The Secret Pro é o nome de uma rubrica mantida num dos maiores blogs mundiais dedicados ao ciclismo, da autoria de um ciclista profissional anónimo - daí vem o nome - e na sua última crónica falou na possível luta pelo poder na Movistar entre Valverde, Rui Costa e Nairo Quintana. Será?
O CyclingTips é um blog dedicado ao ciclismo, um dos mais conceituados, mais visitados e com mais material de quantidade, motivo pelo qual está na seção "Blogs Recomendados" ali na coluna do lado direito (podem sempre fazer as vossas sugestões). Nele existe uma coluna chamada The Secret Pro (TSP), onde um ciclista profissional que ninguém sabe quem é (só o dono do blog conhece a sua identidade) escreve sobre vários aspetos da modalidade e é bastante interessante, até porque escrever em anónimo permite dizer coisas que de outra forma é impossível.
O CyclingTips é um blog dedicado ao ciclismo, um dos mais conceituados, mais visitados e com mais material de quantidade, motivo pelo qual está na seção "Blogs Recomendados" ali na coluna do lado direito (podem sempre fazer as vossas sugestões). Nele existe uma coluna chamada The Secret Pro (TSP), onde um ciclista profissional que ninguém sabe quem é (só o dono do blog conhece a sua identidade) escreve sobre vários aspetos da modalidade e é bastante interessante, até porque escrever em anónimo permite dizer coisas que de outra forma é impossível.
Depois de toda a polémica em torno da possível presença de Wiggins no Tour e sobre quem seria o líder da equipa, na última crónica do TSP foi escrito o seguinte (traduzido por mim):
"As pessoas parecem obcecadas com a Sky, mas não há falta de tensão pela liderança noutras equipas. Olhem para a Movistar: eles têm Rui Costa, Nairo Quintana, Alejandro Valverde... todos eles com ambições para a classificação geral em grandes corridas. Existe muita tensão entre eles. Eu não ficaria surpreso se o mesmo acontecesse na Garmin com Talansky e Hesjedal e na BMC com Van Garderen e Evans."
Aproveito então para trazer este tema para o Carro Vassoura, até porque no último Tour houve uns certos comentadores que criaram uma classificação secundária entre Rui Costa e Valverde. Havia a classificação geral, pontos, montanha, juventude, coletiva e a Costa vs Valverde, que era constantemente atualizada mas apenas no canal que lhes paga, porque os seus colegas de profissão (nacionais e internacionais) não se deram conta que existiam esse duelo. Foi então passada a ideia para os telespetadores que Valverde prejudicava o Rui Costa e que era muito importante saber qual terminaria melhor na classificação geral, mesmo que a diferença fosse do 18º para o 20º lugar. Pior, a ideia e a rivalidade foi aceite por alguns telespetadores que pensam que tudo o que é dito naquele canal é verdade.
No autocarro, só eles saberão como é. Mas na estrada, que é onde realmente interessa, nunca se viu rivalidade ou desunião entre Rui Costa, Alejandro Valverde e Nairo Quintana - bem pelo contrário.
É importante perceber que Valverde é, por direito próprio, o líder absoluto da Movistar. Não por ser espanhol, mas por ser dono de um palmarés incrível, um dos melhores ciclistas da sua geração e até à temporada passada já conhecia todos os lugares da Vuelta desde o 5º até à vitória, juntando-lhes dois top-10 no Tour. Apesar do fracasso no Tour, o segundo posto na Vuelta transata veio confirmar que ainda é um homem a ter em conta para as provas de três semanas.
O Rui Costa tem um outro estatuto dentro da equipa e do pelotão mundial. O Rui é um dos melhores ciclistas do mundo, com provas dadas e confirmadas em provas de uma semana ou de um dia, e não se trata de uma questão de nacionalidade, porque lá fora todos o reconhecem como um fantástico ciclista.
Como dito anteriormente, na estrada sempre foram unidos. Todos nos lembramos da forma como o Valverde ajudou o Rui na defesa da camisola amarela na Volta à Suíça do ano passado, e esta temporada tivemos logo em fevereiro o Rui Costa a fazer um excelente trabalho para a vitória do seu colega no Trofeo Serra de Tramuntana (Challenge de Maiorca). Na Volta à Catalunha também tivemos a Movistar a trabalhar muito bem coletivamente. Na primeira chegada ao alto o Quintana estava muito forte mas nunca quis deixar sozinho o companheiro Valverde, que estava à sua frente na geral por meio minuto, mas depois de verem a força do Quintana nesse dia deram-lhe liberdade para o que restava da prova.
Independentemente do que aconteça até final da Volta à Suíça, a estratégia da Movistar já deve estar delineada. À partida, Valverde, Quintana e Rui Costa não se devem sacrificar por ninguém. O espanhol e o colombiano devem ser protegidos com vista a classificação geral e o português deve começar com liberdade para ver como rende nas primeiras etapas de montanha.
Durante este ano, Valverde e Rui Costa tem coincidido pouco na estrada, o que representa um grande reconhecimento dos responsáveis da Movistar no Rui. São dois fantásticos ciclistas e ambos são excelentes opções para procurar vitória. Não faria sentido queimar um pelo outro.
A Movistar deve ter os seus objetivos bem claros: um homem no pódio e vitórias de etapa. Para o primeiro tem em Valverde e Quintana dois homens que, no melhor das suas capacidades, poderão lutar por ele. Se este objetivo ficar fora de alcance, buscarão a vitória numa etapa, tal como no ano passado, e não devemos esperar que se a equipa se juntem para defender ou tentar chegar a um 15º lugar. O próprio Rui Costa sabe que uma vitória é mais importante - e por isso a procurou durante toda a última semana do último Tour - e todo o pelotão (e a caravana que o segue) sabe que o Rui é capaz de fazer uma grande Volta a França.
Tudo isto são conjeturas para o que se pode passar em julho, mas para já temos o Rui Costa a bater-se pela vitória na Volta à Suíça. Para acompanharem a prova podem ficar atentos ao nosso Facebook, onde vamos deixando links diários para acederem às transmissões da prova.
No autocarro, só eles saberão como é. Mas na estrada, que é onde realmente interessa, nunca se viu rivalidade ou desunião entre Rui Costa, Alejandro Valverde e Nairo Quintana - bem pelo contrário.
É importante perceber que Valverde é, por direito próprio, o líder absoluto da Movistar. Não por ser espanhol, mas por ser dono de um palmarés incrível, um dos melhores ciclistas da sua geração e até à temporada passada já conhecia todos os lugares da Vuelta desde o 5º até à vitória, juntando-lhes dois top-10 no Tour. Apesar do fracasso no Tour, o segundo posto na Vuelta transata veio confirmar que ainda é um homem a ter em conta para as provas de três semanas.
O Rui Costa tem um outro estatuto dentro da equipa e do pelotão mundial. O Rui é um dos melhores ciclistas do mundo, com provas dadas e confirmadas em provas de uma semana ou de um dia, e não se trata de uma questão de nacionalidade, porque lá fora todos o reconhecem como um fantástico ciclista.
Como dito anteriormente, na estrada sempre foram unidos. Todos nos lembramos da forma como o Valverde ajudou o Rui na defesa da camisola amarela na Volta à Suíça do ano passado, e esta temporada tivemos logo em fevereiro o Rui Costa a fazer um excelente trabalho para a vitória do seu colega no Trofeo Serra de Tramuntana (Challenge de Maiorca). Na Volta à Catalunha também tivemos a Movistar a trabalhar muito bem coletivamente. Na primeira chegada ao alto o Quintana estava muito forte mas nunca quis deixar sozinho o companheiro Valverde, que estava à sua frente na geral por meio minuto, mas depois de verem a força do Quintana nesse dia deram-lhe liberdade para o que restava da prova.
Independentemente do que aconteça até final da Volta à Suíça, a estratégia da Movistar já deve estar delineada. À partida, Valverde, Quintana e Rui Costa não se devem sacrificar por ninguém. O espanhol e o colombiano devem ser protegidos com vista a classificação geral e o português deve começar com liberdade para ver como rende nas primeiras etapas de montanha.
Durante este ano, Valverde e Rui Costa tem coincidido pouco na estrada, o que representa um grande reconhecimento dos responsáveis da Movistar no Rui. São dois fantásticos ciclistas e ambos são excelentes opções para procurar vitória. Não faria sentido queimar um pelo outro.
Conclusão
Não deve o Eusebio Unzué sacrificar o Rui Costa, mas também não devemos esperar que o Valverde ou o Quintana se empenhem em defender o lugar de um companheiro fora dos dez primeiros.A Movistar deve ter os seus objetivos bem claros: um homem no pódio e vitórias de etapa. Para o primeiro tem em Valverde e Quintana dois homens que, no melhor das suas capacidades, poderão lutar por ele. Se este objetivo ficar fora de alcance, buscarão a vitória numa etapa, tal como no ano passado, e não devemos esperar que se a equipa se juntem para defender ou tentar chegar a um 15º lugar. O próprio Rui Costa sabe que uma vitória é mais importante - e por isso a procurou durante toda a última semana do último Tour - e todo o pelotão (e a caravana que o segue) sabe que o Rui é capaz de fazer uma grande Volta a França.
Tudo isto são conjeturas para o que se pode passar em julho, mas para já temos o Rui Costa a bater-se pela vitória na Volta à Suíça. Para acompanharem a prova podem ficar atentos ao nosso Facebook, onde vamos deixando links diários para acederem às transmissões da prova.
Que perseguição ridicula a um canal ou melhor dizer aos seus comentadores...
ResponderEliminarSerá que não consegue exprimir uma ideia ou opinião sem ter de atacar os ditos cujos?
Gosto muito das suas análises mas começa a ser saturante ler sempre os mesmos ataques.
Defenda a sua opinião sem atacar ninguém!
Anónimo esse ataque foi feito porque é a verdade.
ResponderEliminarNo ano passado os comentadores do canal que todos sabemos qual é ficavam escandalizados sempre que o Rui não estava no primeiro grupo e pensava que a Movistar ia ir em bloco tentar rebocá-lo por causa de um lugar nos 20 primeiros.
Era quase certo que Rui não teria oportunidade de chegar ao top-10 e o que interessava dali para a frente era uma vitória de etapa.
Quando é preciso ajuda da equipa ela está lá como na Suiça no ano passado.
DE acordo que pode haver alguma tensão nos bastidores, mas na estrada pouca tensão tem havido. obviamente que o Valverde será sempre a opção numero 1 para a geral do tour, e Quintana e Costa terem sempre mais liberdade, mas até o proprio quintana este 1º ano de tour parece-me que vai apenas para ajudar valverde a atingir os objectivos, só depois num 3ª fase de corrida e como a corrida estiver é que pode ter um pouco mais de liberdade. Em relação à tensão, ainda há pouco tempo tivemos um pouco dessa tensão na comunicação social que pouca gente se apercebeu, mas que em espanha teve algum protagonismo. e tem a ver com a etapa de montanha na volta a Romandia que foi ganha por spilak e 2º lugar froome, onde estes 2 atacaram e depois no grupo de trás mesmo na parte a descer nenhum dos movistar se sacrificou pelo outro a 100%, ainda que o valverde até tivesse puxado um pouco e tivesse pedido colaboração às outras equipas (apenas movistar e acho ag2r tinham 2 corredores no 2ª grupo) Aqui houve um pouco de tensão porque nem valverde nem rui costa abdicaram em prol do outro e os 2 da frente ganahram 1 minuto que foi decisivo
ResponderEliminarNuno Sofio
A Romandia era objetivo do Rui e o Valverde foi lá ajudá-lo. Depois ele pediu a ajuda de outras equipas, porque sabia sozinho não ia conseguir ir buscar o Spilak e Froome. Nota-se que na Romandia o Rui faz 3º.
ResponderEliminarBasicamente a Movistar dá lideranças ao Rui em provas de um dia onde não esteja o Valverde e na Suiça.
Acho que o grande problema da Movistar não está na estrada, mas sim fora!!! Lembrem-se da disputa posicional entre o Rui e o Valverde, na comunicação social...e para ajudar à festa, o palhacito do Cobo ainda meteu mais lenha na fogueira!!! Bom bom bom era correr com esse ciclista da Movistar!!!!
ResponderEliminarEm relação ao Tour, penso que os 3 (Rui, Valverde e Quintana) vão nos propocionar bons momentos de ciclismo e de cooperação.
Faz agora um ano que o Rui Costa após terminar a etapa no Tour de Suisse procurou o Valverde e abraçou-se a ele.
ResponderEliminarNessa etapa o Franck Schleck atacou, o Rui ficou num grupeto perseguidor com o Valverde que o levou montanha acima sempre a puxar. Nesta etapa o Valverde arrebentou e descolou mas mesmo assim ainda reuniu forças para se juntar ao Rui e puxar mais um bocado.
Tal atitude na minha opinião transcende a cortesia que se extende a um colega de trabalho e entra no campo da amizade.
Após ler o blog do secret pro, dá-me a impressão que se trata de um alcoviteiro que manda umas larachas daquilo que ele acha. Ou seja, é o mais próximo que o ciclismo tem dos conhecidos paineleiros que pupulam no mundo do futebol.
Provavelmente a qualidade da rúbrica que deu origem a este post devia ser questionada antes de servir como fonte para o que quer que seja.
Não tenho qualquer dúvida que estas picardias inventadas só existem na cabeça de gente pequena e alcoviteira. Tenho pena no entanto que o Rui não tenha trazido uma escolta melhor para o Tour de Suisse deste ano.
A Movistar dividiu a equipa em dois para estas provas, tal como fez a Saxo, tem dois ciclistas mais fortes Rui e o Valverde que não faz sentido estarem sequer os dois juntos nas mesmas provas menores.
ResponderEliminarE danny boy a escolta do Rui é do melhor que a Movistar tem, poderão alguns deles não estar em grande forma, mas até era melhor que a equipa que levaram ao Dauphiné.
Alguma luta interna pela liderança nas equipas acabará sempre por haver, os ciclistas são humanos e em equipas em que o lider não é claramente superior surge sempre a baila essa discussão.
Em relação aos comentadores, eu percebo o que o Rui Quinta fala, porque fruto do tempo que têm de emissão por vezes procuram arranjar casos onde não os há.
A transmissão em Português nesse canal tem muito pouco tempo, dantes pouco mais faziam que a volta a França e a verdade é que tirando o P. Martins e agora o Américo Silva o resto percebe bem menos que os fãs de ciclismo e então entretem-se com mexericos e com classificações nada importantes.
Eu sou daqueles que ainda duvida um pouco das capacidades do Rui para 1 grande volta, é ciclista para ser top em provas de uma semana, provas de 1 dia com média montanha, e com selectividade acentuada, porém ainda não teve capacidade de provar que aguenta em topo de forma uma prova de 3 semanas. É algo que terá de definir em breve, porque em minha opinião existe uma diferença entre ser 1 top 10 de provas de 3 semanas e poucos resultados conseguir no resto, ou em ir para a luta em tudo o que é classicas e provas de uma semana e estar lá e ganhar algumas e até poder vencer algumas etapas das grandes voltas. Dou mais valor a 2ª, porém posso aceitar que o Rui queira o caminho da primeira.
Voltando as possíveis rivalidades dentro de equipas, eu acho que elas podem existir quando os Managers não são lideres fortes e indiscutíveis, lembro-me de vários casos que alguns managers tiveram de resolver e mal se deram por eles. Não me parece que o E. Unzue se deixe ultrapassar por egos individuais.
Obrigado pelos comentários.
ResponderEliminarMuita qualidade. Resta-me pouco a acrescentar ao que disseram.
Cumprimentos!
A titulo de curiosidade, o Tour vai ser transmitido na RTP2 este ano.
ResponderEliminarRivalidade nem sempre é sinónimo de algo negativo. A rivalidade deverá existir, mas também terá de existir liderança capaz de decidir quais os objectivos a alcançar.
ResponderEliminarOs comentadores do tal canal, precisavam de umas férias - tendenciosos e subjectivos, não ajudam muito o ciclismo.
Diria mais...além de tendenciosos, deixam-se levar pelo nacionalismo, nacionalismo esse que lhes impossibilita de verem a realidade tal como ela é.
ResponderEliminarEstou de acordo com o primeiro comentário. Considero o que foi dito sobre os comentadores por Rui Quinta e Davide Gomes como sendo pouco objectivo e altamente exagerado e tendencioso. Tendo visto a objectividade e correcção doutros artigos de Rui Quinta(bom exemplo é "O fracasso do WT") fico com a sensação de que nutre(m) clara animosidade pelos referidos comentadores.
ResponderEliminarNuma nota diferente e mais positiva, gostaria de dizer que só agora tomei conhecimento deste blog e que me agrada bastante e faz falta em Portugal um blog de ciclismo assim.