quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Uma grande ameaça polaca: Kwiatkowski

Kwiatkowski em Monchique

Decorridas as duas primeiras etapas, Michal Kwiatkowski, Rui Costa e Alberto Contador estão a confirmar os estatutos atribuídos à partida, sendo a grande deceção até ao momento Tony Martin, que hoje perdeu dez minutos e desapareceu da lista de candidatos à vitória (ou a algo que seja na geral).

Sacha Modolo também confirmou o excelente momento de forma e já leva quatro vitória neste arranque de temporada. Apesar de ter conquistado nove em 2013, seis delas foram na Volta ao Lago Qinghai (China), uma prova que naturalmente não chega ao nível de San Luis, Maiorca ou Algarve. Com estes triunfos está a deixar de água na boca os responsáveis da Lampre, que no ano passado perderam Alessandro Petacchi e ficaram-se pelas 16 vitórias, sendo apenas a 14ª mais vitoriosa entre as 19 World Tour.

Os sprinters puros em maior destaque foram Alessandro Petacchi (3º aos 40 anos) e Danilo Napolitano (5º, menos barrigudo), pelo meio com Bryan Coquard, um sprínter muito mais versátil, e Rui Costa, que está longe de ser um sprínter, mas a chegada a Albufeira é assim mesmo, permitindo que ciclistas de vários perfis estejam entre os primeiros, apesar de nos dois últimos anos ter ficado mais fácil.

Sobre a segunda etapa fui desde o começo criando aqui uma grande expectativa e felizmente foi correspondida, porque o que se quer é espetáculo. De resto, é um formato que raramente desilude, com um último terço de etapa muito longe de ser fácil, uma subida muito dura nos últimos quilómetros que deixa o pelotão fragmentado e depois mais alguns em que todos os ciclistas tentam aproximar-se do grupo da frente e afastar-se do grupo que os persegue.

Michal Kwiatkowski repetiu a performance do Trofeo Serra de Tramuntana (Maiorca) com um ataque brutal na subida para a Pomba. Alberto Contador ainda tentou seguir mas acabou por ceder ao ritmo do campeão polaco, 11º na última Volta a França e detentor de um potentíssimo motor. Sobre ele, há quem apenas coloque como limite o céu.

Kwiatkowski chegou a Monchique com seis segundos de vantagem sobre Rui Costa, que voltou a mostrar-se muito forte mas não o suficiente para o homem da Omega Pharma. Com o campeão do mundo chegaram Alberto Contador e um surpreendente Eduard Prades.

Rui Costa está apenas a quatro segundos da liderança e Alberto Contador a doze, o que mantém tudo em aberto para os próximos dois dias. O polaco leva teórica vantagem como contrarrelogista, sendo de acreditar que amanhã aumente a sua vantagem e o seu fantástico momento de forma não excluir a possibilidade de vitória no sábado. Mas Contador já venceu no Malhão, Rui Costa foi melhor que Kwiatkowski no ano passado... e há bonificações. Tudo está em aberto entre estes três, que confirmam-se para já como três dos grandes candidatos à vitória e ao pódio.

Numa prova marcada pelas confirmações, a grande desilusão para já é Tony Martin, que perdeu dez minutos e deixou estas contas. Também Tiago Machado, que cedeu na Pomba, perdeu minuto e meio e sai da luta pelo pódio, na qual permanecem Jonathan Castroviejo, Simon Spilak e Chris Horner, 8º, 9º e 10º, todos a 27 segundos. Wilco Kerlderman está a 38s, Chernetskiy é 7º e também ele um candidato aos primeiros lugares.

Eduard Prades e Edgar Pinto foram duas das melhores surpresas destes dois primeiros dias, mas o contrarrelógio joga com os dois representantes das equipas nacionais. Equipas nacionais que têm (de um modo geral, mas não todas) dado nas vistas pela combatividade, com destaque para o Banco BIC e a Rádio Popular, que lideram a classificação da montanha com Valter Pereira e a classificação das metas volantes com César Fonte.

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Por um ciclismo bem pronunciado: em Kwiatkowski, os w's lêem-se como v's e não como u's.

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