Liège-Bastogne-Liège foi criada em 1892 e é a mais velha das clássicas |
Disputa-se amanhã a Liège-Bastogne-Liège, quarto monumento da temporada e última grande clássica antes das grandes voltas assumirem o protagonismo. Vicenzo Nibali esteve próximo em 2012 mas a vitória escapou para Maxim Iglinskiy. Com Philippe Gilbert longe da sua melhor forma, espera-se uma corrida muito aberta, com muitos ciclistas a perfilarem-se como possíveis vencedores.
Percurso
A Liège-Bastogne-Liège apresenta este ano uma alteração no percurso. A Côte aux Faucons, habitualmente penúltima colina a 20 km da meta, foi substituída devido a obras na estrada. A LBL ganhou alguns quilómetros e passou para 261,5, incluindo onze colinas consideradas pela organização. São subidas curtas (variam entre 1 e 4,4 quilómetros de extensão) mas consideravelmente mais duras do que as ultrapassadas na Amstel Gold Race e com uma extensão muito superior à Flèche Wallone. Por isso a Liège-Bastogne-Liège é a mais dura destas três clássicas.
A primeira subida está ao km 70 e a decisão deverá acontecer nas três últimas. A Côte de la Redoute (2 km, 8,8% a 38,5 km da meta), Côte de Colonster (2,4 km, 6% a 17 km da meta) e a Côte de Saint-Nicolas (1,2 km, 8,6%, a 5,5 km da meta).
O Colonster é subido em estrada larga e falta-lhe parte do simbolismo das Ardenas, bem como facilita a colocação dos ciclistas no pelotão. Ainda assim, a dificuldade estará lá.
Desde 1992 que o final da prova saiu do centro de Liège para Ans, na periferia. Aí os ciclistas enfrentam a última dificuldade (não contabilizada pela organização), com 1500 metros de extensão a 5,3% de inclinação, sendo o último meio quilómetro menos inclinado.
Últimos 5 km |
Favoritos
A Liège-Bastogne-Liège é uma prova propícia a desilusões. Alguns dos favoritos já correram em Omã, Algarve ou Andaluzia, Paris-Nice ou Tirreno-Adriático, Catalunha e/ou País Basco. Alguns até começaram a temporada ainda em janeiro, na Austrália ou Argentina e o desgaste pode passar fatura após percorridos os primeiros duzentos quilómetros. Para disputar a vitória na LBL é necessário ter corrido o suficiente para estar em forma, mas não demasiado.
O favoritismo está bastante distribuído. Alejandro Valverde (Movistar) foi segundo na Amstel Gold Race e já venceu esta prova em 2006 e 2008, sendo um dos principais candidatos. Simon Gerrans (Orica), segundo terceiro na clássica cervejeira, também tem ponta final para se impor aos restantes candidatos, mas resta saber se terá capacidade para aguentar todas as subidas ao longo do percurso. Michal Kwiatkowski (Omega Pharma) sim, tem velocidade e capacidade para aguentar as subidas, mas daí até ser primeiro existe uma distância a percorrer. E há claro Vicenzo Nibali (Astana), segundo no ano passado e recente vencedor do Giro del Trentino.
Philippe Gilbert (BMC) não está na sua melhor forma, mas poderá ser suficiente. Joaquim Rodríguez (Katusha) também não está no seu melhor depois da queda no domingo passado, mas na Flèche Wallone esteve nos primeiros lugares e talvez tenhamos um grande Purito amanhã. Outra opção da Katusha será Daniel Moreno, precisamente o vencedor de quarta-feira.
Sérgio Henao (Sky) é um principais favoritos depois de um começo de temporada soberbo, bem como Daniel Martin (Garmin), vencedor da Volta à Catalunha e quarto na FW.
Pela sua consistência, Bauke Mollema (Blanco) será um homem a ter em conta, até porque se espera uma corrida aberta e o holandês poderá não esperar pela última subida, bem como Pieter Weening (Orica), o vencedor do ano passado Maxim Iglinskiy (Astana) ou o vencedor da Amstel Gold Race Roman Kreuziger (Saxo Bank), que sabem bem que a ousadia pode compensar.
Alberto Contador (Saxo Bank) estará presente... bem como Chris Froome (Sky). Pode parecer uma contradição em relação ao que ontem aqui foi escrito, de que Froome e Wiggins eram voltistas 365 dias por ano. No entanto, explica-se facilmente. A LBL não estava no programa inicial de Froome, mas juntando esta prova à Volta à Romandia (que começa terça-feira), Froome terá um bloco de sete dias de competição em oito dias de competição.
***** Valverde, Gerrans e Gilbert
**** Kwiatkowski, Nibali, Rodríguez e Moreno
*** Henao, Daniel Martin e Mollema
** Kreuziger, Samuel Sánchez, Gasparotto, Weening, Betancur e Leukemans
Chave-da-corrida
Quem poderá controlar a corrida? A Movistar e a Katusha estarão dispostas a assumir as rédeas do pelotão para os seus líderes? A decisão da corrida deverá passar pela resposta à primeira pergunta, seja a Movistar, a Katusha ou outra equipa, porque prevê-se uma prova muito atacada, tal como aconteceu na Amstel Gold Race. E aqui a probabilidade de sucesso (por norma) é superior às outras clássicas que marcam esta semana.
A minha aposta recai para a vitória de um outsider.
Transmissão
Os ciclistas começam a dar aos pedais às 9h30 e a transmissão televisiva vai para o ar às 13h15, quando a corrida deverá estar próximo da terceira subida do dia. A Côte de La Redoute está prevista para as 14h48, Colonser para as 15h19 e a chegada para as 15h43, tudo de acordo com as previsões mais otimistas.
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Uma vez que durante os próximos meses há constantemente grandes provas a merecer comentário logo ao domingo, a Revista da Semana passará a ser feita junto aos rescaldos de domingo. Ou seja, amanhã haverá rescaldo da Liège-Bastogne-Liège e, na continuação, resumo da semana.
Em relação ao patamar de favoritos que apresentas eu colocaria o Joaquin Rodrigues e o Daniel Moreno no lugar de Phillipe Gilbert...mas estou como tu, acho que pode ser um outsider a vencer a prova.
ResponderEliminarGrande blogue... obrigado. o nosso ciclismo já precisava de algo assim.
ResponderEliminaro Rui Costa não poderá surpreender?
Obrigado pelos comentários.
ResponderEliminarAnónimo, poderá surpreender e esperamos que o faça, mas a aposta da equipa será o Valverde.
Cumprimentos
Grande blogue, parabéns!
ResponderEliminarSó uma pequena correção, Gerrans foi terceiro ;)
ResponderEliminarObrigado pelos comentários e pela correção. Cumprimentos.
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