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Ataque de Contador no Passo Lanciano (Tirreno-Adriático)
Alberto Contador já tinha vencido a chegada ao Alto do Malhão na Volta ao Algarve e tinha vencido a etapa na véspera, mas foi ao quinto dia de Tirreno-Adriático que deu a primeira grande demonstração de capacidade.
Contador lançou o seu ataque a mais de 33 quilómetros da meta da quinta etapa e ninguém foi capaz de o seguir, nem mesmo Nairo Quintana, grande revelação da temporada anterior e um dos ciclistas que bateu claramente o espanhol no Tour de France 2013. No topo do Passo Lanciano, o líder Michal Kwiatkowski estava derrotado, enquanto Contador se situava a menos de um minuto da cabeça de corrida, onde acabaria por chegar já dentro dos derradeiros dez quilómetros. Na última subida do dia, a qual tinha 30% como máxima inclinação, Contador desfez-se da companhia e somou o terceiro triunfo de 2014, com apenas seis segundos sobre Simon Geschke mas quase dois minutos sobre o primeiro grupo de favoritos. Dois dias depois terminou o Tirreno-Adriático com dois minutos de vantagem sobre Nairo Quintana (2º), a primeira prova por etapas que vencia desde a Vuelta 2012.
Sprint final da Volta a Flandres
Foi de Greg Van Avermaet uma das mais impressionantes performances do ano, na Volta a Flandres. Já estava ultrapassada a última dificuldade do dia e estava na entrada dos dez quilómetros finais quando foi alcançado por Fabian Cancellara, Sep Vanmarcke e Stijn Vandenbergh, condenado assim a ir para um sprint a quatro.
Nas duas anteriores vitórias, Cancellara entrou na reta da meta isolado, mas desta vez teve que disputar o triunfo ao sprint. Esperou o ataque de Vandenbergh, já dentro do último quilómetro, para que os seus adversários respondem e o deixassem na última posição do grupo, a que mais lhes convinha. Depois aguentou até à falta de 200 metros para o risco, quando lançou o sprint vitorioso.
Ataque de Terpstra em Roubaix
É incomum que onze ciclistas estejam na cabeça do Paris-Roubaix a sete quilómetros do término, mas foi como se decidiu a edição deste ano do Inferno do Norte. E a decisão da rainha das clássicas torna-se sempre um momento a destacar na conclusão de cada temporada.Foi a 6,3 quilómetros da meta que Niki Terpstra atacou, sem reação imediata dos seus adversários. A apatia do grupo perseguidor, delegando a responsabilidade da perseguição a Bert De Backer (colega de Degenkolb) e Geraint Thomas (para Wiggins) valeu no final vinte segundos de vantagem na vitória mais importante da carreira de Terpstra.
Marcel Kittel em Dublin
A primeira grande volta do ano foi curta para Marcel Kittel, dado que em vez das três semanas no programa da corrida o sprinter alemão apenas cumpriu três dias. Curta, mas proveitosa, com duas vitórias em outras tantas etapas em linha disputadas.A segunda foi sobretudo marcante. Quando parecia fora da discussão, Marcel Kittel passou da quinta para a primeira posição em escassos cinquenta metros, para o mais incrível sprint da temporada.
Descida do Stelvio
Foi num dos cenários mais adversos que os ciclistas encontraram esta temporada que se decidiu a Volta a Itália.Depois de encontrarem temperaturas mínimas nos nevados Gavia e Stelvio, gerou-se a confusão na segunda grande descida do dia, com alguns diretores desportivos a passarem a mensagem (errada) aos seus corredores de que a descida estaria neutralizada e os ataques proibidos. Nairo Quintana, que não tinha recebido essa indicação do seu diretor desportivo, foi um dos ciclistas que se adiantou, como Ryder Hesjedal e Pierre Rolland.
Já na subida final, enquanto Quintana tinha a liderança virtual, os seus adversários na luta pela camisola rosa continuaram a confiar nos respetivos gregários, claramente incapazes de igualar o andamento da frente de corrida. Foi um erro, porque aos ataques dos líderes, a responsabilidade de resposta é dos líderes adversários. Quintana chegou assim pela primeira vez ao comando de uma grande volta e venceu a Volta a Itália 2014.
Contador vs Froome no Critérium du Dauphiné
Apesar das vitórias em Omã e na Romandia, Chris Froome não vinha a apresentar o mesmo domínio da época anterior, enquanto Alberto Contador, tão inferior em 2013, tinha arrasado o Tirreno-Adriático e na Volta ao País Basco. Mas foi no Critérium du Dauphiné que se defrontaram pela primeira vez aqueles que já eram, à altura, os principais candidatos à vitória no Tour de France.Com três chegadas em alto, um combate a três rounds, Chris Froome levou a melhor no primeiro, mas sem conseguir tirar o adversário da sua roda. Após uma queda nas etapas intermédias, Froome foi batido na penúltima etapa. No último confronto, o britânico pareceu ainda mais débil, perdendo demasiado tempo, mas as mazelas que tinha no corpo não permitiam tirar grandes conclusões. Pelo meio, entre a guerra de Contador e Froome, Andrew Talansky escapou-se para a vitória. Uma vitória da tática sobre a força individual.
3ª vitória de Rui Costa na Suíça
Tony Martin partia para a última etapa da Volta à Suíça com uma margem que parecia segura, sobretudo depois de se ter defendido tão bem na chegada em alto da véspera. Mas um ataque da IAM e a Belkin colocou a descoberto a fragilidade da Omega Pharma, deixando o camisola amarela desamparado. Quem tirou mais proveito foi Rui Costa, que se mostrou o mais forte em Saas-Fee, conquistando a etapa e subindo ao pódio para vestir a camisola amarela sobre a arco-íris.Pavés do Tour
O pelotão enfrentou os pavés do Norte de França em julho num cenário muito mais adverso ao que é habitual na primavera, em plena época de clássicas. Com muita lama, empedrado escorregadio e as bermas praticamente inutilizáveis, os cuidados eram redobrados, até mesmo para os ciclistas mais habituados a disputar o Paris-Roubaix.Entre a lama, foi o camisola amarela Vincenzo Nibali e a sua equipa quem mais arriscaram, numa exibição não apenas de força, mas também de coração. Enquanto os adversários procuravam o trilho mais seguro, Nibali procurava o mais rápido, ainda que com um risco maior. Nesse dia ganhou mais de dois minutos aos adversários diretos.
A vitória na etapa foi para Lars Boom.
Contador nos Lagos de Somiedo
Alberto Contador já vestia a camisola vermelha, mas ainda sem uma firme demonstração de supremacia face aos adversários, ainda a uma distância recuperável. A 16ª etapa, uma das mais difíceis, seria por isso um exame vital à capacidade e à liderança de Contador.O Pistoleiro passou no teste com nota máxima. Seguiu na roda de Froome enquanto lhe interessou e depois atacou para a vitória na etapa, mostrando ser o mais forte em prova e que a sua liderança estava à prova de qualquer ataque.
Ataque de Kwiatkowski em Ponferrada
Mesmo sem se tratar de uma superpotência, a Polónia assumiu a sua ambição e desde os primeiros quilómetros controlou o pelotão que disputava o Campeonato do Mundo. O seu líder, Michal Kwiatkowski respondeu de modo perentório, atacando a oito quilómetros da meta, lançando-se na descida da Confederación para alcançar o quarteto que circulava adiantado.Já nos primeiros quilómetros da última subida, com o grupo perseguidor a escassos metros, Kwiatowski voltou a lançar-se, desta feita subida a cima. E por entre sol e chuva, chegou ao arco-íris de Ponferrada.
Quais momentos acrescentariam?
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