 de maio
Este Giro que se avizinha tem um começo menos montanhoso que os anteriores e as duas etapas que seguem o dia de descanso, ambas a cima dos 200 km, não serão para todos os sprinters, mas também não tem dificuldade que proporcione grandes lutas pela geral.
Etapa 4, 10 de maio
Etapa 5, 11 de maio
À sexta etapa o pelotão do Giro enfrentará a sua primeira chegada em alto, na estação de ski de Aremogna, nos Apeninos. Apesar dos 17 quilómetros de extensão, a subida tem apenas uma inclinação média de 4,8% e provavelmente entrará nos últimos quilómetros um grupo numeroso, mas também servirá para ver quem falhou nos trabalhos de casa.
Etapa 6, 12 de maio
Uma etapa que causará muito interesse será a oitava, com um setor de seis quilómetros de terra batida, para os quais todos os órgãos decidiram utilizar o termo italiano sterrato porque não fica bem dizer que o ciclismo voltou às estradas do pós-guerra. São seis quilómetros a subir, duros, e será a inclinação a fazer alguma diferença. Isso e a estrada ser uma porcaria. Mesmo na Strade Bianche - e aí estas estradas fazem sentido porque é prova de um dia - o que faz a diferença são as inclinações brutais. E os furos.
Etapa 7, 13 de maio
Etapa 8, 14 de maio
O segundo contrarrelógio chega na véspera do segundo dia de descanso, que no perfil parece muito acidentado mas não o é assim tanto - a subida maior são 4,9 quilómetros a 3,7%. Será uma oportunidade para contrarrelogistas, como Dumoulin, Zakarin ou Urán, colocarem tempo em trepadores, como Landa.
Etapa 9, 15 de maio
Após o dia de descanso, os ciclistas terão outra das etapas que, não sendo para decidir a prova, é para testar pernas e fazer algumas diferenças, com final em Sestola. E após duas etapas propícias a finais ao sprint, as montanhas regressam na décima terceira etapa com a aproximação dos Dolomitas, mas a primeira etapa de alta montanha, ultrapassando os dois mil metros de altitude em quatro montanhas, chega no sábado.
Etapa 10, 17 de maio
Etapa 11, 18 de maio
Etapa 12, 19 de maio
Etapa 13, 20 de maio
São seis subidas, a primeira delas o Passo Pordoi (9,2 km a 6,9%), onde Gilberto Simoni tirou a camisola rosa a Dario Frigo em 2001 e começou a cimentar a sua primeira vitória na prova, e as duas últimas o Passo Giau (9,5 km a 9,4%) e o Passo Valparola (11,5 km a 5,8%). São as que se destacam pela sua dificuldade, mas o Passo Sella será a Montanha Pantani deste Giro, uma forma da organização homenagear os que trabalham em prol da investigação médica e do progresso clínico. Ou os consumidores desse progresso. No domingo terá lugar a cronoescalada deste Giro, com 10,8 quilómetros muito duros no Alpe di Siusi que servirá para dar uma limpeza na classificação geral e deixar poucos aspirantes aos lugares de pódio.

Um dos atrativos destas etapas, se os ciclistas assim o entenderem, é que os trepadores não se devem dar ao luxo de desperdiças oportunidades, uma vez que o futuro é incerto, sobretudo a mais de 2000 metros de altitude. Esperar pela última semana pode custa caro caso alguma etapa (ou montanha) seja anulada devido ao mau tempo.


Etapa 14, 21 de maio
Etapa 15, 22 de maio
A terceira semana reserva as três últimas oportunidades para quem ainda quiser dar a volta à classificação geral, ainda que as três sejam muito curtas. Juntam-se outras duas oportunidades para os sprinters e uma etapa para final em fuga, num equilíbrio pouco visto nas últimas edições da Corsa Rosa.

A primeira etapa desta última semana terá somente 132 quilómetros, com final numa contagem que é apenas de terceira categoria mas antecedida de outra que, ainda que seja de segunda no papel, é mais difícil que muitas outras percorridas ao longo do ano com categoria superior. São 10,4 km a 7,25% e algum ciclista do top-10 deverá aproveitar para atacar. Lembrando que os dias de descanso são o que são e no ano passado correu tão mal a Fabio Aru que perdeu 3 minutos para Contador nas duas etapas após o último dia de descanso (no final perdeu o Giro por 1'53'').
Etapa 16, 24 de maio
A décima sétima etapa deverá esperar um duelo entre os melhores sprinters em prova e a décima oitava parece ideal para quem queira tentar a sua sorte numa fuga. Com 244 quilómetros - a mais longa da prova - e antes das duas últimas montanhosas, as equipas focadas na geral deverão toma-la com calma e as equipas dos sprinters irão abdicar do esforço devido à subida de Pramartino a vinte quilómetros do final.
Etapa 17, 25 de maio
Etapa 18, 26 de maio
As referidas últimas etapas montanhosas são de 162 e 134 quilómetros, maioritariamente cumpridos em França e com cinco contagens de montanha de primeira categoria. Falta quilometragem mas por outro lado pode proporcionar etapas com um ritmo muito elevado do começo ao fim (dentro do que o terreno permite).

Na antepenúltima jornada, se as condições metrológicas o permitiram, está a Cima Coppi, subida mais alta da prova, a 2744 metros, justamente na fronteira. A contagem de montanha oficial tem 21,3 quilómetros a 6,8%, mas os ciclistas sobem desde os 300 e poucos metros, durante quase 70 quilómetros. Mais de duas horas a pedalar, sem descanso. E final em Risoul (12,8 km a 6,9%, subido no Tour 2014 com vitória de Rafal Majka.
Etapa 19, 27 de maio
Ainda haverá algo em aberto? A luta pela vitória? Um lugar no pódio? Quem queira entrar no top-10? Se sim, a derradeira oportunidade está algures nos Alpes, entre a francesa Guillestre e a italiana Sant'Anna di Vinadio. São apenas 134 quilómetros mas com três subidas de primeira categoria que se fazem longas e descidas que passam num instante entre elas. A subida para a meta é apenas de terceira categoria, pelo que qualquer ataque que procure causar uma maior mexida na classificação geral terá que surgir na contagem anterior (19,8 km a 7,5%).
Etapa 20, 28 de maio
O Giro d'Italia de 2016 terminará, como o de 1982, em Turim. Na altura, num contrarrelógio, venceu um tal de Bernard Hinault. Desta vez será previsivelmente para um final ao sprint e a consagração do sucessor de Alberto Contador.
Etapa 21, 29 de maio
Em suma, não há uma única etapa de montanha que possua todos os ingredientes: encadeamento de montanhas, longa quilometragem e final em alto. Mas existem muitas para ir desenhando a classificação geral final. E, estando em maio, pode ser que as condições metrológicas tornem alguma muito mais dura do que está no papel. Ou que a metrologia imponha a sua lei e acaba com as subidas aos 2700 metros, algumas ultrapassadas pelos ciclistas antes da época em que costumam ser abertas ao público geral.

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