domingo, 3 de maio de 2015

Giro d'Itália 2015: percurso e perfis

Com começo a norte para acabar ainda mais a norte, passando pelo centro-sul de Itália, um contrarrelógio muito extenso na segunda e os Alpes na última semana, assim será o Giro 2015 (9 a 31 de maio), o primeiro sem a mão dos antigos diretores, o que se nota no percurso. O primeiro traçado por Mauro Vegni sem heranças de Zomegnan ou Acquarone, tenta evitar os problemas dos últimos anos e não leva a prova além dos 2178 metros de altitude, mais do que suficiente para testar os trepadores mas sem ultrapassar os limites razoáveis.

Este é o artigo de análise ao percurso da prova, com os perfis, para quem quiser saber o que esperar.

Ver perfis:
Etapa 1 | Etapa 2 | Etapa 3 | Etapa 4 | Etapa 5 | Etapa 6 | Etapa 7 | Etapa 8 | Etapa 9 | (descanso) | Etapa 10 | Etapa 11 | Etapa 12 | Etapa 13 | Etapa 14 | Etapa 15 | (descanso) | Etapa 16 | Etapa 17 | Etapa 18 | Etapa 19 | Etapa 20 | Etapa 21
(ao longo do artigo, poderão clicar nos nomes das subidas e nos números das etapas para ver os perfis. E ao longo da prova estará o mapa de Itália ali no lado esquerdo, bastando clicar nele para vir ter a este artigo).

A Marginal Italo Calvino, que recebeu o final da Milano-Sanremo de 2008 a 2014, premiará no sábado o primeiro camisola rosa desta edição, após um contrarrelógio coletivo de 17,6 quilómetros. É um CRE plano, numa paisagem belíssima junto ao Mediterrâneo, e apesar de curto, é importante contar com bons contrarrelogistas, pois trata-se de um percurso pouco técnico e a pedir potência durante largos minutos.

5ª etapa (13 de maio) - primeira chegada em alto
Novamente junto ao mar, os ciclistas irão de Albenga para Genova na segunda etapa, à medida dos sprinters. A terceira é mais acidentada, ultrapassa inclusive os mil metros de altitude e poderá eliminar alguns sprinters puros, mas deverá ser discutida entre os homens rápidos mais versáteis. A quarta jornada já deverá contar com alguns ataques de candidatos ao top-10 da classificação geral, à procura de ganhar tempo e, quem sabe, chegar à maglia rosa. Mas a primeira chegada em alto será na quinta etapa.

Abetone volta a receber uma chegada do Giro 15 anos depois. Em 2000, Francesco Casagrande atacou na subida para o Passo San Pellegrino, a cerca de trinta quilómetros para a meta, e não mais foi alcançado, fazendo toda a subida para Abetone (por outra variante) isolado. Chegou à liderança e apenas a viria a perder no contrarrelógio do penúltimo dia. Este ano serão 17,3 quilómetros de extensão a 5,4% de inclinação média.

8ª etapa (16 de maio)
A sexta etapa será para sprinters e a sétima, ainda que tenha algum rompe-pernas, não deverá ser palco de grandes movimentações, até porque no dia seguinte, sábado, haverá nova chegada em alto. Será desta vez em Campitello Matese, com 13 quilómetros a 6,9%. A última chegada que ali se deu foi em 2002, com história bastante curiosa. No dia anterior tinha saído a público um positivo de Gilberto Simoni por cocaína, num controlo efetuado durante o Giro del Trentino. Simoni, campeão em título do Giro, venceu em Campitello Matese, mas no dia seguinte foi obrigado a retirar-se e perdeu a vitória de etapa. Esta não foi entregue a ninguém, mas o segundo classificado tinha sido... Casagrande. A última etapa antes do primeiro dia de descanso será mais uma de rompe-pernas, ideal para uma fuga vingar, até porque já estará muita gente significativamente atrasada na classificação geral.

14ª etapa (23 de maio) - contrarrelógio individual
A segunda semana começa bastante tranquila... mas tem duas etapas importantes no seu final. De terça a sexta-feira não haverá espaço para grandes diferenças (clique para ver perfis da 10ª etapa, 11ª etapa12ª etapa, 13ª etapa), mas no sábado haverá contrarrelógio individual. Muito longo, com 59 quilómetros, e com uma segunda metade bastante acidentada, poderá fazer grandes diferenças e mais do que um candidato perderá aí as aspirações de pódio.
15ª etapa (24 de maio)



No dia seguinte (domingo), chegada a Madonna di Campiglio (15,5 km a 5,9%), local simbólico para o ciclismo. Aí, Marco Pantani sentenciou o Giro de 1999, alcançando o seu quarto triunfo de etapa a dois dias do final. Aí, no dia seguinte, Marco Pantani foi expulso da prova por hematócrito demasiado elevado. É provável que haja alguma homenagem a Pantani e tenhamos Greg LeMond com o seu habitual discurso "Armstrong mau, Pantani bom".
16ª etapa (26 de maio)

A última semana será a mais dura, marcada pelos Alpes, com três chegadas em alto. A primeira delas, na terça-feira, recupera o encadeamento Mortirolo-Aprica, enfrentado em 2006 com vitória de Ivan Basso e em 2010 por Michele Scarponi. Os ciclistas terão neste dia cinco contagens de montanha, primeiro duas de segunda categoria e após estas a primeira subida a Aprica (14 km a 3,5%), finalizando com mais 75 km por percorrer. Após esta, os ciclistas terão o terrível Mortirolo, umas das maiores dificuldades que podem enfrentar ao longo da temporada, com 11,8 km a incríveis 10,9% de inclinação média, com término a 35 quilómetros do final e prevendo-se que desde logo estilhace o pelotão. Por fim, a derradeira subida a Aprica, que não sendo muito inclinada, será encontrada pelos ciclistas já muito desgastados. A décima sétima etapa será a penúltima oportunidade para sprinters, com chegada a Lugano, na Suíça.

A décima oitava etapa pode oferecer um excelente espetáculo... ou não. O Monte Ologno tem 10,4 km de extensão a 9% de inclinação média e depois disso ainda há mais subida, o que poderá incentivar alguns ataques. Por outro lado, não existe dificuldade prévia e o pelotão deverá iniciar a ascensão muito numeroso, com muitos gregários junto dos líderes, além de que as duas etapas seguintes são muito duras e muitos trepadores poderão estar em modo de poupança de energia.
19ª etapa (29 de maio)


Na última sexta-feira o Giro terá uma das etapas mais duras, com 236 quilómetros e três contagens de montanha de primeira categoria, a última delas coincidente com a meta, em Cervina, com longos 19,2 km a 5% de inclinação média. E no sábado final idêntico à penúltima etapa do Giro 2011, vencida por Vasil Kiryienka escapado, com Alberto Contador a selar a vitória na classificação geral que depois seria de Scarponi. Haverá subida ao Colle delle Finestre, de 18,5 quilómetros a 9,2% de inclinação média, sendo os últimos oito quilómetros de extensão sem alcatrão. Será a Cima Coppi, ou seja, o ponto mais alto da prova, a 2178 metros de altitude. Finalmente haverá a subida a Sestriere (9,2 km a 5,4% de média). Tal como Aprica depois do Mortirolo, Sestriere não é uma montanha muito inclinada, mas lá os favoritos chegarão muito desgastados e, prevê-se, com escasso apoio de companheiros.
20ª etapa (30 de maio) - última chegada em alto

Por fim, etapa de consagração em Milão.

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