sexta-feira, 6 de março de 2015

Estrelas saem à estrada no Paris-Nice e no Tirreno-Adriático

Enquanto a esposa de Froome chama dopado a Contador no Twitter, Froome e Contador trocam ideias
No domingo arranca o Paris-Nice, e na próxima quarta-feira o Tirreno-Adriático, ambos com participações de luxo.

Ao falar de uma prova, tento ser seletivo nos nomes a destacar e nos favoritos à vitória, de modo a que o artigo não seja apenas a lista de participantes, mas tal torna-se muito difícil ao olhar para os pelotões dos próximos Paris-Nice e Tirreno-Adriático, tal a qualidade presente.

O Tirreno-Adriático (11 a 17 de março), que cumpre 50 edições, destaca-se pelo confronto entre Vincenzo Nibali, Alberto Contador, Nairo Quintana e Chris Froome**, os vencedores das três grandes voltas de 2014 e do Tour 2013, os quatro melhores voltistas da atualidade. Será um embate muito interessante na única chegada em alto deste Tirreno-Adriático (quinta etapa, no domingo), ainda que nesta fase da temporada ninguém esteja a 100%. Devido aos diferentes estados de forma, em virtude de diferentes planeamentos da temporada, uma vitória ou uma derrota aqui não indica o mesmo resultado no Tour, mas se Contador for aqui batido, especialmente se por Froome, depois da Volta à Andaluzia, começará a pensar na melhor desculpa para desistir da sua ideia de lutar por Giro e Tour e focar-se-á apenas num. Porque para tentar disputar as duas provas é necessário uma grande dose de confiança, que precisa de vitórias para se alimentar.

Aos quatro ases juntam-se muitas outras figuras: Rigo Urán, Thibaut Pinot, Purito Rodríguez, Kreuziger, Pozzovivo, Betancur, Daniel Martin, Konig, Mollema, Rolland e Van Den Broeck. Um leque de voltista que seria excelente em qualquer prova.

Excelente mas não completo, porque no Paris-Nice (8 a 15 de março) estarão os últimos dois campeões do mundo Michal Kwiatkowski e Rui Costa, o segundo do último Tour JC Péraud, Richie Porte, Van Garderen, Fábio Aru, Bardet, Majka, Talansky, Fuglsang, Kelderman, Ten Dam, Barguil e Bradley Wiggins (mesmo sendo discutível se este último ainda deve figurar entre os voltistas).

Neste caso, e sempre recordado que estamos em março e cada um tem o seu planeamento de temporada, aguardo para ver como se comportam Rui Costa e Kwiatkowski, dois ciclistas dos quais acredito que possam fazer em grandes-voltas bem mais do que (por variadíssimas razões) já fizeram. Também Geraint Thomas, Tiago Machado, Taaramae e Ion Izagirre, ciclistas que evidenciaram grande momento de forma no Algarve, e Rafael Valls, que venceu a Volta a Omã.

Se Wiggins não é voltista, pelo menos contrarrelogista é seguramente, ou não fosse o campeão mundial em título, e no Paris-Nice poderá medir forças com o anterior campeão, Tony Martin. Um prólogo de 6,7 quilómetros e a cronoescalada final no Col d'Éze, que regressa este ano para decidir a corrida, não são extamente o que gostam os contrarrelogistas, mas deverá ser o último duelo entre Wiggins e Martin, uma vez que o britânico deixará a estrada após o Paris-Roubaix para se dedicar à pista, ao Recorde da Hora e aos Jogos Olímpicos de 2016. Em Itália estarão Cancellara e Adriano Malori, que terão um crono de dez quilómetros em San Benedetto del Tronto, ali junto ao Adriático, palco habitual do final da prova.

Para sprinters, o Paris-Nice apresenta mais oportunidades - três contra duas do Tirreno-Adriático. Na Corrida do Sol estarão André Greipel, John Degenkolb, Alexander Kristoff, Démare, Bouahnni, Boonen, Hofland, Swift e Michael Matthews; na Corrida dos Dois Mares terá lugar o primeiro duelo Cavendish vs Kittel de 2015, com a companhia de Viviani, Modolo, Pelucchi e Peter Sagan, que este ano tem estado muito Rojas. Já leva dois segundos lugares, três quartos e dois quintos, mas nada de vitórias... num ano em que até o próprio Rojas já venceu fora de Espanha (no Qatar).

Não faltam motivos de interesse.


Percursos

O Paris-Nice arranca com um prólogo de 6,7 quilómetros e seguem-se três etapas planas onde o protagonismo deve recair sobre os muitos sprinters de qualidade presentes. A única chegada em alto será na quarta etapa (quinta-feira), com dez quilómetros a 6,7% de inclinação média (1ª categoria), numa etapa que tem oito contagens de montanha. No dia seguinte uma rampa nos últimos quinhentos metros dará uma oportunidade a ciclistas de outras características, no sábado haverá a habitual chegada a Nice, numa etapa acidentada de princípio ao fim, e para fechar a crono-escalada do Col d'Èze, com 9,6 quilómetros a 4,7% de inclinação média.

Os perfis podem ser vistos na continuação:
Prólogo | Etapa 1  | Etapa 2 | Etapa 3 | Etapa 4 | Etapa 5 | Etapa 6 | Etapa 7

O Tirreno-Adriático apresenta menos montanha que em anos anteriores, mas um percurso muito diverso. Um contrarrelógio por equipas de 22 quilómetros, distância semelhante à que os ciclistas encontrarão no Tour,* uma etapa para sprinters e a terceira terá final em rampa empedrada. O fim de semana terá uma etapa acidentada e uma chegada em alto (16 km a 7,3%), a penúltima jornada será novamente para sprinters e no final o já mencionado contrarrelógio de uma dezena de quilómetros.

Os perfis podem ser vistos na continuação:
Etapa 1  Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4 Etapa 5 Etapa 6 Etapa 7

*O contrerrelógio por equipas inicialmente previsto foi substituído por um prólogo (individual) de 5,4 quilómetros, devido ao vento que se tem feito sentir na região.

Transmissão

O Paris-Nice terá transmissão na TVI 24 e no Eurosport (umas vezes no 1, outras no 2). O Tirreno-Adriático terá transmissão no Eurosport (umas vezes no 1, outras no 2).

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As listas de (pré-)inscritos ainda podem sofrer alterações.

**Editado: Chris Froome não alinhará por estar com febre.

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