segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Boletim de Transferências 2015 parte II: Lampre, nova Cannondale, Boasson Hagen

Quando Boasson Hagen tinha motivos para celebrar na Sky
Segundo a Gazzetta dello Sport, Damiano Cunego poderá estar de saída da Lampre, a caminho da Androni ou da Neri. Começou a carreira na Saeco em 2002, venceu o Giro em 2004 e passou a vestir de azul quando a Saeco e a Lampre se fundiram em 2005 para garantir a entrada no Pro Tour que então se criava.

Por seu lado, Filippo Pozzato pensou em retirar-se, uma ideia entretanto abandonada, e deverá continuar na equipa pois tem contrato em vigor para a próxima temporada. Estas foram as notícias mais impactantes de Cunego e Pozzato ao longo de todo o ano, de tão apagado que tem sido.

Contrato que termina é o de Chris Horner. E o de Diego Ulissi deverá ser rescindido assim que saia o resultado da contra-análise. Caso se confirmem as saídas de Cunego, Horner e Ulissi, a Lampre fica com uma grande folga orçamental, que acredito ser superior a milhão e meio de euros. Parte dessa folga terá sido utilizada na renovação de Rui Costa, uma vez que o contrato em vigor tinha sido assinado antes do título mundial e entretanto Rui Costa elevou o seu valor. De qualquer modo, a Lampre poderá estar com margem para algum reforço importante.

Garmin-Cannondale, Cannondale-Garmin, ou de outra forma

Semelhante à fusão da Saeco com a Lampre, teremos para 2015 a fusão entre a atual Cannondale e a atual Garmin-Sharp, como já tinha sido referido no Boletim de Transferências parte I. Ainda existe muito por saber, mas aos poucos vão sendo conhecidos os termos do acordo.

A estrutura dirigida por Jonathan Vaughters (atual Garmin-Sharp) precisava de novos patrocinadores que preenchessem uma larga fatia do orçamento, pois estava anunciada a saída da Sharp do projeto e nada garante que a Garmin continue como patrocinador principal. Existe um contrato para a Garmin continuar a apoiar a equipa em 2015 mas não com a mesma relevância dos últimos anos. Já a fabricante de bicicletas Cannondale precisava de novos parceiros para continuar representada no World Tour. 

A continuidade está assegurada mas os moldes ainda são desconhecidos. São necessários dois patrocinadores principais, um deles será a Cannondale e o outro poderá ser a Garmin ou outra empresa que se junte.

A (equipa) Cannondale perderá as suas raízes italianas mas não abdicará de alguns dos mais promissores talentos que tem na sua estrutura. São os casos de Davide Formolo, 7º na Volta à Suíça e vice-campeão nacional com 21 anos, Davide Villella, recentemente 4º na Arctic Race e vencedor da montanha no País Basco, e Elia Viviani. Também passam para a nova equipa o campeão mundial sub-23 Matej Mohoric, Koren, Marangoni e Alberto Bettiol. Também Moreno Moser, uma antiga grande promessa de 23 anos, que prometia muito, chegou a ganhar a Volta à Polónia aos 21 anos mas depois o seu colega e amigo Stefano Agostini acusou positivo e Moser nunca mais foi o mesmo, porque a vida é cheia de coincidências.

Por parte da atual Garmin-Sharp, 14 ciclistas têm contrato para 2015. O português André Cardoso, Talansky, Daniel Martin, Hesjedal, Danielson, Ben King, Haas, Langeveld, Slagter, Nuyens, Nate Brown, Hanse-Lasse, Navardauskas e Van Baarle.

Entre os ciclistas com o futuro ainda incerto destacam-se Janier Acevedo, Farrar, o ex-vencedor do Paris-Roubaix Johan Vansummeren e Oscar Gatto.
André Cardoso continua na mesma estrutura, em 2015 patrocinada pela Cannondale

Boasson Hagen na MTN

Depois de uma temporada muito apagada, Edvald Boasson Hagen decidiu deixar a Sky. Apesar de muito completo, o tempo passa, o norueguês já tem 27 anos e nunca demonstrou ser capaz de cumprir com as expetativas que havia sobre ele para as clássicas de pavé, sobretudo depois de ganhar a Gent-Wevelgem aos 21 anos, ainda que tenha sido numa fuga bidão.

Não parece capaz de assumir a liderança de uma equipa de topo para o pavé ou para os sprints, mas a sua versatilidade torna-o um excelente ciclista para provas de uma semana ou até mesmo para caçar etapas em grandes voltas, se estiver disposto a centrar a sua preparação nesses objetivos.

Tinha várias propostas, entre elas do Tinkoff, mas preferiu a continental profissional MTN, que em breve espera estar no Tour e talvez até como World Tour. É a prova que o dinheiro compra muita coisa, mas não compra felicidade, saúde nem Boasson Hagen.

Team BORA, ex-NetAPP

A atual NetApp de José Mendes e Tiago Machado será a partir do próximo ano Team BORA e tem garantida a continuidade de seis dos ciclistas que participaram no Tour, entre eles José Mendes, Jan Barta e Bartosz Huzarski mas também o promissor sprinter Sam Bennet. Difícil está a continuidade de Leopold König, muito cobiçado no World Tour. E Tiago Machado, também ele com propostas para regressar ao World Tour.

Giant-Shimano

A Giant deixará de ser patrocinador principal e a equipa procura um substituto. Ou então, procurava, porque ao que parece já há propostas de renovações.
Ainda assim, é algo peculiar que a fabricante de bicicletas dure tão pouco tempo como principal patrocinador, dado que substituía a Argos, também ela patrocinadora por pouco tempo.

Team Alonso

Em maus lençóis parece a equipa de Fernando Alonso, que não anda nem desanda.


A estadia de Cunego na Lampre parecia eterna

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