Na passada semana o Carro Vassoura tentou antecipar a UCI
e adiantou que Portugal teria sete elites, quatro sub-23 e três juniores
masculinos nos próximos Campeonatos do Mundo. Estava tudo certo menos um
“pormenor”: o campeão mundial título dá um lugar extra à sua seleção sim, exceto na prova de fundo de elites e sub-23. Como tal,
Portugal apenas tem lugar a seis vagas na prova de elites.
As contas efetuadas na semana passada estavam certas.
Portugal ultrapassou a Republica Checa no Ranking Europeu e qualificou, por mérito próprio, seis elites e quatro sub-23, aos quais
acrescem três juniores masculinos e uma feminina, vagas que qualquer
seleção tem direito sem necessidade de qualificação.
Existem três regulamentos sobres Campeonatos do Mundo da
UCI. O geral, o de prova de fundo masculina sub-23 e o de prova de fundo
masculina elites. E o regulamento geral diz no artigo 9.2.009 intitulado Condição Geral:
“Em todas as especialidades individuais, o Campeão Mundial em título deve ser adicionado ao número de inscritos na sua Federação Nacional. O mesmo princípio é aplicado ao Campeão Olímpico por ocasião do primeiro Campeonato do Mundo seguinte aos Jogos Olímpicos ou, para o BTT, nos dois Campeonatos do Mundo seguintes.”
Depois o artigo fala em campeões continentais e em
especialidades de pista e até aqui tudo certo. Se ficasse por aqui, o título de
Rui Costa daria mesmo uma vaga extra. Porém, o artigo finaliza com:
“No entanto, a participação nas provas individuais de estrada de elites e sub-23 masculinos deve ser regida pelos artigos seguintes.”
Os artigos seguintes dizem que o sistema de participação nestas provas é decidido a cada ano pelo Comité Diretor da UCI e para este ano não foi incluída vaga
extra para a seleção do campeão em título (apenas uma vaga caso a seleção em causa não se tenha qualificado de nenhuma outra forma). Foi essa a alínea que ignorei.
Por curiosidade, a Bélgica encontrava-se no ano passado numa situação
semelhante a Portugal, com direito a seis vagas através do Ranking Europeu e
tinha o Campeão Mundial (Philippe Gilbert). Participou com sete corredores, o
que também me induziu em erro. No entanto, a sétima vaga foi uma “herança” de
outra seleção, tal como a quarte de Portugal em 2012.
Fica assim explicado meu erro, que altera o número de
participantes mas não altera o grosso da análise anterior.
E antes do Mundial, temos a Volta a França do Futuro,
tema para abordar em breve, bem como a Vuelta.
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Até ao momento, nenhuma estação televisiva adquiriu os direitos de transmissão dos Mundiais para Portugal.
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