Um milhão de adeptos deverá estar na estrada no próximo
domingo a acompanhar a Volta a Flandres, onde Tom Boonen, Fabian Cancellara e
Peter Sagan partem como principais favoritos. Com frio, mas sem previsão de
chuva, está em prespetiva um grande festival de ciclismo.
Percurso
Com a mudança de final para Oudennarde no ano passado, as
subidas a Oude Kwaremont e Paterberg assumem um papel decisivo na corrida, a
última delas a 13,3 quilómetros do final.
O primeiro dos 17 muros surge ao km 90, quando deverá estar
na frente um grupo constituído por ciclistas das equipas continentais profissionais
belgas que procuram aqui o seu maior momento de protagonismo da temporada e
ciclistas das equipas World Tour que não têm hipóteses de discutir a prova.
Seguem-se algumas colinas e setores de pavé que servem
essencialmente para começar a causar desgaste mas movimentações dos conjuntos com maiores ambições apenas deverão surgir com a entrada nos 80 km finais. Aí estará a primeira passagem no Oude
Kwaremont (2200m, 4% média, 11,6% máx) e no Paterberg (360m, 12,9% média, 20,3%
máx) e a única no Koppenberg (600m, média 11,6%, 22% máx), talvez a subida mais
respeitada da prova.
Os principais candidatos começarão a chegar-se à
frente do pelotão antes dessas três dificuldades, até porque o Koppenberg poderá sentenciar as hipóteses de um
ciclista que aí entrar mal colocado. Basta que um corredor necessite de colocar
o pé no chão e poderá obrigar todos os que seguem atrás de si a fazer o mesmo. Ultrapassado o Koppenberg, começarão as os ataques de ciclistas que apostam
na surpresa, enquanto os principais favoritos apenas se deverão mexer com
maior determinação nos últimos 40 km. As duas últimas passagens por Oude
Kwaremont e Paterberg deverão fazer a decisão da corrida.
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O tri-vencedor Tom
Boonen teve uma pré-época atribulada por uma infeção no cotovelo esquerdo
e as desistências na Milano-Sanremo (devido ao mau tempo) e na Gent-Wevelgem
(por queda) vieram atrapalhar ainda mais a sua preparação para a Volta a
Flandres. Optou então por participar nos 3 Dias de De Panne e, apesar de não
estar a 100%, perfila-se como um dos três principais favoritos.
Outro é Fabian
Cancellara, vencedor em 2010, terceiro em 2011 e que aqui fraturou a clavícula
no ano passado. Recentemente foi terceiro em Sanremo e deu uma excelente
demonstração de força no Prémio E3 de Flandres, fazendo a diferença para os
seus adversários precisamente no Oude Kwaremont e vencendo com mais de um
minuto de avanço sobre o segundo. Segundo que foi Peter Sagan, atual líder do Ranking World Tour depois dos segundos lugares
em Sanremo, E3 e da vitória na Gent-Wevelgem. É quem completa este lote de três
favoritos.
Tom Boonen e Peter Sagan levarão vantagem em caso de sprint
final, mas Fabian Cancellara é talvez o mais forte da atualidade a ultrapassar
os pavês e depois de 260 km é também ele um dos mais rápidos, como demonstrou
nos Mundiais de 2011 (apenas batido por Cavendish, Goss e Greipel) e
recentemente em Sanremo, tão próximo de dois especialistas como Ciolek e Sagan.
A Omega Pharma é quem apresenta mais e melhores alternativas
ao seu líder, como Niki Terpstra e Sylvain Chavanel. Até porque não há
garantias sobre a condição de Boonen, é possível lancem um dos
jokers numa fase menos adiantada da corrida, passando a responsabilidade da
perseguição para os seus rivais. Talvez entre a primeira e a segunda passagens no Oude Kwaremont.
A Sky não apresenta um claríssimo candidato mas Edvald Boasson Hagen será muito
perigoso se ultrapassar as dificuldades próximo da cabeça de corrida. A estratégia
da equipa poderá passar por lançar Geraint
Thomas ou Ian Stannard antes das
movimentações dos favoritos ou por proteger Hagen para, com Thomas e Stannard,
fazer a perseguição a quem possa estar adiantado depois do Paterberg. Bernhard
Eisel também poderá ser importante na estratégia da Sky, apesar de não ser um
claro candidato ao pódio.
Segundo no ano passado, Filippo
Pozzato surge na segunda linha de favoritos, tal como o vencer da Omloop
Het Nieuwsblad Luca Paolini ou Heinrich Haussler, todos eles homens em
boa forma, capazes de ultrapassar os muros nos primeiros lugares e rápidos para
um sprint final.
Sem Philippe Gilbert por problemas de saúde, a BMC apostará
em Greg Van Avermaet e Daniel Oss, qualquer um deles com
capacidade para estar num ataque que surpreenda os favoritos. Oscar Gatto, pela recente forma
demonstrada, e Juan António Flecha,
por todo o seu historial, fecham este lote.
Omega Pharma, Radioshack e Sky são as equipas que se apresentam com mais fortes conjuntos. No entanto, enquanto que a Omega Pharma tem duas fortes alternativas a Boonen, a Radioshack terá que apostar tudo em Cancellara e limitar Gallopin, Popovych e Devolver a trabalhar para o seu líder, uma vez que Devolder parece muito distante da forma que o levou à vitória em 2008 e 2009.
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Boonen, Cancellara e Sagan
**** Chavanel, Haussler, Paolini, Pozzato e Terpstra
*** Gatto, Hagen,
Thomas e Van Avermaet
** Flecha,
Oss e Stannard
Transmissão
A Volta a Flandres será transmitida em direto no Eurosport 1 a partir
das 11h00 11h10 e para quem não tem Eurosport poderá experimentar um dos vários links
disponibilizados pelo Steephill ou esperar que algum seja disponibilizado na
página de Facebook do Carro Vassoura.
A primeira colina está prevista para as 11h16, a primeira
passagem no Oude Kwaremont às 13h18, o Koppenberg às 13h31 e o final às 14h57,
tudo isto pela previsão mais otimista da organização.
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Continuam abertas as inscrições para o jogo da Volta a Flandres no Zweeler. São 1000€ garantidos de prémios e podem entrar aqui.
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Continuam abertas as inscrições para o jogo da Volta a Flandres no Zweeler. São 1000€ garantidos de prémios e podem entrar aqui.
Alguém me consegue informar o que se passou com o Leukemans que desapareceu completamente do mapa e seria uma opção a ter seriamente em conta? julgo ter lido que um problema de saúde está perto de lhe ter acabado a carreira, mas não tenho certezas...
ResponderEliminarObrigado pelo comentário.
ResponderEliminarRicardo, boa questão. No ano passado teve problemas físicos que o afastaram das clássicas da Ardenas, salvo erro num joelho. Este ano não sei o que se passa, mas tem estado realmente apagado.
Cumprimentos
Entao e o hushovd? Não o dêm como acabado.
ResponderEliminarObrigado pelo comentário.
ResponderEliminarO Hushovd será mais para o Paris-Roubaix, em minha opinião. Em Flandres poderá estar no grupo que discuta os últimos lugares do top-10, mas para a vitória não me parece opção.
Cumprimentos.